terça-feira, 26 de junho de 2012

Porto Sul e as novas oportunidades na região cacaueira da Bahia

“O Porto Sul é a certeza de que meu filho terá as oportunidades que eu não tive por causa da crise do cacau”. Assim a estudante de Serviço Social em Ilhéus, Kaline Viana, 27 anos, resumiu o sentimento de milhares de jovens de todo o sul da Bahia.

Grávida de cinco meses, à espera de um menino, Kaline acredita que seu primeiro filho vai nascer e crescer numa região com novas oportunidades, para que os jovens não precisem emigrar para outras regiões, ou mesmo outros estados, em busca de trabalho.

“O Porto Sul é a chance de uma vida melhor, e temos que nos capacitar para esse novo momento e nos inserir no mercado de trabalho”, disse Kaline, que defende que as empresas que se instalarão no sul da Bahia, além de valorizar a mão-de-obra local, adotem a política do primeiro emprego para a juventude.

Investimento de R$ 3,5 bilhões do Estado, em parceria com a Bahia Mineração, o Porto Sul está em fase de licenciamento ambiental pelo Ibama. Obtida a licença ambiental, a previsão é de que as obras comecem ainda este ano, devendo ser concluídas em 2014, juntamente com a Ferrovia Oeste-Leste.

Para o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ilhéus, Dino Rocha, a população tem que apoiar iniciativas que trazem desenvolvimento, como o Porto Sul, pela capacidade de atração de novos empreendimentos e geração de empregos. “Não podemos depender apenas do setor público”.

A prefeitura de Ilhéus, com cerca de seis mil servidores, entre concursados e cargos de confiança, é a maior empregadora da cidade. “O futuro de Ilhéus passa pelo Porto Sul”, destacou Dino.

A presidente do Sindicato dos Comerciários de Ilhéus, Crismélia Mali Moreira da Silva, declarou que o setor emprega cerca de cinco mil pessoas, mas no período de baixa estação, o número de demissões é elevado. “O Porto Sul será benéfico para o comércio, porque teremos um aquecimento da economia e movimento durante todo o ano”.

Ela considera fundamental a realização de cursos de qualificação profissional entre comerciários e prestadores de serviço e afirmou que o sindicato pretende estabelecer parcerias com o Sesc, Senac e outras instituições, “capacitando e valorizando a mão-de-obra regional”.



Emprego, renda e qualidade de vida



Qualificação, inserção social e serviços públicos que atendam às novas demandas oriundas do Porto Sul e também da Ferrovia Oeste-Leste. Essas são as prioridades definidas pelo Comitê de Entidades Sociais em Defesa de Ilhéus (Coeso).


O coordenador do conselho, Aldicemiro Ferreira Duarte Luz, o Mirinho, ressaltou que o Porto Sul significa a possibilidade concreta de revitalizar a economia sul-baiana.

Mirinho explicou que o Coeso tem atuado em parceria com o governo da Bahia, responsável pelo porto público, e a Bamin, que vai operar um terminal privativo para garantir que as pessoas que moram na área de influência do projeto sejam inseridas nos programas de qualificação, através do estabelecimento de cotas para cada comunidade.



Cuidado com o meio ambiente



O presidente do Grupo de Resistência às Agressões ao Meio Ambiente (Grama), Walmir do Carmo, acompanhou as sete audiências públicas do Ibama e do governo da Bahia realizadas em Ilhéus, Uruçuca, Itacaré, Itabuna, Coaraci, Itajuípe e Barro Preto, que reuniram 8,3 mil pessoas.



Segundo ele, as audiências serviram para detalhar o relatório de impacto ambiental e o projeto do Porto Sul, “revelando a relação de transparência do governo da Bahia e as preocupações com a redução dos impactos à natureza”.

FONTE :seplan

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