quinta-feira, 12 de abril de 2012

Leão rebate governo e defende operação do metrô


Romulo Faro REPÓRTER
Pulicado no jornal Tribuna da Bahia



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O deputado federal João Leão (PP) quebrou o silêncio ontem e, em entrevista exclusiva à Tribuna, falou sobre os últimos acontecimentos envolvendo o metrô de Salvador, cuja previsão do prefeito João Henrique (PP) é de entrar em funcionamento até junho.

Considerado o responsável pelas ações finais do percurso de seis quilômetros que ligará a
Lapa à Rótula do Abacaxi (Acesso Norte), Leão disse que não podia deixar de responder as declarações do governador Jaques Wagner (PT) e da ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Em entrevista na última segunda (11), Wagner voltou a dizer que defende o funcionamento do metrô, “pelo menos”, com o percurso completo, que terá 12 quilômetros até Pirajá. A ministra afirmou que, por ora, o entendimento do governo federal é o de que o metrô só opere junto com o da Paralela, anunciado pelo governo do estado.


“Isso é um absurdo. O metrô está pronto para andar, só falta implantar a bilhetagem. É exclusivamente o que falta. Conseguimos colocar nos cofres da CTS (Companhia de Trens de Salvador) mais de R$ 230 milhões no último ano para finalizar o metrô.
 Deixar o metrô pronto sem funcionar para esperar o da Paralela, lá para 2017, será uma frustração para a população. Falta de responsabilidade é deixar um equipamento dessa magnitude parado, exposto ao tempo por mais quatro anos”, disparou.
O parlamentar vai entregar na próxima semana um ofício dirigido à ministra Miriam Belchior; ao comandante da pasta das Cidades, Aguinaldo Velloso; e à direção da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), pedindo uma audiência. “Vamos continuar pedindo os R$ 40 milhões para botar o metrô rodando com passageiro dentro. Aí eles vão ter que se posicionar”.

O ex-chefe da Casa Civil e pré-candidato a prefeito de Salvador (com as bênçãos de João Henrique) minimizou os comentários dos governistas de que a medida do prefeito tenha cunho eleitoral em seu favor. “Não tem nada disso. O objetivo de João Henrique e o meu é botar o metrô para servir aos donos dele, que são os cidadãos de Salvador. Queremos beneficiar apenas a população soteropolitana”.
Já o governador Jaques Wagner voltou a comentar a emblemática relação com a Prefeitura acerca do sistema metroviário de transporte. Em entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Itapoan, ele reafirmou seu posicionamento e disse que a linha 1 do metrô só deve mesmo entrar em funcionamento com a conclusão da linha 2 (Rótula-Lauro de Freitas) ou, como dito acima, após a chegada da linha 1 em Pirajá. Contudo, ele disse também que a gestão da linha 1 é de competência da Prefeitura e que, “se ela conseguir o dinheiro, pode colocar o metrô para rodar”.
Mattos cobra acordo com a União
Sobre a declaração da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, levando a entender que não enviará os recursos restantes para viabilizar a operação do metrô ainda neste semestre, o secretário José Mattos afirma que esta não é uma declaração que coaduna com as discussões pacificamente conduzidas até aqui, entre município, estado e União. Para ele, a ministra ainda não teve a oportunidade de conhecer o empreendimento, que será entregue à população depois de 11 anos de espera.

“Essas negociações entre o município e a União nunca pararam, seguindo cronograma da obra, desde que foi retomada em 2009. Na ocasião, a Prefeitura garantiu fazer o metrô entrar em testes em dezembro de 2011, e assim tem sido. O governo federal jamais se manifestou contra.

Assim tem sido também com o governo do estado, no que resultou, recentemente, na assinatura do Pacto da Mobilidade”.
Através de sua assessoria, o secretário disse ainda que ao analisar o sistema de metrô sob a óptica meramente empresarial, “onde se vê que não gera lucro na sua operação, pois o percurso é curto, é caro e precisa de ser subsidiado, naturalmente, vai se chegar à conclusão de que esse sistema não é viável”.

Para ele, o sistema estará atendendo plenamente quando estiver contando com a linha 2, que ligará o aeroporto à Avenida Bonocô. “Por isso é importante ressaltar a necessidade de conclusão e entrega dessa primeira etapa, ainda nesse primeiro semestre de 2012.

O custo operacional do metrô, hoje, está na ordem de R$2,5 milhões/mês aportados pela própria prefeitura. O prejuízo de um empreendimento como é o metrô, parado, já com tudo pronto e equipamentos caros testados, seria irreparável, não somente sob ponto de vista material, mas sobretudo social”, avalia José Mattos.
Hoje, inclusive, o secretário tem agenda em Brasília. As discussões programadas até aqui entre a prefeitura e a União, de acordo com o projeto e cumprimento do cronograma de obras, com aprovação do Planalto, fecham no montante de R$ 51 milhões destinados à conclusão do metrô e início de sua operação, sendo R$ 33 para custo operacional, R$ 14 milhões para o ferramental e R$ 4 milhões para bilhetagem. Perguntado sobre o percurso de apenas 6,5km, da linha 1, o secretário lembra que o projeto original contratado era 13km, ou seja, da Estação da Lapa até a Estação Pirajá.

Pensargrande pergunta a quem interessar possa responder:
Quando serão reiniciadas as obras do Metrô da Rótula do Abacaxi a Pirajá?
Qual o custo estimado dessa importante intervenção?
Qual o tempo planejado para sua conclusão?
Com a palavra também os Joãos ( Henrique e Leão).

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