segunda-feira, 2 de abril de 2012

Economia sem aparentes novidades....

Venho há tempo comentando que a aparente tranquilidade em nossa Economia não passa de otimismo exagerado e o reflexo de juros astronômicos, créditos facilitados e os gestores de bancos e financeiras tratarem os clientes como números sem uma análise cuidadosa da individualidade de cada tomador de recursos.
Esse preâmbulo é para contestar a racionalidade de posicionamento de gerentes e diretores de organizações financeiras quando por exemplo um seu habitual cliente, com dezenas de anos passar dificuldades para resgatar seu compromisso e ter seu nome inserido nos órgãos controladores de créditos protestando duplicatas impagas.
Pode uma pessoa ter condições de liquidar dividas se seu crédito foi suspenso em decorrência de titulo protestado? Certamente é uma visão distorcida e caolha de um capitalismo de voo baixo.
Vou para a matéria publicada pela Tribuna da Bahia nesta data. Leia, reflita e apresente uma solução.


Dívida das famílias deve limitar o crédito e frear a expansão do PIB



O aumento da inadimplência e da proporção da renda das famílias comprometida com o pagamento de juros e amortizações deve limitar a expansão do crédito em 2012. Para alguns analistas, esse pode ser um freio no Produto Interno Bruto (PIB) este ano, assim como os problemas da indústria e o aumento das importações.

Em fevereiro, o crédito à pessoa física cresceu 0,7%, para R$ 958,9 bilhões - a segunda menor expansão mensal desde o início de 2005. Já o crédito total, incluindo empresas, caiu 0,13% em janeiro, a primeira queda desde pelo menos 2005, e cresceu apenas 0,4% em fevereiro, para R$ 2,034 trilhões.

Em janeiro e fevereiro, o crédito total cresceu num ritmo semelhante ao de 2009, ano de menor expansão recente (15%), em plena crise global. “A desaceleração é geral, e abrange o crédito direcionado e para pessoas jurídicas e físicas”, diz Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra.

Em termos de novas concessões de crédito (indicador que exclui a acumulação de juros) para pessoas físicas, o crescimento em fevereiro, de 15,5% ante o mesmo mês do ano anterior, é o mais lento em cinco anos. Em 2008, antes da crise global, esse indicador chegou a crescer 34%.

Um setor em que a freada no crescimento do crédito foi particularmente intensa é o de aquisição de veículos, que foi visado pelo governo nas medidas macroprudenciais do fim de 2010 - quando o objetivo era esfriar o consumo por causa das pressões inflacionárias.

Com um saldo de R$ 176,5 bilhões, o crédito para compra de veículos representa um terço dos empréstimos à pessoa física (excluindo cooperativas e leasing). Para o crescimento do PIB, é um segmento estratégico, dado o impacto do setor automobilístico e de suas cadeias produtivas na economia.

Recorde. Com as medidas macroprudenciais, a média diária de concessões de crédito para a aquisição de veículos despencou de R$ 541 milhões em novembro de 2010 para R$ 382 milhões em janeiro de 2011. A partir daí, a média oscilou, mas em fevereiro de 2012 caiu para R$ 380,8 milhões, abaixo do nível subsequente às medidas macroprudenciais.

“O movimento das concessões casa muito bem com o da venda de veículos, porque 60% é com crédito”, comenta Kawall. Ele nota que o BC relaxou um pouco, em meados do segundo semestre de 2011, o aperto introduzido no fim de 2010.

No crédito para a aquisição de veículos, a taxa de inadimplência de 5,4% em fevereiro é recorde dos últimos anos, superando o máximo atingido durante o auge da crise global, de 5,5% em junho de 2009.

Volto a questionar: nossa Economia modelo sanfona é correta?

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