segunda-feira, 14 de março de 2011

Veículo: Diário da Manhã Caderno: Opinião

Anos dourados da indústria ferroviária
Bruno Peixoto

 Inflação em alta, guerra cambial, políticas sociais, cortes no orçamento da União, dentre outros temas da conjuntura econômica, poderiam ser alguns tópicos interessantes de análise, debate e avaliação; porém, considero oportuno desenvolver aqui algumas considerações baseadas em relatos feitos pela grande economista Maria da Conceição de Almeida Tavares acerca da avaliação do governo Lula. Conceição aprova alguns pontos do governo Lula, em especial aqueles relacionados aos projetos de infraestrutura que contemplaram obras nas regiões Norte e Nordeste como a ferrovia Trans-nordestina, a Norte-Sul, a transposição do Rio São Francisco e portos. Minhas considerações serão firmadas no projeto da Ferrovia Norte-Sul e suas influências no Estado de Goiás. É uma das prioridades do governo federal no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que irá assegurar a integração regional e o desenvolvimento. O transporte ferroviário atravessa um bom período de revitalização em sua participação entre os outros modais utilizados no País e possui algumas vantagens, como o custo menor de transporte, propiciando fretes de menor valor, sem risco de congestionamento, espaço para transportar grandes quantidades, grandes pesos e grandes volumes, abertura da fronteira agrícola, melhoria na performance econômica de toda a malha ferroviária, maior competitividade dos produtos goianos no exterior, incentivo aos investimentos, modernização da produção, aumento da renda goiana, redução da pobreza, sem deixar de considerar a criação de oportunidades de incremento de negócios na região com impactos relevantes na economia.



Dados da produção industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão sinais de que a crise econômica foi superada e confirma um quadro positivo em Goiás. O Estado registrou, em dezembro de 2010 , a segunda melhor taxa, 10,3%, entre os diversos locais pesquisados em comparação ao mesmo período do ano anterior. Ganhos na área social também foram percebidos – criação de 59.062 empregos celetistas em Goiás, sendo que o número é ainda maior se considerado as declarações entregues pelas empresas fora do prazo determinado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.



Fluxos de comércio contribuem para o crescimento econômico. Com base no cenário positivo apresentado pela conjuntura economia goiana em sintonia com a utilização da Ferrovia Norte-Sul, pode-se concluir que incrementos de negócios estão por vir e que vão propiciar impactos relevantes na economia goiana. Nichos de desenvolvimento serão criados no Sudoeste/Norte Goiano com a implantação de polos de cargas em Porangatu, Uruaçu, Santa Isabel, Jaraguá e Anápolis. Esses serão essenciais na diminuição das desigualdades regionais existentes. Cabe ressaltar a necessidade de criação de diversos ramais de ligação com incremento no principal da Norte-Sul, uma vez que o traçado inicial é uma realidade, mas a sua eficácia depende de ramificações visando efeito multiplicador.

O Brasil parece finalmente despertar para a necessidade de acelerar a expansão de sua malha ferroviária. De décadas de abandono e falta de perspectiva, o setor ferroviário experimenta dias de euforia com as perspectivas de investimentos que ultrapassam cifras de bilhões nos próximos anos.

Que venham os anos dourados da indústria ferroviária.



Bruno Peixoto, deputado estadual, economista e pós-graduado em Gestão e Controladoria











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