sábado, 19 de março de 2011

AVIAÇÃO

Embraer foca Oriente Médio, Ásia e América Latina

Virgínia Silveira
Para o Valor, de São José dos Campos

O Oriente Médio, a Ásia e a América Latina, são as regiões que têm hoje maior potencial de vendas para os jatos comerciais da Embraer, que atuam no segmento de 60 a 120 assentos. Segundo o vice-presidente de Aviação Comercial da Embraer, Paulo César de Souza e Silva, a companhia quer aumentar a sua presença na Ásia e entrar em novos mercados como a Índia e Indonésia, além de manter seus negócios na China, onde já vendeu um total de 115 aeronaves, das quais 85 foram entregues.

Sobre o futuro da fábrica na China, Souza disse que existe a expectativa de um acordo com o governo chinês durante a visita da presidente Dilma Rousseff àquele país, no próximo mês. "Estamos discutindo várias possibilidades, entre elas a produção de jatos executivos e de jatos comerciais maiores, como o 190 e, inclusive, a possibilidade da fábrica ser fechada", explicou.

No fim deste mês, segundo Souza, a fábrica da Embraer na China entregará as duas últimas encomendas de jatos ERJ-145, de 50 assentos da unidade e, a partir daí, ficará ociosa. O executivo disse que o fato da China estar desenvolvendo jatos na mesma categoria dos E-Jets da Embraer representa um grande problema a ser resolvido, pois o governo chinês naturalmente vai querer proteger suas empresas da competição internacional.

No Oriente Médio, por sua vez, a expectativa é a de incrementar a sua participação para algo em torno de 20% a 30% ainda este ano. Atualmente, segundo ele, 65 jatos comerciais da Embraer operam nessa região. " A África também é uma região que está na mira da Embraer e onde a empresa pretende intensificar suas campanhas de vendas a partir deste ano", comentou o executivo.

Para a América Latina, segundo Souza, a previsão é a de encerrar 2011 com um total de 134 jatos em operação. Ontem, a Embraer entregou a centésima unidade do modelo 190, de 120 lugares, para a companhia aérea Azul.
A participação da América Latina nas vendas da Embraer, segundo o diretor da empresa para essa região, Eduardo Munhós de Campos, deve aumentar de 14% para 16% até o fim deste ano. Em dez anos, a previsão é que esse percentual cresça para até 20%. "Nos Estados Unidos o número de voos per capita é de 2,5 e na América Latina esse número é de 0,3, o que mostra que ainda existe um grande potencial de crescimento na região", disse.

A Embraer tem 42% de participação no mercado mundial de vendas de jatos na faixa de 60 a 120 assentos. Na região da América Latina e Caribe essa participação é de 79%. "Análise recente feita pela companhia sobre a região mostra que o mercado tem evoluído muito rápido e que existe a necessidade de 180 aeronaves do porte dos E-Jets para os próximos 10 anos", disse Campos.

O mercado de aviação comercial, na opinião do vice-presidente, Paulo César de Souza, ainda está em fase de recuperação, mas bem melhor que em 2009, quando a empresa vendeu apenas 20 aviões. "O ano de 2010 já representou uma grande melhora em relação a 2009, com a venda de 98 jatos", disse. De janeiro até agora, de acordo com Souza, a Embraer já anunciou a venda de 15 jatos.

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