O travamento da cidade é resultante de posição partidária, de guetos do atraso, de falsos ambientalistas de interesses outros inclusive de até outros Estados tentando transferência de investimentos no ramo hoteleiro para suas capitais, quando já estão negociados com as autoridades de nosso governo.
Em consequência dessa situação é oportuno transcrever o comentário de Armando Avena , escritor, economista e membro da Academia de Letras da Bahia com o título SALVADOR E A LOUOS, publicado no Jornal A Tarde.
“ A polêmica em torno da suspensão de artigos da nova Lei de Uso e Ordenamento do Solo (Louos) tem como substrato a verticalização da orla de Salvador. Instituições sérias são contra a verticalização, argumentando que assim estariam protegendo a orla da cidade. Ledo engano. A orla de Salvador está degradada e abandonada exatamente por não ter ocupação residencial, tornou-se uma orla inteiramente comercial, algo impensável em qualquer parte do mundo.
E isso ocorre porque o capitalismo vinga-se do voluntarismo do legislador e do impedimento irracional da não ocupação imobiliária transformando os terrenos da orla em reserva de valor ocupando-os momentaneamente com cabarés, borracharias, estacionamentos, supermercados e coisas tais.
A orla atlântica de Salvador é quase deserta à noite não há pessoas morando nela, por isso, é preciso construir hotéis e residências de frente para o mar, como ocorre em todo lugar do mundo.
Alguns dizem que com a verticalização os ricos monopolizariam a praia e a vista para o mar. Ledo engano. Na Bahia os ricos não moram nas praias, moram nos morros da cidade, na Vitória, no Horto, nas colinas da Barra, com acesso a uma das mais belas vistas do planeta e bem longe do salitre e das “hordas de farofeiros” que invadem as praias aos domingos.
Se a orla de Salvador for verticalizada, os imóveis serão vendidos para classe média e a ocupação urbana será boa para o turismo e para a segurança pública.
Claro que questões como o sombreamento das praias, distância entre os prédios e altura dos edifícios devem ser regulamentadas. Mas isso deve ser feito sob a égide da negociação e da conciliação e não medindo forças e prejudicando toda a cidade.
Na verdade, a querela jurídica que se estabeleceu com relação à suspensão dos artigos da Louos até agora só conseguiu duas façanhas:
Prejudicar o presente, afetando fortemente a economia da cidade num momento de desaceleração econômica e comprometer o futuro, estabelecendo um ambiente de insegurança jurídica que está espantando os investidores que podem fazer Salvador uma verdadeira cidade turística."
Pensar grande enxerga que o travamento cresce a medida que interesses meramente políticos fazem armaduras contra a cidade que precisa continuar crescendo, se expandindo com a construção de novas avenidas como a Atlântica, Linha Viva, Via Expressa Baia de Todos os Santos (essa última em construção) além de obras importantes como a Ponte de Salvador a Itaparica.
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