sexta-feira, 6 de julho de 2012

Falta de correto planejamento e buroicracia é a razão...e as resultantes são:

 Obras em aeroportos não terminarão até a Copa e é preciso pensar em um "Plano B", diz Ipea

UOL, em São Paulo*


Técnico do instituto federal acredita que será necessário construir estruturas temporárias

Estudos realizados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontam que 11 dos 14 aeroportos localizados em cidades que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014 não deverão ter concluído suas reformas e ampliações até o início do evento.

A informação é do coordenador de Infraestrutura Econômica da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais do Ipea, Carlos Campos, que participou de audiência pública sobre aviação civil no Senado na última quarta-feira.

"No atual estágio dos terminais de passageiros e considerando os prazos médios de obras de infraestrutura no Brasil, existe uma reduzida possibilidade de no início da Copa tudo estar pronto", alertou Carlos Campos, defendendo que é preciso trabalhar com um plano “B”, como a construção de terminais temporários, que não podem, no entanto, virar permanentes.


Segundo o técnico do Ipea, dos 20 maiores aeroportos do Brasil, 14 operam acima de 100% da capacidade. Dentre eles, cinco – Galeão (Rio de Janeiro), Confins (Belo Horizonte) e os de Recife, Curitiba e Fortaleza – atuam no limite de sua eficiência operacional.

A solução, na avaliação do coordenador do Ipea, é investir no setor. Dados do instituto apontam que, nos últimos anos, a Infraero investiu em infraestrutura aeroportuária menos de 50% dos recursos orçamentários disponíveis. Mas mesmo que todo o orçamento fosse investido, ainda assim teriam sido insuficientes para adequar o setor à sua crescente demanda.


Carlos Campos alertou também para a demora nos processos de transferência da infraestrutura dos aeroportos para a iniciativa privada. Dos 13 aeroportos das 12 cidades sedes dos jogos da Copa do Mundo, apenas dois têm situação confortável – o de Recife, onde será apenas construída uma torre de controle, e o de Natal, que já foi privatizado. Dos 11 restantes, apenas três tiveram o processo de concessão concluído (Brasília, Garulhos e Viracopos) e quatro ainda estão com concessão em fase de projeto.

Outro lado

Através de sua assessoria de comunicação, a Infraero informou que opera dentro do cronograma estabelecido para entregar no prazo todas as obras previstas em aeroportos para a Copa do Mundo de 2014. De acordo com a estatal que controla os aeroportos brasileiros, a demanda nos terminais será plenamente atendida com a conclusão das obras. A empresa afirma ainda que o aeroporto do Galeão não está operando no limite, e que, após o término das obras, chegará a 2014 com a uma capacidade ociosa de 40%.

A diferença entre o entendimento dos órgãos federais se dá porque o Ipea trabalha com números próprios de projeção de demanda, diferentes dos da Infraero. Para o órgão de pesquisa, a demanda no setor aéreo aumentou, em média, 10,2% ao ano no período de 2003 a 2010. Somente no biênio 2009-2010, a demanda cresceu 20,4%, subindo de 128 milhões de passageiros, em 2009, para 154 milhões em 2010. A projeção aponta um movimento em 2014 de 225,9 milhões de passageiros.

"Mesmo na ausência da Copa do Mundo, o Brasil precisaria investir muitos bilhões de reais apenas para atender ao atual ritmo de crescimento da economia e dos investimentos", aponta Campos.

Visando a Copa, o governo federal assegurou à Infraero (estatal federal que admistra os aeroportos do país) R$ 5,6 bilhões para investir em 13 aeroportos de 2011 a 2014. Isso representa R$ 1,4 bilhão ao ano, um valor bem maior do que a média anual investida de 2003 a 2009 (R$ 430,3 milhões) e em 2010 (R$ 645,6 milhões).

 
Não será suficiente, segundo o Ipea. Mesmo que fosse possível concluir os investimentos nos terminais de passageiros nos prazos previstos pela Infraero, a situação dos 13 aeroportos das cidades-sede da Copa de 2014 continuaria de sobrecarga. Quando se confronta a estimativa de crescimento da demanda (movimentação de passageiros) com as novas capacidades previstas para os terminais de passageiros, nota-se que, em 2014, 11 estariam operando em situação crítica (acima de 100% da capacidade nominal).

Com informações da Agência Senado

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