Em meio a tantas crises, Michel Temer
demonstra incapacidade de governar
MSN-Noticias
Grasielle
Castro11 horas atrás
"Todo dia, uma crise. Se for
tomar uma decisão drástica, toda vez que tiver notícia negativa, o governo
acaba em duas semanas."
Duas semanas é um eufemismo. Se continuar como está, até entre senadores
do próprio PMDB, uma coisa é certa: o
governo não chega ao fim do mandato.
A declaração acima, de um peemedebista do Palácio do Planalto, parece
não perder a validade. Antes mesmo da posse, o governo do presidente em
exercício Michel Temer já sofria críticas e estava
afogado em denúncias e polêmicas.
O primeiro passo do peemedebista foi montar um ministério sem mulheres, negros
e com nove envolvidos na Operação Lava Jato - dois investigados e sete citados.
Um deles - Romero Jucá, do Planejamento - foi afastado uma semana e meia após a nomeação
A troca de farpas com a presidente afastada Dilma Rousseffe a nomeação para a
Secretaria da Mulher, Fátima Pelaes, que é contra o aborto mesmo em caso de
estupro e está envolvida em escândalo de corrupção, ajudaram a
piorar a imagem do governante interino.
O reajuste do Judiciário foi
considerado a primeira derrota da principal aposta de Temer, o ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles.
Embora tenha garantido que há condições de arcar com os gastos,
Meirelles reclamou que, no momento em que pede a todos que apertem as contas, o
governo arma um rombo de R$ 56 bilhões
no Orçamento.
Mas o que realmente preocupa é a Operação Lava Jato. Ela torna o governo
Temer insustentável.
A "sangria",
como Romero Jucá classificou a operação, atinge as principais figuras do
partido de Temer, cada dia com uma novidade.
Os pedidos de prisão de Romero Jucá, do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o de tornozeleira para o ex-presidente José Sarney mostram
que o cerco está se fechando.
Na avaliação de um peemedebista do Senado, na hora que a Lava Jato
entrar no Planalto, vai ser difícil segurar o estrago. Tanto o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, quanto o da Secretaria de
Governo, Geddel Vieira Lima, são citados na
operação.
O problema é que, no Senado, os próprios aliados de Temer não entendem a
postura do presidente em exercício.
Ele diz que não é para aumentar os gastos e patrocina o reajuste do
Judiciário; afasta Jucá, mas mantém Henrique Eduardo Alves no Ministério do
Turismo, mesmo com o despacho do procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que diz, pela primeira vez,
que o ministro atuou para receber recursos
desviados da Petrobras.
Enrolado nos conflitos internos que atingem o governo diariamente, o
presidente em exercício não tem demostrado capacidade de lidar com a política no aspecto macro.
Há a avaliação de que Temer tem mais habilidade política que Dilma, mas
falta experiência na grande política. Ele atua com pequenos conchavos
políticos, mas, neste momento, o País precisa de um salto.
É preciso alguém capaz de gerenciar a crise interna para enfrentar a crise social, política e econômica
que o Brasil vive hoje
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