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O
empresário José Antunes Sobrinho, um dos donos da construtora Engevix, é
mantido em prisão domiciliar a poucos metros da força-tarefa em Curitiba. Vem
de Antunes a acusação, em uma proposta dedelação premiada, de que o presidente
interino Michel Temer foi o beneficiário de R$ 1 milhão de propina, paga pela
Engevix, como recompensa por um contrato de R$ 162 milhões da empreiteira com a
Eletronuclear.
Temer
negou as acusações na ocasião. Na proposta de delação, Antunes conta que o
ex-coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, sócio da empresa de
arquitetura Argeplan e “pessoa de total confiança de Michel Temer”, ganhou o
principal contrato de construção da usina Angra 3 com a Eletronuclear, no valor
de R$ 162 milhões, e se comprometeu a subcontratar a Engevix para realizar a
obra. Em troca, a empreiteira pagaria R$ 1 milhão para “suprir interesses de
Michel Temer”, de acordo com Antunes.
A
proposta de delação premiada revela detalhes sobre o caso. Lá, Antunes diz que
pediu para que uma prestadora de serviços da Engevix fizesse o pagamento para
Lima, para disfarçar. Segundo a proposta de delação, o repasse foi feito pela
empresa Alúmi Publicidades, que prestava serviços de mídia para o aeroporto de
Brasília, controlado pela Engevix. Segundo Época apurou, houve realmente
um pagamento da Alúmi para a PDA Projeto, outra empresa de Lima. A PDA recebeu
R$ 1,1 milhão em outubro de 2014, pagos pela Alúmi, na reta final da eleição
daquele ano. Procurada por Época, a Alúmi confirma o repasse de dinheiro à PDA.
Lima confirma o recebimento da quantia. Os dois afirmam, no entanto, que se
trata apenas de serviços prestados pelo amigo de Temer, não de propina.
Com
as revelações do executivo, o dinheiro pode ser rastreado pelos investigadores
para que seja verificado se Temer foi de fato beneficiado, como afirma Antunes
– o que, novamente, o presidente interino nega com veemência. Pouco tempo
depois do pagamento da propina, Lima fez viagens ao Panamá e ao Uruguai, dois
conhecidos paraísos fiscais usados por operadores da Lava Jato para esconder
dinheiro.(G1)
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