quarta-feira, 12 de novembro de 2014

ZPE impulsiona agronegócios e mineração na Bahia


Zona vai ser instalada no município de Ilhéus, em projeto integrado com o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste

Os setores mineral e de agronegócios da Bahia já começam a se preparar para as novas oportunidades de expansão, com a implantação no estado da zona de processamento de exportações (ZPE). Ocupando uma área de seis milhões de metros quadrados, a ZPE da Bahia está sendo instalada em Ilhéus, no sul do estado, em projeto integrado com o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

A ideia é atrair para o local - que é, na prática, uma zona isenta de impostos tanto para exportação quanto para importação - indústrias que vão gerar novos negócios em cadeia, a partir da oferta de produtos dos polos de agronegócios, no sul e oeste, e mineral, no sudoeste. Todos podendo ser transportados até a ZPE pela ferrovia.
 
Fórum - As oportunidades de negócios para os dois setores com a implementação da ZPE estão entre os temas que serão abordados no II Fórum de Oportunidades de Investimentos na Bahia, promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). O evento está agendado para amanhã e sexta-feira, no auditório da Fieb, no bairro do Stiep, em Salvador.

Coordenador de um dos painéis do evento, o diretor da ZPE Bahia S.A., Otávio Pimentel, vai detalhar para os participantes as ações de captação de negócios que estão sendo feitas pela empresa, bem como os impactos para os produtores de algodão, cacau, coco e madeira, por exemplo. A ZPE Bahia S.A. ganhou a concessão para gerir por 20 anos a zona baiana.

No caso do algodão, a proposta é que sejam instaladas na ZPE empresas industriais. Hoje, a Bahia exporta praticamente só o algodão in natura. "Teremos empresas que vão pegar o algodão e extrair o caroço e produzir óleo, por exemplo, tudo isso contando com a atratividade de uma zona alfandegada, livre de impostos", explica o executivo, ressaltando que também a indústria têxtil pode se instalar no local.

Para o cacau, a ideia é aproveitar a qualidade do fruto que ainda é produzido no estado e que obteve reconhecimento no Salão do Chocolate de Paris, na França. "Temos qualidade, mas diante da crise histórica do setor, acabamos perdendo muito em quantidade", diz Pimentel. "Neste caso, vamos ceder, gratuitamente, uma área para implantação de incubadoras industriais para a produção do chocolate tipo gourmet", antecipa.
 
Coco - Está ainda nos planos da ZPE o projeto de desenvolvimento de uma indústria exportadora de coco, "mas também aproveitando tudo do fruto", ressalta o diretor da empresa. "Hoje, só se aproveita a água, quando poderemos industrializar mais com leite e a fibra". A última usada no revestimento de taludes (corte de terrenos tipo barrancos) contra a erosão.

No caso da mineração, a exigência de exportação dos produtos apenas após a pelotização, ou seja, envolvidos em um material feito de argila em formato de bola (pelota, em espanhol), é que vai permitir a implantação de empresas especializadas nessa atividade. "Os minerais do sudoeste baiano devem, portanto, ser processados na ZPE, contando com o benefício de ter alfândega dentro da ZPE, eliminando uma série de burocracias", diz o diretor da empresa.

As ZPEs foram instituídas no Brasil em 1988. O país conta com 23 zonas do tipo, mas só duas estão em operação: no Acre e no Piauí. A baiana começa a funcionar em 2017.
 
Fonte: A Tarde

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