sábado, 20 de outubro de 2012

Política
Dilma Roussef diz que o alinhamento partidário é importante para Salvador
por Lilian Machado
Foto: Reginaldo Ipê

Dilma Roussef falou no bairro de Cajazeiras, o mais populoso de Salvador
A presidente Dilma Rousseff (PT) fez nessa sexta-feira (20/10) a tão esperada participação na campanha petista pela conquista da prefeitura em Salvador. Sem marcar presença nas corridas municipais pelo Brasil, no primeiro turno, a líder nacional desembarcou na capital baiana com o intuito de alavancar a candidatura de Nelson Pelegrino (PT) para a decisão do segundo turno, no dia 28.




Dilma Roussef reforçou a necessidade de a administração de Salvador se alinhar ao governo federal ao participar ontem do maior ato de campanha do “companheiro”: um comício em Cajazeiras, maior bairro da América Latina, o mais populoso de Salvador e considerado estratégico no aspecto eleitoral.



Diante de um grande público, no Campo da Pronaica, Dilma destacou a importância de Salvador caminhar unida às gestões estadual e federal. “Pelegrino é o meu companheiro de cabeça, alma e coração e todo mundo que está neste palanque é um time. Um time são aquelas pessoas que estão juntas para agir e transformar aquela situação que pode dar alegria a todos nós. O Pelegrino é o jogador deste time”, enfatizou.



A presidente iniciou o discurso, destacando o “sentimento de gratidão” pelos baianos, ao se referir a sua votação na capital. Acompanhada da cúpula petista e de representantes da base estadual, Dilma destacou os apoios para o segundo turno ao fazer referência aos três ex-candidatos a prefeito, derrotados nas urnas, presentes no palanque: Mário Kertész, Márcio Marinho (PRB) e Da Luz (PRTB). Mas, em clima de confiança, seu grande recado foi frisar a necessidade de Salvador eleger Pelegrino ao pedir “encarecidamente” votos dos soteropolitanos para o petista.



As promessas também pautaram o pronunciamento da chefe nacional, a exemplo da ampliação do projeto do metrô até Cajazeiras. Ela também frisou as realizações de seu governo, como a ascensão da classe média e do acesso à educação por pobres e negros. Dilma ressaltou ainda alguns projetos como o Minha Casa, Minha Vida. “Para que tudo tenha continuidade, eu quero dizer que eu preciso de um parceiro e que esse parceiro é Pelegrino. Preciso de gente que vista a mesma camisa, e tenha o mesmo compromisso”, afirmou.



A presidente tocou em um dos pontos recorrentes na campanha ao dizer que seu governo era do “bem” e “não perseguia, entretanto sabia reconhecer quem era da mesma família”. Ela ainda cutucou o candidato democrata, ACM Neto, ao dizer: “Tem gente que sempre foi contra as cotas nas universidades públicas e dizia que o Programa Bolsa Família era Bolsa Esmola. Tem gente que acha um absurdo o governo subsidiar moradia para os trabalhadores que não podem pagar, através do Minha Casa, Minha Vida. Tem gente que acha um absurdo abrir as portas das escolas particulares para a população de baixa renda, como acontece com o Prouni”, provocou a presidente. Dilma encerrou a sua fala reiterando seu pedido para que a população de Salvador “ajude o time a ficar completo”.



“Salvador não pode ter um governinho, não pode ter um governo pequenininho. Considerem Pelegrino. Meu governo não discrimina nem persegue ninguém, mas isso não significa que eu não sei quem faz parte do meu programa, da minha família”.



Jaques Wagner



Um dos primeiros a discursar no com, o governador Jaques Wagner (PT) destacou a presença da presidente Dilma em Salvador e a importância do bairro de Cajazeiras. Sem deixar de citar o último capítulo de Avenida Brasil, que acabou sendo polemizado na campanha, após a intenção do PT de colocar um telão para transmissão, Wagner disse que independente da atração, o povo foi prestigiar o ato.



“Vocês sabem quem matou o Max? Eu também não sei. Mas sei quem vai salvar Salvador. É o 13, Pelegrino”, disse ao fazer uma brincadeira relacionando o personagem da novela. Em seguida comparou a candidatura do DEM à vilã ao dizer: “O lado de lá mente mais que a Carminha”. Entretanto, após chamar a militância para que saísse às ruas e batalhasse pelo êxito do petista, o governador disparou contra o postulante adversário ao fazer alusão ao governo carlista.



“Governaram durante 40 anos e não fizeram o metrô, não fizeram o Hospital do Subúrbio. Nós geramos 510 mil empregos em seis anos de governo. Quem não fez quando pôde não vai fazer quando não puder”, criticou. Wagner também prometeu, alinhado com Pelegrino, melhorar a mobilidade urbana, ampliar o Minha Casa, Minha Vida e construir outra unidade do Hospital Couto Maia no bairro. “Nelson é o melhor como pessoa, como político e muito melhor porque tem um grande projeto”, afirmou.



O gestor estadual ironizou a pesquisa do Instituto Ibope. “(Nelson) você é um cara de sorte, pois o mesmo instituto que disse que eu não ganhava no primeiro turno (2006) e que errou no primeiro turno deste ano, agora está dizendo que o outro lado está na frente. No meu instituto, você e Olívia estão na frente e esse outro vai errar como errou no primeiro turno”, disse. Embalado pela presença dos principais líderes,



Nelson Pelegrino disse que o comício foi uma homenagem a Cajazeiras. O petista frisou projetos federais que não foram implementados em Salvador, segundo ele por “incompetência da atual administração”. O candidato tocou no problema do trânsito na região e no fato de as pessoas gastarem duas horas para irem e voltarem até suas casas e prometeu grandes obras, como o metrô até o bairro, a recuperação da Via Regional, a implantação da Avenida 29 de Março, um Centro de Abastecimento, duas UPAs, e planejamentos para instalação de empresas. “Aqui também existe uma aspiração de ter uma universidade pública e nós vamos implantá-la, assim como uma escola técnica, pois o povo de Cajazeiras merece”, frisou.

Tribuna da Bahia

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