Há mais de doze anos as barracas de praias em Salvador já eram um verdadeiro atentado ao bem estar do usuário e dos frequentadores das praias; as vezes os bancos eram feitos de madeiras agrestes, com barrotes servindo de pés pregados as tábuas e fincados nas areais e presas com cimento no interior destas.
E todos "ambientalistas", órgãos dos governos em todas as suas esferas em verdade não estavam nem aí.
Estou escrevendo sobre Salvador, com um grande litoral, belas praias e barracas como uma imensa vergonha.
O tempo passou e há cerca de cinco anos teve inicio o grande lenga-lenga interminável envolvendo Prefeitura, Sindicatos, Ministérios públicos e de roldão prejudicando a população da cidade, os visitantes e turistas.
E eu por exemplo ando escrevendo sobre o assunto há muitíssimo tempo e a cada instante entendo que a solução tem uma conotação muito politica em detrimento de Salvador e da Bahia, pois em outras cidades do nordeste brasileiro como Aracajú - Maceió - Recife - Fortaleza - Natal e outras o que se observa são equipamentos explorando bares, restaurantes de primeira qualidade.
Uma cidade praiana tem que ter serviços de praia condizente a preservar os interesses dos turistas e habitantes e domiciliados na região e o que demonstra a insensibilidade de toda essa gente é que a cidade e o povo que se dane.
Conforme a Midia tem noticiado desde janeiro de 2005, por conseguinte há mais de cinco anos esse assunto não tem uma solução e se transformou em um problema que no momento é atrapalhado até pela Justiça.
Como resumo :
Em Janeiro/2005 a Prefeitura lança um projeto de requalificação e inaugura a primeira reforma em Dezembro do mesmo ano, sem consultar a União ( área de domínio da Marinha);
Em 2006 o MPF paralisa as obras que só tinham pronta 41 barracas das 215 do projeto;
Em fevereiro/2008 os barraqueiros pedem o afastamento de Juiz que julgaria a ação existente e o TRF negou o pedido;
Em julho de 2009 a Prefeitura desiste do recursos no TRF contra a demolição e são demolidas 75 barracas;
Em março/2010 a Prefeitura pede a demolição das outras 137, das quais são demolidas 98 e a historia continua.
A Prefeitura de Salvador defende projeto que é criticado por IPHAN e comissão que estudou o caso.
Salvador tinha 512 barracas e no projeto do municipio serão 266 a serem construídas no canteiro central da Orla no trecho que vai do Farol da Barra a Ipitanga e por ora não se sabe o que realmente vai acontecer.
Em Salvador é muito difícil a tarefa de tentar desenvolver e de ter na imensa orla, cabanas, bares, restaurantes, barracas, pois a luta para demonstrar força e poder é maior do que o interesse da cidade, de seus habitantes fixos ou flutuantes.
Segundo tenho lido é uma das exigências para o aparelhamento da cidade para a Copa do Mundo de 2014 que tenhamos uma orla, dotada de todos os requisitos de higiene, mobilidade, segurança, e excelentes serviços no ramo de bares, restaurantes, quiosques com iguarias regionais como em países civilizados.
Salvador tem cinco anos que o Verão não oferece barracas de praia em boas condições e isso é uma Vergonha.
A Prefeitura tem planos para seis tipos de construções diferentes a serem instaladas no canteiro central da orla, com dimensões que variam de 11m2 a 19m2, mas há os que são contra.
Será que para o bem da cidade não se pode deixar as vaidades e resolver o problema de uma vez?
Com a palavra o MPF, a Prefeitura e toda infinidade de órgãos e também os travadores do desenvolvimento e do progresso.
Eu sou plenamente favorável que as barracas não fossem construídas nas areias das praias e sim em locais que não fossem de encontro a liberdade dos banhistas e praticantes de esportes nas áreas permitidas e que fossem construídas em locais bem cuidados, com banheiros públicos, segurança, boa iluminação e som limitado aos decibéis permitidos por legislação em vigor e tudo mais pertinentes ao bem estar dos frequentadores.
Essa é minha opinião.
Um comentário:
Caro redator,
Concordo plenamente com o último parágrafo, eu há exatamente 30 anos, ainda jovem, conheci e sonhei um dia morar no bairro de Praia do Flamengo. Lutei e consegui realizar este sonho, mas durou pouco, quando cheguei aquele local existiam apenas 8 barracas de praia, hoje existem exatas 58. Tive que vender meu imóvel e me retirar do local, melhor dizendo fui literalmente expulso da minha moradia, tenho registrado junto a SUCOM centenas de denúncias por poluição sonora, as festas das barracas, se é que podemos chamar "barracas", aconteciam a qualquer dia da semana e se prolongavam até o início da manhã, sábados e domingos era outro inferno, parecia que existia disputa de quem detém a melhor aparelhagem de som, a mistura de generos musicais era tamanha que não se conseguia identificar qual música estava tocando. O uso indiscriminado de drogas em volta da minha residencia era fato, a prostituição de todas as formas era visível, homens fazendo suas necessidades fisiológicas abertamente, em frente as residências sem o menor escrúpulo , a imundice constada nas areias, ao caminhar pela manhã de uma segunda feira é de espantar qualquer pessoa de bom senso. Não vou aqui me prolongar relacionando todas os fatos negativos provocados por estas construções absurdas, mas faço questão de observar qual o futuro que estamos dando a nossa juventude, quando famílias prostam-se às mesas destes "bares", acompanhados dos seus filhos até que cresçam e passem para a mesa vizinha. Quantos acidentes automobilísticos provocados por adolescentes completamente embriagados, ao sairem destes estabelecimentos. Precisamos sim de bons bares, bons restaurantes, mas longe da areia da praia.
Obrigado.
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