segunda-feira, 25 de maio de 2015

POLÍTICOS E EMPRESÁRIOS DEFENDEM RETOMADA DO PROJETO DO ESTALEIRO


25/05 - 18h53m -Fonte:Bahiaeconômica
 

Durante encontro com empresários e senadores baianos realizado hoje (25), na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), onde se discutiu a situação do estaleiro da Enseada Indústria Naval, o presidente do empreendimento, Fernando Barbosa, falou sobre o momento vivido pelo equipamento e a situação do empresariado local motivada pelo desemprego na região do Recôncavo Baiano.

“Nossa chegada no Recôncavo trouxe uma série de oportunidades para os moradores. Somos uma indústria fertilizadora e agora enfrentando uma crise de liquidez no setor que nos afeta profundamente. Fizemos um investimento altíssimo em tecnologia, mandamos pessoas para serem treinadas no Japão no estaleiro da Kawasaki e isso tudo neste momento está paralisado”, disse o presidente. Segundo ele, o estaleiro tem contado com apoio dos acionistas e dos governos da Bahia e do Japão. “O governo japonês tem nos apoiado incondicionalmente. Sempre tivemos também um apoio do Estado, uma parceria estreita e fundamental”, revelou.

Na avaliação de Ricardo Alban, presidente da FIEB, um empreendimento do porte do estaleiro Enseada é estratégico para a economia local e para o resgate da indústria naval nacional. “São investimentos da ordem de R$ 3,2 bilhões que têm efeitos muito positivos para o emprego, a renda e a arrecadação em municípios com baixo desenvolvimento econômico e social. Além disso, o empreendimento pode contribuir para a revitalização do segmento metalmecânico baiano. Trata-se de um projeto estruturante e de grande impacto para a indústria, em razão dos seus efeitos multiplicadores para a economia, em especial no momento em que enfrentamos uma crise econômica”, afirmou.

Na ocasião, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (SINTEPAV), Bebeto Galvão, ressaltou que a retomada da indústria naval na Bahia foi uma decisão política do Estado, não somente dos acionistas do empreendimento. “Temos que olhar para o valor que esse estaleiro tem para a vida da Bahia. Não podemos permitir a interrupção daquela obra, nem das atividades industriais por tudo que isso representa. O estaleiro não pode ser compreendido como apenas dos acionistas e sim como uma conquista do povo baiano. Hoje, temos mais de 6 mil pessoas desligadas das suas atividades na Enseada”, pontuou.

Entre novembro de 2014 e março de 2015, a massa salarial anualizada retirada do mercado com as demissões foi de R$ 120 milhões, impactando Maragojipe, Salinas da Margarida e todo o Recôncavo. Confira abaixo os principais números da Enseada.
 - Investimento total na Bahia: R$ 3,2 bilhões
- Investimento já realizado na Bahia: R$ 2,6 bilhões
- Investimento realizado em transferência tecnológica: US$ 85 milhões
- Geração de empregos no pico das obras: 7.200 trabalhadores, sendo 87% de baianos
- Investimentos já realizados em ações sociais no entorno: R$ 40 milhões
- Pagamentos de tributos até o momento: R$ 326 milhões (Federal, Estadual e Municipal)
- Carteira de contratos com a Sete Brasil: US$ 4,8 bilhões – fabricação, na Bahia, de seis sondas de perfuração
- Carteira de contratos com a Petrobras: US$ 1,7 bilhão – conversão, no Rio de Janeiro, de quatro cascos de navios VLCCs em FPSOs

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