sexta-feira, 1 de maio de 2015

Avena propõe Centro de Convenções no Comércio e Revitalização completa da área




A Bahia precisa deixar de pensar pequeno e viabilizar um grande projeto de requalificação da orla da Baía de Todos os Santos, no Comércio, fazendo o que todas as grandes cidades turísticas do mundo fizeram ao reativar suas áreas portuárias, transformando-as em áreas de lazer, turismo, cultura e economia. Esse projeto já passa pela cabeça do governador Rui Costa e do Prefeito ACM Neto, propostas soltas estão na mesa de cada um deles e basta ordená-las num plano urbanístico para que Salvador se transforme na mais importante capital turística do país, ao lado do Rio de Janeiro. 

O primeiro passo é a construção de um novo Centro de Convenções, de frente para o mar, no terreno onde fica a base dos fuzileiros navais. A ideia foi proposta pelo próprio governador Rui Costa e poderá ser o equipamento âncora que vai dar início à revitalização da área. Naturalmente, juntamente com a construção do novo Centro de Convenções, será necessário proceder a abertura da frente marítima do Comércio, com a derrubada dos horríveis barracões do porto, que há mais dez anos venho proponho demolir, e que hoje são inúteis, ou quase, até porque a Via Expressa eliminou qualquer necessidade de esconder o mar para estocar grãos e bugigangas. São duas ações relativamente baratas em termos de investimentos e a ela poderá ser agregada com a construção de estacionamentos e  outros equipamentos de lazer e cultura. 

Esse novo Centro de Convenções tem de ser um prédio especial, algo como o Museu de Niterói, de Oscar Niemeyer, com arquitetura arrojada, como a de Museu Guggenheim em Bilbao, e a derrubada dos barracões do Porto se torna imprescindível para abrir a vista para o mar, proibindo-se a  construção de novos mostrengos, como o novo terminal de Passageiros, que, embora de vidro, carece de leveza e continua escondendo a baía. O projeto incluiria, áreas pra restaurantes, pavilhão de exposição e outros equipamento em locais adequados e, para não pensar pequeno, por que não interligar  com um teleférico a área entre o Solar do Unhão e o porto, como foi feito no Parque das Nações em Lisboa.  Para dar mais densidade econômica a esse projeto, a Prefeitura de Salvador poderia implantar nos prédios da cidade alta e da cidade baixa, ligados pelo elevador Lacerda, o Centro Administrativo da Prefeitura Municipal, densificando a área onde já está previsto a reformulação do sistema viário através de  VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, entre o Comércio e Paripe, um projeto já negociado. Note-se que a proposta preserva inteiramente o Porto de Salvador, que a cada dia consolida-se como um dos mais competitivos do país, e sua ampliação estaria garantida.

Vale lembrar também que o Centro de Convenções do Comércio não precisa ser monumental ou completo, como querem alguns, precisa ser, sim, arrojado e inovador. Salvador pode e deve ter outros equipamentos, como um pavilhão de feiras, que poderia ser mantido no atual Centro de Convenções ou em outro local. Por outro lado, a Arena Fonte Nova, já cumpre um papel importante no contexto dos eventos na Bahia e esse papel seria mantido e ampliado com a ampliação de eventos, congressos e feiras que resultaria de um projeto desse tipo. O fato é que Salvador precisa requalificar sua área portuária, criar uma área turística de primeiro mundo, recuperando as funções empresariais, turísticas e até habitacionais do Comércio, sem que seja necessário sequer mexer substancialmente nos parâmetros de construção da área, que já comportam um projeto desse tipo. 

Poucos se deram conta que a Via Expressa transformou a região do Comércio e da Calçada, que o aeroporto ficou mais perto, que existem pistas exclusivas para caminhões que entram diretamente no Porto e que, a exemplo do que ocorreu em Barcelona, Buenos Aires e outras cidades,  a região portuária de Salvador tem de ser requalificada, mantendo sua atividade econômica. É hora de vestir com arrojo e beleza a princesa da Baía de Todos os Santos e, ao mesmo tempo, criar condições econômicas para que ela cresça margeando o mar.
 

                                        ENERGIA PARA A BAHIA
 
O Seminário Energia Competitiva no Nordeste, realizado está semana no auditório da FIEB - Federação das Indústrias do Estado da Bahia, numa promoção do jornal Correio e da Braskem foi da maior importância para a compreensão do papel estratégico que cumpre o insumo energia no futuro do Brasil e Bahia. Ficou claro, por exemplo, que a energia elétrica no Brasil é uma das mais caras do mundo e que isso faz os produtos brasileiros perderem competitividade no exterior. E, com se não bastasse, o produto voltado para o mercado interno, que embute energia em várias etapas, também fica mais caro a medida que o governo eleva a tarifa e não estabelece um política de longo prazo para o setor. 

Aqui cabe destacar os dados da Abrace e da Fundação Getúlio Vargas dando conta de que cada 1 real a menos no custo de energia gera oito reais a mais no PIB brasileiro.  Consensual também foi a necessidade de diversificar a matriz energética do Brasil e da Bahia e, nesse sentido, surge o imenso potencial das energias eólica e solar. E aqui o destaque ficou para a ideia do Secretário de Infraestrutura, Marcos Cavalcanti, no sentido de trazer para a Bahia um centro de pesquisa sobre energia solar. 

Por fim, ficou patente a urgência de resolver a questão do contrato de fornecimento de energia da Chesf com as empresas eletro intensivas da Bahia e do Nordeste. Essas empresas compõem uma cadeia que movimenta R$ 16 bilhões anualmente e emprega 145 mil trabalhadores e não é possível deixar a negociação para a última hora, já que os contratos se enceram em junho de 2015. Como disse o vice-presidente de relações institucionais da Braskem, Marcelo Lyra, essa empresas são players que competem no mercado internacional e precisam de energia competitiva, sem esquecer que essa energia fornecida há trinta anos já está amortizada. É sempre bom lembrar que energia é indutor de desenvolvimento e pode assim reduzir as desigualdades regionais. Tirar essa vantagem competitiva das empresas nordestinas é apostar no aguçamento dessas desigualdades.
 
                                 O PREJUÍZO DA CESTA DO POVO
 
A Ebal – Empresa Baiana de Alimentos, estatal proprietária da rede de lojas Cesta do Povo, registrou um prejuízo de R$ 26 milhões em 2014. Que a Cesta do Povo dá prejuízo não é novidade, desde sua implantação o prejuízo acumulado atinge a R$ 754 milhões. O estranho foi o aumento no prejuízo verificado de um ano para outro e que chega a mais de 700% entre 2013 e 2014.  Questionado pelo portal Bahia Econômica, que deu a notícia em primeira mão, a empresa deu como justificativa a greve da PM, quando 10 lojas foram saqueadas e uma incendiada, a desocupação do Centro de Distribuição de Feira de Santana e uma operação realizada entre 2013 e 2014 com a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento. 
A estatal federal doou várias toneladas de milho a EBAL, que entraram no balanço de 2013 como doação, permitindo que a empresa registrasse  um prejuízo de apenas R$ 3,2 milhões. Mas em 2014, esse mesmo milho foi, segundo a empresa, vendido a preços subsidiados, o que resultou num prejuízo de cerca de R$ 7 milhões. A conta é de difícil compreensão e, para completar, a empresa teve de pagar R$ 8 milhões por conta de  processo trabalhista.  Com isso, o governo do estado teve de aportar a Cesta do Povo em 2014, recursos do Tesouro no montante de mais de R$ 26 milhões. A empresa, que teve um receita de R$ 620 milhões em 2014, está à venda, mas se esse processo demorar muito, ano que vem outro prejuízo vai sangrar os recursos do Tesouro Estadual. 

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