quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Eólica e a Bahia



Governador Wagner abre maior evento de energia eólica da AL
O governador destaca consolidação da cadeia produtiva da fonte eólica na Bahia
Com 132 projetos de parques previstos e em operação, a Bahia confirma o grande potencial no setor de geração de energia eólica graças à capacidade de gerar 3,2 gigawatts, que representam investimentos de R$ 12 bilhões. O fortalecimento da cadeia produtiva da fonte energética gerada a partir do vento foi destacado, nesta terça-feira (26/08), pelo governador Jaques Wagner, ao abrir o Brazil Windpower 2014, que continua até quinta (28/8), no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro.
A quinta edição do maior evento ligado à energia eólica da América Latina reúne os principais órgãos, empresas, investidores e pesquisadores do setor. Também participaram da abertura do encontro os secretários estaduais da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, e do Meio Ambiente, Eugênio Spengler.

Na ocasião, Wagner foi homenageado pela atuação na atração de investimentos para a instalação de parques e indústrias de equipamentos eólicos na Bahia. “É motivadora e desafiadora a energia renovável e limpa, que é a energia eólica. Agradeço pela honraria pelo segundo ano consecutivo. Efetivamente quando chegamos [ao governo], em 2007, não havia projeto [na área de energia eólica] apesar das fontes de vento privilegiadas, com produtividade como aqueles que já investem sabem”.

Segundo o governador, “sete anos depois, temos projetos instalados e a instalar no estado, o que representa uma mudança de qualidade na vida do povo do sertão baiano, do semiárido. Além do emprego gerado diretamente, temos a melhoria [de vida] com a energia instalada em terrenos de pequenos produtores. É importante para quem vive apenas da produção rural”.

Meta

A Bahia já dispõe de 10 gigawatts licenciados para os próximos anos, com a meta de gerar 5 gigawatts, ou 25% de toda energia eólica produzida no país até 2020. Com o anúncio da fábrica de torres metálicas da Alstom, na região de Jacobina, que receberá investimentos de R$ 86 milhões, chega a sete o número de produtores de equipamentos instalados no estado.

Fornecedora global de equipamentos e soluções para geração de energia, a Alstom vai criar, em parceria com a Andrade Gutierrez, o empreendimento conjunto Torres Eólicas do Nordeste (TEN). O projeto prevê a construção e operação de uma fábrica de torres de aço para aerogeradores próximo aos parques eólicos da região, descentralizando a produção deste componente no estado. 

A Alstom já opera uma fábrica de aerogeradores em Camaçari e aumentou a capacidade de geração por meio de parceria com o parque eólico da Renova Energia, totalizando investimentos de R$ 2,5 bilhões. Além da francesa Alstom, estão em operação na Bahia as espanholas Gamesa (caixa do rotor de aerogeradores), Acciona (cubos eólicos), Torrebras (torres para turbinas) e a brasileira Tecsis (pás e geradores). 

Potencial

“O vento baiano é um dos mais nobres e, desde o início, apontamos que a Bahia seria o centro estratégico eólico para a Alstom, não só pelo mercado potencial, mas também por ter um centro tecnológico como o Senai/Cimatec e mão de obra muito bem desenvolvida”, ressaltou o diretor da empresa, Roberto Miranda.

A Bahia participa também de um programa de formação de mão de obra em energia eólica, com investimento de R$ 3,6 milhões, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em parceria com a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento. 

Na área de pesquisa e suporte à cadeia produtiva, o governo estadual realizou, em 2013, a atualização do Atlas Eólico do Estado da Bahia, utilizando novas tecnologias para indicar as melhores áreas de potencial eólico no território baiano e as principais características do vento a até 150 metros de altura.

O estudo identificou sete áreas com grande potencial eólico - Serra do Sobradinho, Serra Azul, Morro do Chapéu, Serra da Jacobina, Serra do Estreito, Caetité e Novo Horizonte, este último o ponto mais alto da Bahia.
Fonte: Secom

Eólica deve corresponder a 11% da produção nacional em dez anos
Em agosto, a fonte atingiu a capacidade instalada de 5 GW, o suficiente para abastecer, na média, cerca de 4 milhões de residências
A participação da energia eólica na matriz energética brasileira deve atingir 11% nos próximos dez anos. Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, esta é a perspectiva com que o governo federal está trabalhando. Ele acrescentou que, atualmente, este é o tipo de energia que mais vai crescer no período depois da hídrica e que a produção no Brasil já ultrapassou a da energia nuclear.
Em agosto, a fonte eólica atingiu a capacidade instalada de 5 gigawatts (GW), o suficiente para abastecer, na média, cerca de 4 milhões de residências ou 12 milhões de pessoas, o que corresponde a uma cidade do tamanho de São Paulo.

O presidente da EPE deu as declarações ao participar da abertura do 5º Brazil Windpower, promovido anualmente pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), pelo Conselho Global de Energia Eólica (Gwec) e pelo Grupo CanalEnergia. O encontro reúne representantes das principais empresas da cadeia produtiva da indústria de energia eólica.

Tolmasquim também informou que o leilão de energia de reserva de 2014, que vai ocorrer no dia 31 de outubro, tem registrado um grande interesse e atingiu mais de mil inscritos. Ele destacou que embora ainda não tenha terminado o processo de habilitação técnica, deve haver um número razoável de usinas habilitadas. "Como os preços-teto são bastante atrativos nos três produtos, tanto no hídrico, como no térmico e eólico/solar, acredito que vai ter muito interessado em participar. As perspectivas são muito boas", informou destacando que o leilão vai ser competitivo com diferentes tipos de tecnologia e de combustível.

Ainda na abertura a presidenta da ABEEólica, Elbia Melo, disse que o setor está muito otimista neste momento. "Ano passado nós já estávamos muito felizes porque havíamos participado de um leilão de reserva e tínhamos boas sinalizações de contratação. Terminamos o ano de 2013 com resultado surpreendente, muito acima da melhor expectativa" disse. Segundo a presidenta, a perspectiva de contratação para o ano que vem, é boa porque o setor está em um processo de desenvolvimento.
Fonte: Agência Brasil

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