quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Política
GAPs e reajuste serão enviados a Assembleia
Fernanda Chagas subeditora
Após o governador Jaques Wagner assegurar que está disposto a atender as principais reivindicações dos policiais militares em greve, o recém empossado secretário da Casa Civil, Rui Costa, braço direito do líder petista, anunciou ontem como reforço, que a incorporação das gratificações de atividade policial (GAPs 4 e 5) e o reajuste linear de 6,5%, serão garantidos por meio de projetos de lei a serem enviados para a Assembleia Legislativa, tão logo o parlamento retome as atividades (dia 15).
O secretário explicou, no entanto, que o pagamento não poderá ser efetuado imediatamente, pois se trataria de uma “irresponsabilidade” do governo. “Só a GAP 4 custará R$ 179 milhões aos cofres públicos. O desejo do governador seria pagar em janeiro, mas não é com vontade e desejo que se faz a administração pública".
 
Segundo Costa, o escalonamento das gratificações foi necessário devido à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que define um teto de gastos com pessoal do Estado. “Já estamos com 46% da receita corrente líquida comprometida com gastos de pessoal. Portanto, não é possível alterar o prazo de pagamento. Fizemos o máximo para atender ao pleito dos policiais.
 
Até porque, o parcelamento das GAPs foi sugestão dos próprios líderes da categoria. Atendemos plenamente aos pleitos e, agora basta com que os policiais reflitam e voltem a dar tranquilidade aos baianos”, ressaltou. Rui Costa fez questão de detalhar a preocupação do governo, no sentido de apresentar uma proposta concreta que garanta o pagamento das gratificações.
 
“As negociações têm sido mantidas com bom senso para que as propostas sejam viáveis, do ponto de vista do orçamento do Estado, e não tenham apenas objetivo de acabar com a greve rapidamente, mas sim de viabilizá-las, tirá-las do papel”. Outro pleito atendido pelo governo, conforme o secretário, diz respeito às sanções aos PMs que aderiram a greve.
De acordo com ele, o Estado não punirá administrativamente e nem judicialmente policiais que participaram do movimento de maneira pacífica. “Porém aqueles que praticaram atos criminosos responderão de forma administrativa e judicial. Isso o Estado não abre mão. Apresentamos essa proposta de punição e os policiais disseram que estamos corretos e que eles próprios não admitem que dentro da corporação pratiquem atos criminosos”, enfatizou.
 
Quanto à revogação das prisões dos 12 líderes do movimento, Costa esclareceu que só o Poder Judiciário pode tomar essa decisão. Por fim, o secretário foi enfático ao afirmar que as propostas não serão revistas, e voltou a pontuar que situação seria resolvida em questão de horas. “As forças militares estão apertando o cerco. Mais tropas federais estão chegando à Bahia e essa situação, de uma forma, ou de outra será resolvida nas próximas horas”.

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