Comitiva do Ministério do Esporte conhece experiências portuguesas em grandes eventos
O secretário-executivo, Luis Fernandes, visitou a Federação Portuguesa de
Futebol e o Parque das Nações para conhecer detalhes da preparação do país para
a Eurocopa de 2004 e para a Exposição Mundial de Lisboa, em 1998
Para conhecer a experiência dos portugueses na preparação de grandes eventos,
o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, visitou, nesta
segunda-feira (20.02), em Lisboa, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o
Parque das Nações (Expo 98), onde teve acesso a dados da construção e concepção
da Exposição Mundial de Lisboa 1998, que deu origem a um projeto de inovação
urbana em uma área anteriormente degradada da cidade.
Para o secretário executivo Luis Fernandes, a agenda desta segunda-feira foi
rica em informações relevantes tanto para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014
como para os Jogos Olímpicos de 2016. “Ficou ainda mais clara a necessidade de
se pensar no desafio do legado. No caso da Eurocopa 2004, apesar do sucesso da
competição, o legado teve certa frustração na subutilização de alguns estádios“,
comentou.
Na ocasião, dez estádios foram construídos para a competição, que terminou
com o título da Grécia e os donos da casa como vice-campeões. “Já o Parque das
Nações é um grande exemplo de utilização de um grande evento para alavancar o
desenvolvimento da região. Temos que pensar na Copa e Olimpíadas para além do
evento”, afirmou.
Eurocopa 2004
O Campeonato Europeu de Futebol foi sediado por Portugal em 2004. Para isso,
os anfitriões construíram e reformaram dez estádios. Cerca de um milhão de
turistas visitaram o país no período. Para o coordenador administrativo e
financeiro da Federação Portuguesa de Futebol e antigo membro da Sociedade Euro
2004, Paulo Lourenço, a organização de um grande evento esportivo é uma grande
possibilidade de desenvolver vários setores da sociedade. “Aprendemos muitas
coisas, inclusive na criação da estrutura de governança, que depende muito da
união e trabalho conjunto de todos os envolvidos“, disse.
Dentre os principais desafios na organização da Euro 2004, segundo Lourenço,
estiveram a estruturação de uma equipe ampla para lidar com temas sensíveis como
proteção das marcas dos patrocinadores, segurança, vistos e até conflitos
interculturais. “Um dos nossos legados foi o trabalho de conhecimento das
culturas dos outros países”, afirmou, citando o aumento do respeito com os
outros povos. “Muitos cumprimentam de um jeito, abraçam de outro, têm outras
tradições. É tão importante essa questão que até virou matéria de universidade
aqui em Portugal”, comentou.
Sobre os estádios, Lourenço admitiu que se tornaram uma referência para o
esporte no país, apesar de alguns não terem tido o planejamento inicial
executado após o torneio. Sobre o Brasil, ele apostou no sucesso dentro e fora
de campo. “O Brasil, no futebol e em outras coisas mais, está um patamar acima
de muitos países”, acredita.
Parque Expo 98
Fernandes visitou também o Parque das Nações, um grande complexo urbano,
comercial e turístico concebido após a Exposição de Lisboa de 1998, chamada de
EXPO 98. Na época, em 132 dias de evento, mais de 10 milhões de pessoas
visitaram as atrações da Expo. Atualmente a área abriga várias atrações, como o
Oceanário, além de um complexo de transporte urbano, cassino, hotéis, centros
comerciais, teatro, ciclovia, entre outras estruturas distribuídas por um área
de 330 hectares.
O presidente do Parque Expo, John Antunes, citou o grande investimento no
local e a criação de uma infraestrutura sustentável, que agregou valor a uma
área anteriormente degradada. “O parque, que se tornou um dos fatores que
impulsionou o turismo em Lisboa, tem uma forte característica de
multifuncionalidade e, por isso, tem uma grande vivência todos os dias”,
explica.
Para Luis Fernandes, o exemplo da Expo 98 pode ser adotado pelo Rio de
Janeiro nas Olimpíadas de 2016 em áreas como o porto da cidade. “Um modelo muito
impressionante de aproveitamento de área degradada em um projeto absolutamente
inovador”, comentou.
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