Dilma se diz contra anistia a PMs na Bahia e afirma que ficou "estarrecida" com gravações
A presidente Dilma Roussef se mostrou categoricamente contra a anistia dos
policias grevistas da Bahia. "Por reivindicar, as pessoas não têm de ser presas
nem condenadas, mas por atos ilícitos, por crimes contra o patrimônio, crimes
contra a pessoa e contra a ordem pública, não pode ser anistiado", disse ela em
rápida entrevista ao vistoriar obras da ferrovia Transnordestina, no município
de Parnamirim, sertão pernambucano, a 561 km do Recife.
"Se anistiar, aí vira um país sem regra." A presidente afirmou que o Brasil
tem hoje uma visão de garantia da lei e da ordem muito moderna. "Nós não
consideramos que seja correto instaurar o pânico, instaurar o medo e criar
situações que não são compatíveis com a democracia."
"Não concordo em alguns casos, de maneira alguma, com processo de anistia que
parece sancionar qualquer ferimento da legalidade, não concordo e não vou
concordar", enfatiza.
Segundo ela, numa democracia sempre se tem que considerar legítimas as
reivindicações, mas há forma de reivindicar. "Não considero que aumento de
homicídios na rua, queima de ônibus, entrada em ônibus encapuzados, sejam uma
forma correta de conduzir o movimento", acrescentou ela, que disse ter ficado
"estarrecida" ao assistir as gravações entre líderes de movimentos da Polícia
Militar divulgadas pela TV Globo na noite de ontem.
"Há outros interesses envolvendo toda essa paralisação", completa. A
presidente disse aguardar com muita expectativa o desenrolar de todos os
acontecimento e garantiu que o governo federal vai agir prontamente com suporte
e apoio aos governadores sempre que eles peçam. "Em os governos solicitando,
terão presença garantida do governo federal em todas essas questões", finaliza.
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