quinta-feira, 11 de junho de 2015

DECLARAÇÃO DE WAGNER MOSTRA PARALISAÇÃO DA FIOL E PÕE EM DÚVIDA SUA CONCLUSÃO



11/06 - 07:36hs - Bahiaeconômica


O ex-governador Jaques Wagner, ao criticar ausência da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) no Programa de Concessão, lançado pela Presidente Dilma Rousseff na última terça-feira, terminou por alarmar todo o estado que pensava que os recursos da construção da ferrovia, pelo menos no primeiro trecho, estariam previstos no PAC e, por isso, não precisariam entrar no programa de concessões.

Ao dizer ao jornal Estado de São Paulo que estranhou a ausência da ferrovia baiana no programa de concessão, Wagner  terminou por  denunciar a falta de recursos para a obra, que não tem viabilidade para ser leiloada no programa de concessões.

 “Essa é a maior obra de infraestrutura da Bahia. Se não temos o dinheiro para fazer a obra, o melhor seria entrar na concessão. Mas sabemos que para isso é preciso fazer antes uma avaliação, um estudo de viabilidade econômica”, disse o Ministro da Defesa, que ainda reiterou sua expectativa de que o empreendimento possa fazer parte de uma futura rodada de concessões.

A declaração de Wagner jogou um balde de água fria naqueles que estavam acreditando na conclusão do primeiro trecho da obra, ligando a Caetité a Ilhéus, ainda em 2017, com recursos da Valec como estava previsto.

Além disso, o Bahia Econômica apurou que o Ministério do Planejamento não listou a obra no programa de concessão porque ela não teria viabilidade econômica para ser leiloada, pois sequer o transporte de minério de ferro pela Bamin está garantido, já que a empresa atravessa uma fase difícil e não tem perspectiva da entrada em operação plena.

Por tudo isso, a expectativa é que a Ferrovia Oeste-Leste seria construída com recursos do PAC e não entrasse no leilão, como se queixa o ex-governador Jaques Wagner. Aliás, o Ministério dos Transportes estuda  a mudança do traçado da ferrovia, prevendo seu entroncamento em Campinorte em Goiás, ao invés de Figueiropólis como está previsto, para dar alguma competitividade a ferrovia que passaria a ser um corredor de transporte para a produção de grãos.

A queixa de Wagner expõe a situação de incerteza da obra. O jornal Estado de São Paulo mostrou que nos primeiros 500 km da ferrovia, entre Ilhéus e Caetité, a execução chega a cerca de 60%, mas um dos quatro lotes do trecho está paralisado.

O segundo bloco de 500 km que avança até Barreiras tem apenas 6% de execução e empreiteiras reduziram o ritmo, por conta de atrasos no repasse de recursos para a Valec pagar suas contas. Pior é a situação do terceiro bloco de 500 km, que avançaria até Figueirópolis nem começou.

Em resumo: a queixa do Ministro Jaques Wagner, mostra que não haverá recursos no PAC para a continuação das obras da Ferrovia Oeste-Leste e que ela não tem viabilidade econômica para atrair um leilão privado. Ou seja: não há expectativa para a obra.
 

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