sexta-feira, 26 de junho de 2015

AVENA LISTA PROJETOS BAIANOS PARALISADOS E QUESTIONA DELEGACIA EM PRAIA DO FORTE



Fonte:Bahiaeconômica

Uma série de projetos fundamentais para o desenvolvimento da Bahia estão sendo paralisados, foram adiados ou estão com seus recursos suspensos e as lideranças políticas e empresariais do Estado precisam se mobilizar para evitar que a economia baiana fique para trás.

Os exemplos são muitos. A Ferrovia Centro Atlântica, no trecho Caitité/Ilhéus teve as obras de vários lotes desaceleradas por falta de repasses de recursos e dificilmente será entregue em 2017. Já o segundo trecho ligando Caetité a Barreiras tem apenas 6% concluídos e não há data prevista para sua finalização. O Porto Sul, por outro lado, indispensável para dar consequência a Fiol, ainda não saiu do papel, tem problemas com o Ibama e sequer possui engenharia financeira definida.  Ainda em relação a questão ferroviária,  torna-se fundamental decidir o destino da Ferrovia Centro Atlântica cuja concessão foi tomada pelo governo sem que outro projeto fosse posto no lugar.

É urgente, portanto, retomar a concessão em outros termos, com garantias de investimentos. A Bahia precisa também da construção do ramal ferroviário que ligará o Polo Petroquímico de Camaçari ao Porto de Aratu, já solicitado pelo governador ao governo federal. Aliás,  em relação ao Porto de Aratu, é urgente a inclusão de todos os terminais do porto no programa de Concessões de modo a que possa haver investimentos numa da áreas mais criticas da infraestrutura na Bahia.

No caso das rodovias, várias são as demandas dos Estado, com destaque para a duplicação das BRs 101 e 116 que, embora já existiam trechos em obras e outros que serão objeto de concessão, precisa que todo o seu trajeto seja objeto de investimentos. A verdade é que a Bahia, apesar dos esforços do governo do Estado e da Prefeitura de Salvador, não vem conseguindo alavancar recursos junto ao governo federal. A Prefeitura de Salvador, por exemplo, ainda não obteve a liberação do financiamento para a construção do BRT e ainda não recebeu os recursos emergenciais solicitados por conta das chuvas que cobriram a cidade.

E o governo do Estado muito pouco tem recebido em termos de investimentos, especialmente se comparados a outros estados, como Ceará e Pernambuco, que ostentam um portfólio de  obras federais muito mais amplo. No âmbito privado, projetos fundamentais, como o do Estaleiro Enseada, que já demitiu mais 7 mil pessoas,  estão paralisados e as informações disponíveis indicam que o corte no Plano de Negócios da Petrobras, estimado em R$ 40 bilhões, vai atingir fortemente os projetos da estatal previstos para a Bahia.

 Esses foram apenas alguns exemplos de projetos fundamentais para  o desenvolvimento do nosso Estado que estão sendo adiados ou preteridos, mas há outros. É hora, portanto, das lideranças políticas e empresariais baianas marcharem juntas em defesa dos interesses da Bahia.


                          A OPERAÇÃO LAVA-JATO E A BAHIA

Por conta  da operação Lava-Jato, setores fundamentais para a economia baiana e brasileira estão sendo afetados, a exemplo da indústria naval e de petróleo, e de outros setores como petroquímica, construção pesada, etc. No caso da Bahia, por exemplo, grandes empresas, como Petrobras, Braskem, Odebrecht e outras, com investimentos em curso e que geram parcela expressiva  do PIB baiano e empregam milhares de pessoas estão envolvidas ou sendo citadas, o que gera enorme incerteza, entre investidores e trabalhadores, que temem perder seus empregos.

A operação Lava-Jato pode, sem dúvida, ser didática para o Brasil e estabelecer um novo critério na relação entre o estado e as empresas. Mas está na hora de se chegar ao elo que dá início a todo processo de corrupção, para assim punir os culpados e acabar com o clima de incerteza que hoje existe no setor privado e que desestimula os investimentos já   desestimulados pelo ajuste fiscal. Não será bom para ninguém se a Operação Lava-Jato tiver como efeito colateral a desestruturação de parte expressiva da economia baiana e brasileira.


                           INDÚSTRIA BAIANA PERDE POSIÇÃO

A indústria baiana está perdendo posição no Brasil e no Nordeste, embora ainda se mantenha como sétima província industrial do país. Em 2010, a Bahia gerava 4,1% do Valor de Transformação Industrial no Brasil e 45% do total gerado no Nordeste. Em 2013, a Bahia gerou apenas 3,8% do Valor de Transformação Industrial do país e 41,4% do Nordeste. No mesmo período, Santa Catarina, que gerava 4,7%, ampliou sua participação para 5,0%. E Pernambuco, que representava 15,6% do VTI do Nordeste em 2010, subiu sua participação para 18,4% em 2013. Os dados foram divulgados esta semana pelo IBGE e são um alerta para a Bahia.

                         PRIVATIZAR OS PORTOS É O CAMINHO

Desde que foi privatizado, movimentação de cargas  no Porto de Salvador vem crescendo de forma expressiva. Entre janeiro de maio de 2015, por exemplo,  mesmo com toda a crise, a movimentação de cargas no Porto de Salvador foi 25% maior que no mesmo período de 2010.

Já no Porto de Aratu, o cenário é de estagnação, a movimentação de cargas entre janeiro e maio deste ano foi a praticamente a mesma verificada em 2010. E nos primeiros cinco meses deste ano, a movimentação de cargas no Porto de Aratu caiu 15% em relação a 2014. Já o Porto de Salvador, mesmo com a redução da demanda, manteve o mesmo patamar do ano passado. Os números são da Codeba e mostram as vantagens da privatização.


                          PRAIA DO FORTE: PARAÍSO AMEAÇADO

Quando se implanta  – em uma rodovia que muitos policiais afirmam ser rota de tráfico de drogas – uma delegacia de polícia, um hipermercado e um posto de gasolina, tudo no mesmo lugar, se está, inevitavelmente, criando um polo gerador de violência.

E quando se verifica que o local escolhido para implantar esse conjunto de equipamentos é a entrada de Praia Forte, o mais importante balneário turístico da Bahia, a impressão que se tem é de que estão querendo destruir um paraíso.

Pois bem, a Prefeitura de Mata de São João vai fazer exatamente isso, criando uma super delegacia na entrada da pequena vila,  com efeitos duvidosos na redução da criminalidade no município, mas beneficiando claramente o referido Hipermercado, que terá segurança pública dia e noite. Antes, a Prefeitura já havia solicitado e o governo construído uma passarela inusitada, única no país, pois permite a passagem de motos,  bicicletas e pedestres no mesmo local, desembocando exatamente no terreno onde será construído o hipermercado.

É surpreendente, afinal, enquanto em Pernambuco o estado e as prefeituras protegem com unhas e dentes localidades como Porto das Galinhas e Fernando Noronha, para que elas permanecem bucólicas e o mais próximo possível da natureza, aqui a Prefeitura de Mata de São João, que é o  quinto município mais violento do país, coloca sua super delegacia (e libera a construção de um complexo comercial) não na sua sede de alto índice de violência, mas na entrada da principal área turística do estado e no meio de uma APA – Área de Proteção Ambiental.  Não se sabe se a decisão é decorrente da ignorância, do desconhecimento de políticas públicas ou de interesses comerciais, mas é inevitável constatar: pense num absurdo, na Bahia tem precedente.

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