quinta-feira, 15 de março de 2012

Novo ciclo de desenvolvimento para a Bahia

“Não falta dinheiro para projetos inovadores”. A afirmação é do secretário do Planejamento do Estado, José Sergio Gabrielli, durante a aula inaugural ministrada, nesta quinta-feira (15), na Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (Ufba).



Segundo Gabrielli, a Bahia precisa ser criativa para aproveitar os recursos disponíveis e que não carecem de investimento estatal. “Os investimentos privados planejados para o Estado entre 2012 e 2015 já superam os R$ 75 bilhões”, destaca.



O titular da pasta do Planejamento ressalta ainda que é fundamental trazer o capital financeiro para o estado e que os desafios estruturais devem ser vistos como oportunidades para o desenvolvimento. “Precisamos trabalhar considerando as limitações da infraestrutura, a exemplo da questão energética. Sem energia não tem crescimento, desenvolvimento e inclusão social. É um desafio, mas temos alternativas regionais, como a energia eólica e solar”, afirma.



Uma boa notícia para os baianos é que a Bahia anualmente fortalece o seu potencial no segmento de energia renovável. Nos leilões de energia realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre os anos de 2009 e 2011 ficou assegurado a implantação de 57 parques eólicos nos próximos anos, totalizando um investimento de R$ 6,5 bilhões.



Ordenamento

De acordo com o secretário, devido ao volume expressivo de investimentos no entorno da Baía de Todos-os-Santos (BTS) até 2015, as relações entre as cidades do entorno serão reconfiguradas e será necessário elaborar um plano diretor. “Terá início a construção da ponte Salvador-Itaparica, um estaleiro de alto porte em Maragogipe, um terminal de regaseificação, além da expansão da atividade portuária”, diz.



Apenas a implantação do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, que é voltado para a construção e integração de unidades offshore, como plataformas, navios especializados e unidades de perfuração, injetará na economia baiana R$ 2 bilhões.
 A demanda por mão de obra está estimada em 3 mil empregos diretos durante a construção e 5 mil após o início da operação do estaleiro, além de 10 mil indiretos.



Nova estratégia

Com o esgotamento da guerra fiscal como estratégia para a atração de empresas e uma nova divisão internacional do trabalho, centrada na China, os rumos da economia brasileira e baiana foram alterados. Hoje, segundo o assessor chefe da Seplan, Antônio Alberto Valença, que também fez uma apresentação para os estudantes, a estratégia da Bahia aproveita a janela de oportunidades das commodities e expande o mercado interno, tendo em vista o lema repartir para crescer.



De acordo com Valença, a estratégia prevê a redução do custo Bahia com novos investimentos em logística e energia, atração de projetos de mineração, fortalecimento do agronegócio e reestruturação do significado da política de adensamento de cadeias.



Já para sustentar a competitividade da indústria baiana diversas frentes são necessárias, a exemplo do apoio a inovação tecnológica e renovação do capital fixo, capacitação para o trabalho, democratização no acesso ao crédito, bem como a universalização dos serviços sociais (saúde, educação, segurança) como vetores de desenvolvimento.


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