SÃO PAULO. Sem poder contar com a experiência do ex-presidente Lula, fora de cena devido ao tratamento contra o câncer, a presidente Dilma Rousseff sofre para afinar a relação com sua base no Congresso, avaliam cientistas políticos. Segundo eles, é cedo para prever se a mudança dos líderes na Câmara e no Senado dará resultado.
- Acho que o Lula faz falta. Poderia dar algumas sugestões. Tudo indica que volta e meia ela vai a São Paulo fora de agenda para conversar com ele - diz David Fleischer, professor emérito da Universidade de Brasília (UnB).
Fleischer acha que ela "mexeu com uma caixa de marimbondo" ao trocar Romero Jucá (PMDBRO) por Eduardo Braga (PMDB-AM), na lideranças no Senado, e tirar poder do grupo de Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AM).
Maria do Socorro Braga, professora de ciência política da Universidade Federal de São Carlos, diz que falta experiência a Dilma nas negociações.
- Lula trata mais pessoalmente. Tem traquejo para a comunicação, e essa comunicação talvez falte à presidente.
Para o cientista político Amaury de Souza, Dilma está testando uma nova forma de relação com o Congresso e parece disposta a reduzir o tamanho da base.
- Ela está procurando dentro dos partidos uma base mais sólida, mais confiável e está vendo se encontra isso nos grupos dissidentes (das próprias legendas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário