quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Deu no site da Eletronclear

Missão da ONU conclui que a mina de Caetité é segura e não provoca danos ao meio ambiente
A missão da Agência Internacional de Energia Atômica – órgão da ONU - concluiu que as atividades da mina de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil, em Caetité (BA), atendem todos os requisitos de segurança e que não provocam nenhum impacto significativo ao meio-ambiente da região.
Segundo os especialistas, a unidade de produção é bem projetada, bem mantida, segura e eficiente. A apresentação da conclusão prévia foi realizada nesta quinta-feira (04/02), no Rio de Janeiro. “A INB pode se orgulhar da operação que realiza, em Caetité”, afirmou o chefe da missão, Peter Waggitt, da Austrália, que é especialista em gerenciamento de resíduos. O grupo é formado ainda por Chuck Edwards (Canadá), especialista em processamento de urânio, Nadia Rapantova (República Checa), especialista em hidrogeologia, Sylvain Bernhard (França), especialista em radioproteção e Keith Baldry (Austrália), especialista em meio ambiente. Segundo Peter Waggit, a gestão de resíduos radioativos é muito bem conduzida e existe, na empresa, um espírito de cooperação e uma cultura de segurança que são muito importantes para a eficiência operacional da usina. “A unidade de mineração, além de ser um lugar bonito para ser visitado é também um local limpo, bem cuidado”, disse. De acordo com ele, a INB tem uma boa prática no tratamento de rejeitos; ele também elogiou a utilização de sementes de plantas nativas na revegetação imediata do solo minerado. “A INB atende a todas as exigências da legislação em vigor, não há nenhum impacto no ambiente próximo do local” afirmou Keith Baldry, especialista em regulação e meio-ambiente, ressaltando que é importante para a atividade nuclear brasileira, que seja criado um órgão regulador autônomo, que deixe mais clara a independência da INB nos seus processos. E mais - que haja um alinhamento das normas: “Hoje a empresa tem que atender a dois licenciadores diferentes, o IBAMA e a CNEN, e isso só dificulta o trabalho”, explica.
Nádia Rapantova, especialista em recursos hídricos, disse que a INB realiza bem a operação de minimizar os efeitos da mineração, que ficam restritos à área da unidade de produção: “Qualquer mineração causa algum impacto. No entanto, eles devem ser minimizados e mantidos dentro da área. E isso a INB faz bem.” A recomendação dada por ela é que sejam monitorados os futuros riscos de impactos.
De acordo com os especialistas, um dos maiores desafios para as Indústrias Nucleares do Brasil, no futuro, será o bom desenvolvimento da lavra subterrânea, a primeira desse tipo no país. Para isso, recomendaram intensificar as atividades de planejamento e de monitoramento, já que as condições da mineração no subsolo estão sujeitas a muitas mudanças. O presidente das Indústrias Nucleares do Brasil, Alfredo Tranjan, definiu a relevância da avaliação feita pela AIEA. “Essa missão acontece num momento importante, porque houve a retomada do Programa Nuclear Brasileiro. Isso recrudesceu o movimento antinuclear, daí a necessidade que temos de fazer investimentos cada vez maiores para esclarecer o público sobre as nossas atividades”. “Os elogios não podem nos deixar numa zona de conforto. Por isso, sempre buscamos ouvir opiniões de especialistas. Estamos sempre buscando melhorar”, concluiu Hilton Mantovani, gerente de produção da unidade. No final, Waggitt destacou que desde março de 2009, quando a missão foi solicitada, eles vêm coletando dados para o início das análises que culminaram com a visita realizada agora. Eles permaneceram dez dias visitando a mina de Caetité e agradeceram a transparência e a rápido atendimento no fornecimento de informações. A conclusão detalhada será entregue daqui a dez meses.

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