Segurança
O Comando Geral da Polícia Militar da Bahia recebeu, nesta terça-feira
(27), a visita de peritos do Japan Internacional Cooperation Agency (Jica),
grupo responsável pelo policiamento comunitário do Japão. No Quartel dos
Aflitos, em Salvador, os visitantes se reuniram com o comandante geral da PM,
coronel Anselmo Brandão, para acompanhar o andamento das atividades nas bases
comunitárias de segurança da Bahia, que têm sido adaptadas ao Koban - sistema
de segurança japonês baseado na aproximação do policial com a população.
"Este trabalho vem sendo feito desde 2007 no Brasil. Na Bahia, desde 2011. Essa parceria com o Japão serviu para nos fortalecer e mostrar que estamos no caminho certo. No Japão, eles utilizam a filosofia do Koban baseada nos princípios que nós estamos colocando no [programa] Pacto pela Vida, onde a polícia, além da atividade do dia a dia, se envolve com as questões sociais. O policial passa a ter mais contato com a sociedade, entendendo a área de atuação de forma mais humana”, explica o coronel Anselmo Brandão.
Desde 2011, foram capacitados com a metodologia japonesa 1.634
policiais militares da Bahia. Os três primeiros oficiais qualificados no Curso
Internacional de Multiplicador de Polícia Comunitária pelo sistema Koban
passaram por treinamento no Japão, após assinatura de Acordo de Cooperação
Técnica (ACT) da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria da
Segurança Pública da Bahia (SSP) e a agência japonesa. Foram esses militares os
responsáveis pelo desenvolvimento de oficinas e cursos sobre o tema no
estado.
Bases
comunitárias
A comitiva japonesa iniciou o acompanhamento às bases comunitárias na
manhã desta terça. Separados em dois grupos, os peritos visitaram as unidades
do Rio Sena, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, e do Bairro da Paz. Os
policiais da Jica conheceram as instalações, que são subdividas em alojamentos,
vestiários, banheiros, auditório, Centro Digital, salas de aula e Centro de
Videomonitoramento, de onde é possível, por meio de sete câmeras, acompanhar a
movimentação nas ruas.
Por meio de palestras ministradas por militares, os peritos também
passaram a conhecer as atividades de cunho social desenvolvidas nas bases. Na
unidade do Bairro da Paz, por exemplo, acontecem aulas de karatê, oficinas de
dança, música e arte. Segundo o comandante da base, capitão Henrique Alves, as
atividades com as crianças demoraram a ser aceitas pelos pais.
“A gente utiliza o militarismo como forma de disciplinar [as crianças].
Avaliando os resultados, sem dúvida, têm ajudado as crianças em casa e na
escola. No início, os pais ficavam com o pé atrás, por estarem acostumados com
a polícia do passado, a da repressão. Depois que conheceram nossos mecanismos,
passaram a procurar a gente para incluir o filho nas atividades”, conta.
Apoio
Ao fim da visita, os peritos analisaram os serviços e chegaram a uma
conclusão. “Estou surpreso com o que vi. Pelo pouco tempo, a Bahia já conseguiu
se desenvolver bastante em relação à estratégia do policiamento comunitário.
Está um tanto distante do Japão, que considero o país mais seguro do mundo. Mas
a metodologia Koban, apesar de depender muito da polícia, depende também da
população. Aqui tem muita coisa para se melhor ainda, mas o trabalho tem que
contar com o apoio da população. As pessoas têm que parar de ver a polícia como
inimiga, ela deve ser vista como um herói”, opinou Katsuya Endo, um dos peritos
do Jica.
Os agentes da Japan Internacional Cooperation Agency ficam na Bahia até
o dia 30 de janeiro. Nesta quarta-feira (28), os peritos vão às bases
comunitárias de Camaçari e Feira de Santana, e na quinta (29), o acompanhamento
será nos pontos turísticos.
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