Ideia é produzir 1 milhão de litros de leite por dia no primeiro ano de operação
Filho de produtores de leite holandeses, Kees Koolen de umas costas para os negócios da família aos 17 anos.
Ele
deixou a pequena cidade de Berkeijk, no sul da Holanda, foi estudar
engenharia mecânica e acabou enveredando para o mundo digital. O
Booking.com, um dos maiores sites de reserva de hotéis do mundo
(comprado pela Priceline, em 2005, por US$ 133 milhões), foi sua maior
criação.
Agora,
além de investir seu dinheiro em startups, gringas e brasileiras, e de
ser conselheiro no badalado aplicativo de transporte Uber, ele decidiu
empreender em algo menos virtual, bem distante do cenário “ponto com”.
Koolen
começa a erguer neste ano, em Jaborandi,no sudoeste da Bahia, um
projeto que nasce com a ambição de ser o maior laticínio do Brasil. Para
construir as instalações da primeira fazenda, a Agri Brasil pretende
arrecadar R$ 1,5 bilhão. Cerca de R$ 500 milhões devem vir do Fundo de
Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), que é gerido pela Sudene.
A
autarquia já aprovou o pré-projeto da empresa de Koolen. Entre R$ 200
milhões e R$ 300 milhões sairão do bolso dele, e o restante está sendo
negociado com outros investidores. A ideia é produzir 1 milhão de litros
de leite por dia no primeiro ano de operação. É muito leite.
A
Fazenda Colorado, maior produtora do País (dona da marca Xandô),
produziu em 2014, por exemplo, 53 mil litros por dia, segundo
levantamento da Milk Point. “É um projeto ousado e não há nada igual no
Brasil”, diz Rafael Ribeiro, consultor da Scot Consultoria.
Por
isso mesmo, executivos do setor acreditam que o projeto é de difícil
execução. A construção da primeira fazenda deve começar no segundo
trimestre deste ano, e a produção de leite, em 2016.
O
plano é comprar as primeiras vacas dos EUA e iniciar as atividades com a
produção de leite UHT. A meta é estender a produção para itens como
leite em pó, manteiga e leite condensado. “O projeto nos encantou”, diz José Márcio de Medeiros Maia, superintendente da Sudene.
A
empresa planeja criar unidades de negócio – cada uma com quatro
fazendas. Cada fazenda terá 30 mil vacas e, segundo a companhia, deve
gerar 1,2 mil empregos. Koolen e seus sócios já compraram uma área de 31
mil hectares para abrigar a primeira unidade de negócio. O destino da
produção é o mercado externo.
Hoje,
o País exporta 1% do que produz e importa cerca de 1 bilhão de litros
de leite em produtos lácteos por ano. “Queremos colocar o Brasil no mapa
mundial da indústria do leite”, diz Koolen – coisa que nenhuma empresa
brasileira conseguiu fazer até hoje.
Fonte: A Tarde
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