quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Bahia atrai megaprojeto do setor de laticínio


Ideia é produzir 1 milhão de litros de leite por dia no primeiro ano de operação

 Filho de produtores de leite holandeses, Kees Koolen de umas costas para os negócios da família aos 17 anos.
Ele deixou a pequena cidade de Berkeijk, no sul da Holanda, foi estudar engenharia mecânica e acabou enveredando para o mundo digital. O Booking.com, um dos maiores sites de reserva de hotéis do mundo (comprado pela Priceline, em 2005, por US$ 133 milhões), foi sua maior criação.
Agora, além de investir seu dinheiro em startups, gringas e brasileiras, e de ser conselheiro no badalado aplicativo de transporte Uber, ele decidiu empreender em algo menos virtual, bem distante do cenário “ponto com”.
Koolen começa a erguer neste ano, em Jaborandi,no sudoeste da Bahia, um projeto que nasce com a ambição de ser o maior laticínio do Brasil. Para construir as instalações da primeira fazenda, a Agri Brasil pretende arrecadar R$ 1,5 bilhão. Cerca de R$ 500 milhões devem vir do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), que é gerido pela Sudene.
A autarquia já aprovou o pré-projeto da empresa de Koolen. Entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões sairão do bolso dele, e o restante está sendo negociado com outros investidores. A ideia é produzir 1 milhão de litros de leite por dia no primeiro ano de operação. É muito leite.
A Fazenda Colorado, maior produtora do País (dona da marca Xandô), produziu em 2014, por exemplo, 53 mil litros por dia, segundo levantamento da Milk Point. “É um projeto ousado e não há nada igual no Brasil”, diz Rafael Ribeiro, consultor da Scot Consultoria.
Por isso mesmo, executivos do setor acreditam que o projeto é de difícil execução. A construção da primeira fazenda deve começar no segundo trimestre deste ano, e a produção de leite, em 2016.
O plano é comprar as primeiras vacas dos EUA e iniciar as atividades com a produção de leite UHT. A meta é estender a produção para itens como leite em pó, manteiga e leite condensado. “O projeto nos encantou”, diz José Márcio de Medeiros Maia, superintendente da Sudene.
A empresa planeja criar unidades de negócio – cada uma com quatro fazendas. Cada fazenda terá 30 mil vacas e, segundo a companhia, deve gerar 1,2 mil empregos. Koolen e seus sócios já compraram uma área de 31 mil hectares para abrigar a primeira unidade de negócio. O destino da produção é o mercado externo.
Hoje, o País exporta 1% do que produz e importa cerca de 1 bilhão de litros de leite em produtos lácteos por ano. “Queremos colocar o Brasil no mapa mundial da indústria do leite”, diz Koolen – coisa que nenhuma empresa brasileira conseguiu fazer até hoje.

Fonte: A Tarde

Nenhum comentário: