quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Wagner não descarta desapropriações na Ilha e prevê metrô somente para 2014
O governador Jaques Wagner, em jantar com a imprensa ontem, no Palácio do Rio Branco, não se esquivou quando o assunto foi o metrô da Paralela e o seu prazo de conclusão. Na ocasião, disse acreditar que o metrô de Salvador só deve entrar nos trilhos em 2014. Ele destacou ainda ser inviável o subsídio a ser pago para um metrô de 6 km apenas. Wagner surpreendeu também ao afirmar ser favorável ao deslocamento da Rodoviária de Salvador do atual local.

“A linha do metrô da Paralela pode ir até o bambuzal ou um pouco mais. Talvez até Portão. Isso está em estudo. O nosso metrô corre pela superfície, portanto não vai poder deixar o passageiro, por exemplo, dentro de um shopping, mas nas imediações”.

Sobre a ponte Salvador-Itaparica, outro assunto polêmico, a ideia, conforme o governador, é ter áreas de investimento na Ilha com a ponte. “Um fundo ou grupo empreendedor investiria nessas áreas que serão vetores de desenvolvimento. Do lado de cá, com a entrega da Via Expressa, sairá o escoamento da ponte". O governador não descartou a possibilidade de fazer desapropriações de grandes áreas na Ilha.

“Niterói é hoje o melhor endereço urbano para viver e morar no Rio. Isso é um indicativo da importância de um projeto desse. Eu não posso trabalhar na república da desconfiança achando que todo empresário é predador ou desonesto. Uma empresa que investe, monta um canteiro de obra, quer produzir. A república da desconfiança vai matar o Brasil. Devemos ser duros na penalização, não na criação de um arcabouço de dificuldades para o investidor.

Estou facilitando as coisas porque confio no cidadão. Não acredito que um hotel de cinco estrelas venha ser um predador. Ele vai vender lá fora. Ele vai ser um predador?”, disse Wagner. Mais além, o líder petista ressaltou que o estado deve ser controlador, não operador.

“De nada adianta você ter uma mina se não tem como tirar o minério de lá. O estado não tem que operar o porto, começa que a operação é federal, mas penso assim. Tenho duas vertentes para fazer o Porto Sul, quero a que estabeleça maior integração com o seguimento empresarial. Se eu tiver regulamentação, isso já vai funcionar. A regra hoje é arrendamento. Estamos perdendo competitividade por ineficiência portuária”.

Quando o assunto foi o PDDU da Copa, Wagner disparou que quem controla a bancada do PT na Câmara é o diretório estadual, mas aproveitou para mandar o seu recado. “Se a bancada acha que deve estender essa discussão, eu não concordo com essa bancada. Ou a gente acelera para tirar o máximo da Copa ou vamos ficar para trás. Estou cumprindo todos os cronogramas de obras e mobilidade.

Se não acelerarmos vamos comprometer as obras do metrô e comprometer o dinheiro que está assegurado. Eu já fui legislador e entendo a função do legislador, mas temos que aproveitar as oportunidades. No lugar do Salvador Praia vamos acabar aquela muralha e vamos erguer duas torres. São obras importantes para a cidade.

'"Vou pedir ao PT municipal que facilite"

Sobre o Estádio da Fonte Nova, pontuou que não tem nenhum estádio que viva só de futebol no mundo. “Não tem como dar manutenção. Por isso que aquele pedaço da Fonte Nova caiu.

O grupo que vai gerir a arena já vai mandar preparar gente fora para gerir empresarialmente o projeto. Isso para o estado será oneroso. O prefeito veio de Brasília comigo. Dividimos espaço no avião, voo de carreira. Disse a ele o que estou dizendo aqui. Vou pedir ao PT que facilite as duas coisas: mobilidade e PDDU da Copa.

Quando o assunto foi a polêmica em torno das quedas dos ministros da presidente Dilma Rousseff e dos baianos que estão na berlinda, o governador fez questão de lembrar que ajudou a eleger o prefeito João Henrique em 2004, mas nunca se interessou em indicar ninguém. Com a presidenta Dilma Rousseff, conforme ele, foi a mesma coisa. “Defendi apenas um ponto de vista. Não é um ministro que vai resolver minha vida. Eu precisaria de um ministro da Saúde, um dos Transportes, um das Cidades. Afonso Florence foi indicado por um segmento do partido, não por mim. O primeiro nome foi Walter Pinheiro.

Outro, Mario Negromonte. A presidenta me consultou: governador, o senhor tem algo contra? Eu disse não. Se ela perguntar: mantenho? Eu direi: mantenha. Ele é bom para a Bahia. Eva (Chiavon) foi um pedido do Planalto para liberá-la. Eu não a indiquei. Eu resisti desde outubro do ano passado. Insistiram. Como eu iria impedir que alguém fosse ocupar o cargo de vice-ministra do Planejamento? Eu segurei, mas a presidenta disse: eu preciso dela aqui. O que fazer... Para mim era um preço...”.


Wagner voltou a declarar que ainda é cedo para se falar sobre 2014. “Acho cedo para falar. Temos de pensar em 2012. Tem gente do PT falando em 2018.... Gente, tem muito chão. Estou pensando em 2012. Qualquer cenário para 2014 é bom, ser candidato a qualquer coisa ou não ser candidato a nada. Quero fazer meu sucessor ou sucessora e trabalhar pela reeleição da Dilma. Meu trabalho é esse. Eu acredito no projeto.

Presidente quando acaba o segundo mandato é o que? Nada. Porque o governador tem de ser isso ou aquilo? Acho que dentro do PT estamos muito bem posicionados e isso é muito importante. Temos uma referência muito grande, uma identidade grande com o projeto do nosso partido. O PT da Bahia esta muito bem posicionado no cenário nacional”.

Em relação às informações de que José Sérgio Gabrielli seria sua principal aposta, Wagner foi enfático: “É um quadro de grande qualidade, qualificação, mas comigo não tem aliado de primeira categoria nem de segunda. As pessoas têm de ralar, estreitar relações com o partido, com a sociedade
Tribuna da Bahia

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