domingo, 4 de dezembro de 2011

Janeiro: mudanças à vista no governo

Lílian Machado - Reporter
Tribuna da Bahia

As disputas municipais de 2012, além de promoverem alterações no cenário da política nos municípios, vão elevar a tendência de mudanças também no primeiro escalão do governo estadual. Alguns titulares da gestão Wagner pretendem se desincompatibilizar dos cargos para concorrerem às prefeituras de cidades do interior baiano. Essa perspectiva motiva a chance de uma reforma administrativa a ser feita pelo governador Jaques Wagner (PT) já a partir do mês de janeiro.





A princípio é dada como certa alteração no comando da pasta da Fazenda, onde o secretário Carlos Martins (PT) sai para se candidatar ao poder executivo de Candeias, na Região Metropolitana (RMS). No entanto, as mudanças não devem parar por aí e cogita-se também modificação na Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Sedes), com a possibilidade de o secretário Carlos Brasileiro (PT) sair para se candidatar em Senhor do Bonfim.



É ventilada mudança também na pasta de Desenvolvimento Urbano (Sedur), já que o nome de Cícero Monteiro tem sido cotado para a corrida em Jacobina. Além disso, avalia-se que haverá reforma também no comando da Casa Civil, atualmente dirigida por Carlos Melo, que substituiu a ex-auxiliar do governo Eva Chiavon, nomeada como secretária executiva do Ministério do Planejamento. Nos bastidores, continuam os rumores de que o deputado federal Rui Costa (PT) deve ocupar a secretaria.



Motivado pela corrida eleitoral em Candeias, apesar de não entrar em detalhes, o secretário Carlos Martins já fala com naturalidade sobre sua possível saída. “Sou pré-candidato em Candeias e devo sair (da secretaria)”, afirmou. Segundo ele, as “expectativas são positivas” sobre a eleição no município. “Vamos aglutinar todas as forças, juntar todos os partidos para tentar tirar Candeias dessa situação em que se encontra”, frisou.



Questionado sobre a perspectiva de unidade ao seu projeto, Martins deixou claro que ainda é cedo. “Ainda sou pré-candidato. Estamos ainda na fase de diálogos”, desconversou. Ele também não quis adiantar a possível indicação de um nome para ocupar o seu lugar na gestão.



“O próprio governador é quem vai decidir”, restringiu. Em Candeias será realizado, no próximo dia 18, um encontro regional, envolvendo todos os petistas da Região Metropolitana para discutirem as alianças.



Apesar de o secretário da Sedes, Carlos Brasileiro, não confirmar, seu nome também tem sido cotado para sair da administração e concorrer em Senhor do Bonfim. No entanto, em entrevista à Tribuna, ele disse que essa conjuntura é muito prematura.



“Encaro política como missão e por isso a tendência sempre será a de encararmos os desafios, mas (sobre disputar a prefeitura) só se não for encontrado outro caminho”, considerou. Segundo ele, as conversas ainda serão iniciadas no município. “Nosso campo vai lançar um nome com certeza. Não sendo eu será outro”, frisou.



O secretário atribui as notícias de que sairia do governo para enfrentar a disputa municipal à saída do atual prefeito, Paulo Machado, do PT rumo ao PP e ainda à sua administração na cidade. Brasileiro foi três vezes prefeito de Bonfim. Antes de Machado sair, o PT já contabilizava 11 anos de gestão no município. “Acho que isso se deve ao fato de eu ter feito um bom trabalho na cidade, saindo com 81% de aprovação sobre minha administração”, justificou.

Um comentário:

Anônimo disse...

A saída de Carlos Brasileiro da SEDES pode motivar importantes mudanças na FUNDAC, um dos órgãos que compõem a SEDES. Há muitos desmandos nessa fundação, como por exemplo acordos firmados com ONG´S nos valores de 860 mil, 915 mil e até mais de 1 milhão de reais, feitos em menos de uma semana. Isso é no mínimo, muito estranho e os ógãos como Ministério Público deveria apurar para saber a destinação dessas verbas.