"Se depender só do governador, e isso não depende apenas do governador, eu posso antecipar que do Aeroporto até a Rótula do Abacaxi será metrô”. Com essas palavras, o governador Jaques Wagner (PT) pôs fim ontem aos questionamentos da imprensa sobre uma posição clara diante do impasse entre Estado e Prefeitura acerca do modelo de transporte que será construído no plano de mobilidade urbana da capital, cujo objetivo principal é atender à demanda da Copa do Mundo 2014, da qual Salvador será uma das cidades-sede.
“Eu não tenho nenhuma paixão por ônibus, nem por pneus, nem por trilhos. Não sou construtor nem empreiteiro. Tem que olhar para o que é melhor para a cidade daqui a 20 ou 30 anos e o que a cidade precisa é de um sistema de transporte com integração de tarifas”, arrematou o chefe do Executivo baiano.
Wagner foi a Brasília ontem encontrar com a presidente Dilma Rousseff (PT) para tentar convencê-la a autorizar a mudança no projeto de Salvador. Até agora, o único apresentado ao governo federal e pronto para ser licitado é o do Bus Rapid Transit (BRT), elaborado pela Prefeitura. Wagner e Dilma chegam hoje à Bahia, onde a presidente cumpre agenda institucional, em Juazeiro.
O governador deu um basta na polêmica instalada entre BRT versus um modal regado basicamente a trilhos (metrô ou VLT) durante a abertura da Agenda Bahia 2011, evento promovido pela Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), cujo objetivo é discutir infraestrutura, portos e mobilidade urbana.
O governador reiterou o que tem dito desde o início do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), que a visão do governo é implantar um sistema de transporte de massa que atenda a todas as grandes áreas de fluxo de trânsito de Salvador, em vez de um modal que sirva apenas para servir à Copa.
A intenção do Estado é ainda a de agregar tudo o que está sendo pensado com o emblemático metrô. Para tanto, o próprio governador admitiu que o governo federal não libera nem um centavo enquanto os 12 quilômetros da chamada linha 1 não estiverem prontos.
“Foi feita uma análise técnica e essa é a solução mais inteligente, projetando a capacidade e o volume de passageiros, para hoje e para amanhã, viabilizando o que já foi construído e criando um sistema com maior capacidade de conduzir passageiros. Agora, vou conversar com a presidenta, porque é o governo federal que vai financiar e fazer o aporte de recursos”, disse o petista.
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