O tão esperado anúncio do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), onde projetos de mobilidade urbana serão implementados em Salvador e Região Metropolitana, foi oficializado ontem.
A novidade ficou por conta da confirmação da data da licitação para execução das obras da linha 2 do metrô, que vai ligar Salvador a Lauro de Freitas ao longo da Avenida Paralela, que será aberta no próximo mês de novembro.
A confirmação foi feita ontem pelo secretário estadual do Planejamento (Seplan), Zezéu Ribeiro, e pelo chefe da Casa Civil de Salvador, João Leão, no auditório da Seplan, no Centro Administrativo. O termo de referência que já começou a ser elaborado ficará pronto no final de outubro, o que vai possibilitar a abertura do processo licitatório.
A previsão é de que ainda neste ano a licitação seja concluída e as obras devam ser finalizadas em junho de 2014.
As obras serão tocadas no modelo PPP (Parceria Público-Privada). Com a decisão, o metrô fará a ligação Salvador-Lauro de Freitas ao longo da Avenida Paralela, num percurso de 22 quilômetros.
O custo da obra é estimado em R$ 2,4 bilhões, dos quais R$ 1,6 bilhão apenas para o metrô.
Os outros R$ 800 milhões serão gastos com BRT e o VLT do subúrbio. Do montante de R$ 1,6 bilhão, apenas 33% sairão diretamente dos cofres da União, através do PAC Mobilidade Grandes Cidades.
O restante do dinheiro será captado pelo Estado através de empréstimos no Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e da Caixa Econômica Federal.
Em entrevista coletiva à imprensa, com ajuda de técnicos da Seplan e da Secretaria Municipal de Transporte e Infraestrutura (Setin), Zezéu e Leão apresentaram um mapeamento detalhado com as áreas que terão intervenções na cidade. Com o final do PMI, ficou decidido o já anunciado metrô como modal principal, o Bus Rapid Transit (BRT) nas vias alimentadoras e a surpresa ficou a cargo da Prefeitura. De acordo com João Leão, os trens do subúrbio serão mesmo transformados em Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
O BRT será responsável por transportar os passageiros das áreas de grande circulação às estações do metrô. A primeira linha dos ônibus, a futura Avenida 29 de Março, será construída com objetivo de ligar a BR-324 à Paralela, integrando os bairros de Cajazeiras, Fazenda Grande e Castelo Branco. O segundo corredor do BRT sairá da estação de transbordo a ser construída na Calçada para a futura estação de metrô do Retiro. A terceira via ligará o Acesso Norte (Iguatemi) até o bairro da Pituba, através da Avenida Pinto de Aguiar.
Governos dividem tarefas
As atribuições da Prefeitura e do Estado no plano de mobilidade também foram detalhadas. O Município ficou incumbido de finalizar os dois tramos da linha 1 do metrô – conforme explicou Leão, o tramo 1 é o que liga a Estação da Lapa ao Acesso Norte (Rótula do Abacaxi) e o 2 vai do Acesso Norte à Estação Pirajá – e de fazer a modernização dos trens do subúrbio, cuja promessa é de transformá-los em VLT. Para a conclusão do tramo 1, explicou o chefe da Casa Civil de Salvador, João Leão, ainda restam despesas de R$ 80 milhões.
Para o tramo 2, a expectativa de gastos é de R$ 270 milhões, dos quais R$ 40 milhões já empenhados este ano. Para modernizar os trens do subúrbio, o Município deverá receber R$ 300 milhões provenientes do PAC Grandes Cidades. Leão disse também que a Ponte São João, no sistema ferroviário do subúrbio, já está executando obras da ordem de R$ 75 milhões.
Ao Estado vai competir todas as intervenções em prol da construção dos corredores exclusivos e das vias estruturantes do sistema movido a pneus, cuja grande probabilidade é a de ser o BRT, além da implantação da linha 2 do metrô. A adequação das vias para o BRT também deverão ser bastante significativas, conforme o titular da Seplan, Zezéu Ribeiro.
As intervenções mais expressivas estão previstas na Avenida San Martin, que deverá ser reestruturada no trecho que liga a Calçada ao Retiro. Haverá também requalificação da Avenida ACM até a Pituba.
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