quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Previsão de recursos supera R$ 1 trilhão

Veículo: VALOR ECONÔMICO
Caderno: VALOR SETORIAL
Data: 11/08/2011


Investimentos previstos até 2016 beneficiam todos os setores da construção, de refinarias a aeroportos

Por Marlene Jaggi

Poucas vezes o horizonte pareceu tão promissor às empresas que compõem a cadeia produtiva da indústria da construção pesada do Brasil como atualmente. Os mapeamentos, feitos por organizações públicas e privadas que acompanham de perto os investimentos em grandes obras, mostram previsões de aportes bilionários em empreendimentos de vários setores. São refinarias, hidrelétricas, portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, entre milhares de empreendimentos que poderão colocar o país num novo patamar de desenvolvimento e melhorar a vida de quem depende dos avanços da infraestrutura - de comunidades hoje sem acesso a direitos básicos como saneamento, energia, habitação e transporte a pequenas empresas e grandes grupos empresariais, cujos negócios prosperam quando os grandes empreendimentos deslancham.

O que sustenta o otimismo dos players do setor é uma combinação de fatores como o crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010; o avanço das exportações; do emprego e da renda; a perspectiva de manutenção do compromisso do governo de promover o crescimento por meio do PAC 2; que prevé investimentos de R$ 955 bilhões até 2014 e de outros R$ 631 bilhões a partir de 2015, totalizando R$1,5 trilhão, além da realização de dois eventos de peso: a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.

"O Brasil tem as condições macroeconômicas necessárias para sustentar um crescimento no médio prazo e carências que precisam ser equacionadas", diz Mário Humberto Marques, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), instituição que reúne 900 empresas que atuam na área de construção pesada e na fabricação ou locação de máquinas e equipamentos para a construção.

Outro fator de sustentação é o histórico de investimentos de infraestrutura no país. Embora exista urn hiato entre as necessidades e o que de fato está sendo aplicado, o Brasil apresenta urna trajetória crescente de investimentos na área. Segundo dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de base (Abdib), ern 2010, considerando recursos públicos e privados, o país investiu R$ 146,5 bilhões em infraestrutura, o que representa um salto importante em comparação com os R$ 59,9 bilhões registrados em 2003 "Essa guinada nos investimentos é fruto do próprio crescimento da econornia e da ampliação do horizonte", diz Paulo Godoy, presidente da Abdib.

Pelos cálculos da Sobratema e da Abdib, há muito a fazer para suprir as necessidades de investimento do país. A estimativa da Abdib é que, até 2015, serão necessários recursos de R$ 922 bilhões, dos quais R$ 424,5 bilhões deverão ir para a área de petróleo e gás - mais da metade só para a Petrobras -, R$ 172 bilhões para transporte e logística, R$ 142 bilhões para energia elétrica, R$ 98,5 bilhões para telecomunicações e R$ 85 bilhões para saneamento. O mapeamento da Sobratema, divulgado em dezembro do ano passado, prevê um investimento de R$ 1,22 trilhão na execução de 9,55 mil projetos públicos e privados até 2016. Desse total, 46,5% serão absorvidos pela área de combustíveis, onde foram identificadas 213 obras, calculadas em R$ 556 bilhões. Estão aí as refinarias, plataformas de petróleo, usinas de etanol e de biodiesel, entre outras obras. O maior número de obras (5.838) aparece na área de saneamento. Dado o pequeno porte dos projetos, a soma de investimentos é bem menor: R$ 80 bilhões, mas seu efeito sobre a saúde da população é inquestionável.

O estudo identificou ainda a previsão de construção de 719 obras na área de transportes, mediante um aporte de R$ 232 bilhões; de 716 empreendimentos em energia (investimento de R$ 172 bilhões) e 1.495 em habitação (R$ 16,5 bilhões) - sem contar as construções no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida, cuja perspectiva é de um investimento de R$ 21 bilhões entre 2010-2013 na construção de 1 milhão de residências, a maioria de baixa renda.

De acordo com o estudo "Perspectivas para o Investimento 2010-2013", do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também de dezembro de 2010, serão despejados na economia no período R$ 1,3 trilhão, dos quais R$ 340 bilhões estão no setor de petróleo e gás, R$ 122 bilhões nas atividades voltadas ao mercado externo (indústria extrativa mineral, siderurgia, papel e celulose), R$ 87 bilhões nas atividades para o mercado interno (química, veículos e eletroeletrônica) e R$ 325 bilhões em infraestrutura (R$ 102 bilhões para energia elétrica, R$ 67 bilhões para telecomunicações, R$ 39 bilhões para saneamento, R$56 bilhões para ferrovias, R$36 bilhões para rodovias e R$15 bilhões para portos). Segundo o estudo do BNDES, o maior volume de recursos, porém, está na área de edificações, onde há a perspectiva de investimento de R$ 465 bilhões. Nesse cálculo entram os recursos previstos em construção residencial, incluindo o Minha Casa, Minha Vida, edificações comerciais e instalações desportivas - as previstas para a Copa do Mundo e a Olimpíada, estimadas em R$ 59 bilhões. Não estão incluídos os investimentos públicos do PAC em edificações para geração de energia elétrica.

Na avaliação do presidente da construtora Andrade Gutierrez, Rogério Nora de Sá, as boas perspectivas da indústria da construção pesada estão estreitamente ligadas ao crescimento e à estabilidade econômica. "Os investimentos trarão benefícios para todos os setores e muitas empresas", diz. A construtora é uma delas. Atualmente, está presente nos maiores empreendimentos de infraestrutura do país, como Belo Monte, Santo Antônio e Usina Nuclear de Angra 3, na área de energia; Replan, Relan e unidade de coque do Comperj, na área de refinarias. No setor de ferrovias, toca projetos na Norte-Sul e na Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e, na área de portos, cumpre contratos no terminal portuário em Santos (SP) e no porto de Imbituba (SC). Sua atuação chega também a projetos de saneamento (igarapés de Manaus) e urbanização (linha 5 do metrô de São Paulo). Na carteira estão ainda a arena do Amazonas, o Estádio Nacional de Brasília e o Maracanã.

Com obras de tal magnitude, não será difícil manter a expansão de 15% a 20% registrado na receita desde a retomada do processo de crescimento do país, em 2005. De acordo com o executivo, no ano passado, os negócios de engenharia e construção contribuíram com R$ 6,39 bilhões para o faturamento global de R$ 18 bilhões do grupo. Com 25 mil funcionários no país, a empresa investe entre 3% e 4% de seu faturamento na formação de mão de obra, área em que está o grande gargalo do setor, diz Sá.

Além da falta de mão de obra capacitada, os projetos de grandes obras são alvos de uma enxurrada de questionamentos de toda ordem, seja ambiental, social ou econômica, o que pode trazer solavancos, paradas bruscas e até mesmo guinadas radicais, como a observada no caso do trem de alta velocidade (TVA), empreendimento inicialmente avaliado em R$ 33 bilhões, cujo leilão fracassou por falta de interessados e exigiu um novo modelo, que vai dividir a licitação em duas etapas (uma para tecnologia e outra para a operação) e, mais tarde, mais uma só para as obras de infraestrutura.

Ainda assim, o ambiente econômico e o portfólio de obras já iniciadas sinalizam perspectivas positivas para diferentes setores. Na área de energia, por exemplo, as obras das hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte e da Usina Nuclear de Angra 3 movimentam os negócios de várias empresas da cadeia. Juntas, as quatro grandes obras somam um investimento de quase R$ 50 bilhões. Além dos R$ 66 bilhões previstos para a área de geração, há perspectivas para aportes de mais R$ 16 bilhões em transmissão e R$ 20 bilhões em distribuição. As inversões no setor, estimuladas pela mudança do marco regulatório, em 2004, ganharam novo impulso com o plano decenal de expansão 2009-2019, que estabeleceu como meta o crescimento da capacidade de geração a uma taxa de 5,5% ao ano, o que vai elevar a capacidade instalada de 112.500 MW em 2010 para 167.000 MW em 2019. "Belo Monte sozinha deverá produzir 11.233 MW, e terá uma demanda 3,9 mil itens de equipamentos, contando linha amarela, caminhões, guindastes, concretagem", diz Marques, da Sobratema.


Na área de petróleo e gás, o ritmo é de festa. A descoberta das reservas do pré-sal poderá transformar o Brasil no sexto maior produtor mundial. A perspectiva é que, entre 2008 e 2030, a produção brasileira de petróleo cresça 2,8 milhões de barris por dia, o que estimula os investimentos bilionários em refinarias e, num efeito cascata, em toda a cadeia produtiva, observa Marcos Panassol, sócio da PWC Brasil e líder de petróleo e gás da consultoria. Os maiores recursos estão reservados para a construção de refinarias como a Premium I, a ser erguida em Bacabeira, no Maranhão, mediante um investimento de R$ 40 bilhões; a Premium II, no Ceará, que deverá receber outros R$ 22 bilhões; e a Abreu e Lima, em Pernambuco (R$ 23 bilhões).


De acordo com Panassol, a grande indutora do avanço na área de petróleo e gás é a Petrobras. Seu plano de negócios 2010-2014, que prevê um investimento de R$ 225 bilhões, traz boas notícias para os fornecedores nacionais da empresa: espera-se que 70% dos investimentos sejam colocados em companhias brasileiras. Até 2020, a empresa pretende contratar 28 sondas, além de barcos de apoio e especiais, plataformas de produção, entre outros bens e equipamentos.


A Petrobras contribui de forma decisiva também com os investimentos esperados na área de química. Mais da metade (R$ 19,2 bilhões) dos R$ 34 bilhões identificados no setor será empregada no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que terá unidades de refino e petroquímica com base no petróleo pesado da Bacia de Campos e uma carteira com nada menos que 5,3 mil fornecedores.


A americana Dril-Quip é uma das empresas que vêm crescendo vertiginosamente na esteira da Petrobras. No Brasil desde 2000, fabrica equipamentos para prospecção de petróleo na área de perfuração e completação. De acordo com o gerente-geral da empresa, Flávio Nisenbaum, a demanda do seu grande cliente elevou de dez para 300 o número de funcionários e deve produzir neste ano um aumento de 70% no faturamento da empresa, que já cresceu 90% no ano passado. "Se continuar no ritmo atual, logo vamos dobrar de tamanho", diz o executivo. Entre os equipamentos que mais produzem estão os sistemas de cabeça de poço submarino e os conectores de revestimento. O entrave é exatamente a preocupação da Petrobras com o conteúdo nacional. "Temos dificuldade de aumentar o contendo devido à matéria-prima - forjados que não tem qualidade e prazo necessários", observa.


Assim como a Dril-Quip cresce com o avanço da Petrobras, o boom no setor de infraestrutura alavanca os negócios das empresas de engenharia, consultoria e projetos. A Concremat é uma delas. De olho nos 10% que as grandes obras reservam para os serviços de projeto e engenharia, a companhia investiu R$ 6 milhões em gestão, para aumentar a produtividade e fortalecer a cultura corporativa. Com 60 anos de mercado, a empresa vive bons tempos, com crescimento anual ao redor de 27%. Seu faturamento, de R$ 655 milhões em 2009, pulou para R$ 786 milhões em 2010 e deve ultrapassar os R$ 900 milhões neste ano. No mesmo período, o número de funcionários passou de 5,2 mil em 2009 para 5,7 mil no ano passado e está agora na casa dos 6,5 mil, com perspectiva de 500 novas contratações até o fim do ano.

O portfólio apresentado pelo diretor-executivo corporativo da empresa, Mauro Viegas Filho, inclui o gerenciamento de obra na usina de Jirau e os estudos de viabilidade da hidrelétrica de Teles Pires, no Mato Grosso. Na área de transportes, estão os projetos das ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste e os estudos para o plano diretor do porto de Ilhéus (BA). A empresa, que fez também o projeto para a transposição do Rio São Francisco, gerencia o PAC Favelas no Rio de Janeiro, e em Manaus forneceu o projeto do programa de requalificação urbana Prosamim, que visa a erradicação de favelas nos igarapés. No total, são 200 contratos de gerenciamento ativos que vão desde a expansão de mineradoras até a construção de shopping centers e agências bancárias. "Fala-se muito em infraestrutura, mas a ascensão da classe C estimula a demanda por empreendimentos na área de comércio e serviços", diz Viegas Filho,

Outra empresa que vem aumentando a carteira de contratos é a Sondotécnica, especializada na consultoria de engenharia, que faz estudos de planos diretores, projetos de viabilidade, execução, gerenciamento e fiscalização de obras. Com 57 anos de mercado, 600 funcionários diretos e 200 eventuais, a empresa presta serviços atualmente a mais de 40 obras em todo o Brasil, diz o presidente da companhia, Jaime Rotstein, como o gerenciamento da obra de recuperação do Maracanã, que absorverá recursos de R$ 1 bilhão. Com faturamento ao redor de R$ 100 milhões em 2010, a empresa vem avançando a taxas de10% ao ano prestando serviços em vários segmentos, como o de saneamento (fez, entre outros, o projeto executivo da Estação de Tratamento de Esgotos de Alegria, no Rio) e infraestrutura (projeto executivo de engenharia para implantação da infraestrutura do Complexo Industrial e Portuário de Pecém, no Ceará; do Comperj, do Rio; e da primeira fase do pátio de estocagem e manuseio de minério de ferro, um empreendimento do complexo logístico e portuário do porto do Açu). Na área de mobilidade urbana, gerenciou obras do metrô de São Paulo e de Salvador, do Rodoanel Mário Covas, e de adequação viária da Marginal Tietê, em São Paulo.


O significativo aumento de investimentos em logística - ferrovias, rodovias e portos - cria um imenso leque de oportunidades para empresas dos mais diferentes por tes, voltadas às mais diversas atividades. Especializada no transporte do cimento a granel, a Rodolatina, por exemplo,aplicou no ano passado R$ 115 milhões na compra de 250 conjuntos de caminhões e semirreboques para atender ao aumento da demanda de seus clientes, entre os quais estão grandes obras como as usinas de Santo Antônio, Jirau, Estreito, Águas do Chapecó, Linha Verde Curitiba e metrô de São Paulo, assim como construtoras focadas na área da habitação. O investimento, que elevou a frota para 800 conjuntos, exigiu também a contratação de 400 novos motoristas, mas permitiu um aumento de 25% na receita, que alcançou R$ 181 milhões em 2010 e deve bater em R$ 250 milhões neste ano. "O movimento das obras impulsiona o mercado de cimento como um todo", diz Bruno Zibetti, um dos diretores da empresa, que tem hoje 14 filiais, cinco das quais foram abertas no ano passado.


A logística atrai o interesse de gigantes como o grupo EBX, do empresário Eike Batista. Só no Superporto do Açu, a companhia investirá R$ 3,4 bilhões - R$ 1 bilhão por meio da LLX Minas-Rio, responsável pela implantação do terminal dedicado ao minério de ferro, e R$ 2,4 bilhões por meio da LLX Açu, responsável pela operação das demais cargas como produtos siderúrgicos, petróleo, carvão, granito, escória de ferro, ferro-gusa e carga geral.

A área de portos, segundo o estudo do BNDES, deverá receber investimentos de R$ 15 bilhões, entre 2010 e 2013. É três vezes mais que o total entre 2005 e 2008. Crescimento semelhante é esperado na área de ferrovias, que terá recursos de R$ 56 bilhões entre 2010 e 2013, e na de rodovias, cujos aportes deverão somar R$ 36 bilhões, 73% a mais que no período 2005-2008. Enquanto os investimentos do transporte ferroviário seguem para a manutenção e conservação de rodovias, os do modal ferroviário incluem projetos de expansão da rede e de construção de novas linhas, como a ferrovia Nova Transnordestina, a Norte-Sul (fases 1 e 2), a expansão da Ferronorte até Rondonópolis, a implantação do Ferroanel de São Paulo e as perspectivas das novas ferrovias em estruturação pela Valec, além da implantação do trem de alta velocidade (TVA) entre Campinas e Rio de Janeiro.


Entre as 9,55 mil obras mapeadas pela Sobratema, há 166 projetos de indústrias (14 na área de siderurgia e 17 na de mineração); 112 de shopping centers (R$ 11 bilhões) e 81 de hotéis e resorts (R$ 50 bilhões). Para a Copa de 2014, estão previstas 20 obras de infraestrutura esportiva (R$ 7,1 bilhões) e para a Olimpíada, 41 obras, ao custo de R$ 1,8 bilhão. O expressivo número de obras em siderurgia deverá aumentar a capacidade instalada de cerca de 42,7 milhões de toneladas de aço bruto, em 2009, para 51,3 milhões de toneladas, em 2013.


No setor de mineração, a previsão de investimentos decorre do aumento de demanda, que, pelas projeções do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), deverá saltar de 370 milhões de toneladas em 2010 para 728 milhões de toneladas por ano, em 2014, em consequência do aumento das compras da China, destino de 45% das exportações brasileiras de ferro. De acordo com o mapeamento da Sobratema, entre 2011 e 2015, a área deverá receber investimentos de US$ 68,5 bilhões, dos quais U$ 45 bilhões serão aplicados em minério de ferro.


Embora tenham grande visibilidade, as obras necessárias à realização da Copa do Mundo representam o que executivos da Sobratema classificam como "a cereja do bolo". O Brasil terá de investir mais do que outros países que sediaram esses eventos, mas as necessidades de expansão das áreas de hotelaria, infraestrutura e transporte deverão somar R$ 59 bilhões, segundo mapeamento do BNDES. O item "estádios e entornos" deverá consumir R$ 5,6 bilhões, enquanto os aeroportos deverão receber investimentos ao redor de R$ 6 bilhões até 2013, para adequar a estrutura ao movimento de passageiros e evitar o temido apagão aéreo. "O importante é que eventos como Copa e Olimpíada trarão uma infraestrutura que vai ficar para a sociedade", diz o vice-presidente da associação, Mário Humberto Marques.


Para ele e representantes do setor, o grande volume de obras e investimentos poderá ser afetado pela a crise internacional, mas em proporções pouco preocupantes. Segundo Paulo Godoy, presidente da Abdib, a última crise financeira internacional, que chegou ao Brasil no fim de 2008, provocou um enxugamento abrupto das fontes de financiamento, colocando em risco a viabilidade de muitos empreendimentos. "No entanto, não tivemos notícia de nenhum projeto que estivesse com contrato assinado e tenha sido paralisado", diz ele. Em sua opinião, a melhor forma de evitar o risco é consolidar no Brasil mecanismos de financiamento privado de longo prazo para o setor de infraestrutura, para que haja alternativa ao BNDES, principal fonte de financiamento do setor. "Atualmente, medidas instituídas pela Lei 12.431/2011, que visam exatamente incentivar o fluxo de crédito privado de longo prazo para obras de infraestrutura, estão em fase de regulamentação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), processo que deve ainda contar com uma audiência pública." Regulamentadas, a expectativa é que as novas regras possam surtir efeitos positivos no segundo semestre deste ano


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