sábado, 8 de novembro de 2008

Industria Naval na Bahia - Materia da AGECOM


"O Recôncavo baiano vai dispor de até 10 mil novos postos diretos de trabalho, com a implantação do Pólo da Indústria Naval da Bahia, que será anunciada pelo governador Jaques Wagner, na terça-feira (11), às 19h, durante a abertura da Feira Industrial de Petróleo e Petroquímica (Feippetro).
O evento vai ser realizado até o dia 14 deste mês, no Centro de Convenções da Bahia, e reunirá aproximadamente 15 mil pessoas ligadas a atividades relativas ao petróleo.
O Pólo da Indústria Naval será implantado em duas fases, na área de influência da foz do rio Paraguaçu, nas proximidades do atual canteiro de obras do estaleiro de Roque do Paraguçu.
Para isto, a OAS, Setal e Piemonte estão criando o Estaleiro da Bahia S/A.
A Odebrecht também investe em um estaleiro no Paraguaçu.
Segundo André Python, presidente do Estaleiro da Bahia S.A., “já existe o decreto para a desapropriação do terreno onde o estaleiro será construído e o licenciamento ambiental do empreendimento deverá ser obtido no primeiro semestre de 2009 junto ao Ibama, que atuará em parceria com o Instituto de Meio Ambiente do estado da Bahia (IMA).”
Um terceiro estaleiro deve se juntar a estas duas empresas, perfazendo um investimento total aproximado de R$ 2 bilhões. No local serão construídas plataformas de petróleo, navios FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading), sondas de perfuração e petroleiros.
Também serão construídas no Pólo da Indústria Naval embarcações de apoio, como barcos de suprimento e de apoio às operações marítimas de ancoragem de plataformas em alto mar, combate a derrames de óleo e outro fins.
O Pólo possui ainda potencial para a realização de conversões de cascos de navios para transformá-los em FPSO e/ou sondas de perfuração marítima.
Vocação
A Baía de Todos os Santos apresenta características geográficas especialmente propícias à instalação tanto de estaleiros, como de canteiros industriais offshore por dispor de áreas costeiras com águas protegidas e profundas.
Segundo o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, Rafael Amoedo, o projeto do Pólo da Indústria Naval vai obedecer aos mais rigorosos princípios da sustentabilidade. “Estamos trabalhando com todo o cuidado para que seja possível a manutenção da biodiversidade no entorno dos empreendimentos”, garantiu.
O compromisso do governo envolve também a diversidade cultural local e o diálogo com a sociedade. Para isto, o planejamento e a implantação do Pólo iniciaram com a estruturação da gestão social, por meio de um Plano de Interação Social."
“Estão sendo realizadas reuniões destinadas a conhecer a percepção dos conselhos das unidades de conservação e das associações e comunidades locais. A contribuição da sociedade está sendo valorizada nos programas de gestão ambiental do empreendimento”, observou o secretário.
Cadeia de fornecimento Para Amoedo, outro aspecto importante a ser observado é a cadeia de fornecimento para a Indústria Naval, que envolve indústrias dos mais diversos setores que se instalarão na região.
“A partir dos novos empregos gerados diretamente pela Indústria Naval e suas complementares, toda a economia do Recôncavo, formal e informal, vai ser alavancada, beneficiando os seus quase 576 mil habitantes, além das futuras gerações”, afirmou.
Segundo o secretário, para que isto seja possível, é papel do Estado proporcionar a qualificação da mão-de-obra, por meio de convênios com as instituições Federação das Indústiras (Fieb), Senai, Sebrae, entre outras.
Amoedo lembrou ainda que, além da geração de empregos diretos, serão implementadas as requalificações na infra-estrutura (malha viária, ferroviária, saneamento básico, comunicação, transporte coletivo, entre outros) e nos serviços (educação, saúde e segurança) nos municípios vizinhos como Maragogipe, Salinas das Margaridas, São Félix, Cachoeira e Saubara.
A implantação do Pólo da Indústria Naval do Estado da Bahia conta com a parceria do governo federal, da Petrobrás e com o apoio Fieb.
Indústria Naval
A Indústria Naval mundial fatura anualmente, uma média de US$ 120 bilhões e atravessa uma fase de aquecimento com a demanda da ordem de 4 mil navios.
A Petrobras está incluída neste cálculo, com uma demanda de 146 navios de apoio de pequeno e médio porte, para operações petrolíferas em alto-mar.
Segundo a assessoria de comunicação da Petrobras, as embarcações vão custar entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões e as empresas que ganharem parte desta licitação estarão habilitadas para atacar o mercado mundial, uma vez que a concorrência inclui equipamentos e preços de padrão internacional.
A Transpetro também já anunciou a segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), por meio da qual serão contratadas as construções de mais 23 novos petroleiros, que irão se somar aos 26 já anunciados na primeira fase do programa, totalizando 49 novas embarcações.
A medida pode encorajar empresas de outros países - a venezuelana PDVSA é uma das mais lembradas - a fazerem encomendas similares no país.
Feippetro
Além da oportunidade de bons negócios durante o 1º Encontro de Compradores do Brasil, promovido na ocasião pelo Instituto Nacional dos Executivos de Suprimentos (Inesup), o evento vai oferecer palestras de representantes da Secretaria de Tecnologia, Ciência e Inovação (Secti), da Petrobras, Rede Petro, Braskem, Dow Bahia, entre outros.
Segundo o diretor executivo da Multifeiras Congressos Ltda, entidade responsável pela Feippetro, Carlos Delfim, “a Bahia foi escolhida para esta sexta edição pela sua importância na área de petróleo e gás, tanto offshore quanto em terra. Aqui estão situados metade dos campos onshore (em terra) do país”, informou.
Para Delfim, “além das oportunidades de negócios e das palestras, é importante destacar as trocas de experiências. A feira vai reunir os maiores conhecedores do assunto no país”.
Ele ainda observou que é neste ambiente que dezenas de expositores vão dar visibilidade aos seus produtos. “Todos podem encontrar o que procuram, desde o estudante até o empresário”, afirmou.
Estarão presentes, empresas fabricantes e fornecedoras de equipamentos pesados e leves, produtos, processos e serviços, entre outros. De acordo com Delfim “a Feippetro aportou junto com a Feira Brasil Petróleo e Gás como busca de crescimento a nível Brasil e apostando numa filosofia de resultados para os clientes que acreditaram no segmento

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