terça-feira, 28 de outubro de 2008

Indicativos para ajudar a entender a crise - Parte 3/4


Em 24.10.08
VALORAÇÃO DO DOLAR

A crise originada no setor imobiliário dos EEUU (assunto já tratado neste blog – “A Crise”) levou aos investidores estrangeiros que respondem com 1/3 dos negócios da BOVESPA a venderem o equivalente a R$10 Bilhões neste ano, fato que provocou a falta da moeda no mercado e a sua conseqüente valoração e de braços dados a esse acontecimento o Brasil que tem no grosso de suas exportações grãos, minério de ferro, aço e petróleo caíram de preço no mercado internacional em decorrência da retração dos países importadores, consumidores, pois nas outras partes do mundo também os americanos repatriaram os seus dólares na condição de investidores que são e ainda os bancos e empresas de diversos segmentos sacaram seus recursos ao redor do mundo para permitir uma sustentação em suas organizações financeiras em seus países de origem.

O Banco Central do Brasil tomou várias medidas se contrapondo a fuga dos dólares, bem como adotou outras de precaução para que as consequências não sejam bem piores do que já estão sendo.

EXPORTAÇÃO

Tem sido um hábito que empresas de vários ramos de atividade no país ciente do grau de consumo interno, expande seus negócios visando à exportação de bens e serviços com paises tradicionais nesse intercâmbio comercial e em condições normais os registos em nossa balança comercial tem sido favorável ao Brasil.

Para que uma empresa exporte tem que seguir normas, procedimentos, instruções, roteiros estabelecidos por acordos internacionais e leis vigentes no país e dentre os princípios e fundamentos básicos anotamos alguns adiante explicitados. Não vou detalhar o inicio da operação de Exportação e sua sequência, visto tratar-se de assunto técnico para os que labutam diariamente com essas transações e daí prefiro até me afastar de uma análise mais acurada dessa Legislação que é muito ampla e com regras diferenciadas na dependência do produto e para que país esteja se preparando a transação, até porque há vários acordos tarifários entre os países.

Existem além das leis, barreiras comerciais, restrições quantitativas, medidas compensatórias e tantas outras.

O Exportador brasileiro qualificado com todos os Certificados exigidos, dentre eles origem, inspeção, fitossanitario, etc o coloca apto a atender os requisitos básicos para exportar seu produto, tais como:
Identificar compradores no mercado externo; Enquadrar a exportação às normas nacionais e internacionais; Registrar e credenciar a sua empresa como exportadora junto aos órgãos competentes (Decex, Secex, e Receita Federal); Contatar o possível comprador e apresentar a empresa e o produto; Preparar o Preço FOB ou FCA, conforme solicitação do comprador; Definir condições de preço, forma de pagamento, entrega, embalagem; Emitir e enviar faturas Pro Forma para o importador analisar e confirmar o negócio; Receber a formalização do negócio (pedido de compra feito pelo importador); Registrar a exportação no Siscomex; Contratar empresa de transporte internacional, despachante aduaneiro; Fechar o cambio de exportação com o Banco autorizador, receber o pagamento através do Banco Negociador no Brasil e outros tantos documentos de praxe para a realização do negócio.

Como já vimos Exportação (venda ou saída de produto ou execução de serviços de um país para outro, envolvendo na maioria das vezes pagamento ou cobertura cambial). Há ocasiões que a exportação não tem a contrapartida do pagamento, como no caso de doações a países necessitados por algum acontecimento anormal e/ou em outras condições por razões até cientificas.

Toda essa lenga-lenga foi com o intuito de demonstrar que não é fácil substituir um comprador de um país por outro seja ou não daquele país.

Como podem ser afetadas nossas exportações em consequência da crise? As grandes organizações trabalham seguindo um planejamento básico, que permita flexibilidade de quando assim se fizer necessário.

Em situação de crise mesmo que o governo mantenha as metas de exportação de forma agressiva visando consolidar os negócios planejados, pode haver uma radical mudança de comportamento, por desistência do importador, por falta de garantia do pagamento e outras mais e para isso temos que ficar atento para uma guinada não idealizada que possa até suspender a exportação deixando as mercadorias para uso no mercado interno (opinaremos adiante sobre essa situação).

Como sabiamente comentado por vários órgãos de divulgação é imprescindível Planejamento e Flexibilidade para que os negócios neste ramo de atividade sejam bem sucedidos e por essa razão é que dou abaixo esclarecimentos como ocorre o pagamento nas Exportações

Na exportação temos a seguintes modalidades de pagamentos
a) Pagamento antecipado (Cash in advance) antes do embarque da mercadoria é feito por meio eletrônico do banco do comprador ou importador para o banco do vendedor ou do exportador;
b) Cobrança sem saque (Open acconut). O Exportador embarca a mercadorias e envia os documentos ao importador ou adquirente, sem ter recebido o pagamento. Os documentos enviados são: Fatura Comercial, Conhecimento de Transporte, Apólice de Seguro, Certificados entre outros e o Exportador aguarda o crédito a ser feito pelo Importador;
c) Carta de crédito (letter of credit) o banco do importador praticamente garante ao exportador o recebimento do dinheiro do negócio;
d) Cobrança com saque(Collection): O Exportador elege o Banco como salvaguarda de seus interesses no país estrangeiro. O banco só libera os documentos quando o importador efetua o pagamento e/ou quando se compromete a pagar dentro do prazo pré-estipulado;
e) Cartão de crédito usado como cartão de negócios, que é um sistema que combina as vantagens da carta de crédito com aquelas oferecidas por um cartão de crédito convencional.

Comentário:
Como ficou elucidado que a Exportação não é um ato de improviso, e sim a saída de produtos ou execução de serviços de um para outro país, com um ritual exigido por lei que requer conhecimentos legais, é que diante dos riscos derivados dessa turbulência global que visando à defesa dos interesses do país que o Banco Central do Brasil, tem baixado várias normas, como a redução do Depósito Compulsório, impostos zero para o investimento feito por estrangeiro em aplicações na bolsa no momento atual e de forma robusta e determinada fazendo a entrada de dólares no mercado para impedir a valoração desenfreada da moeda dos EEUU.
Por necessidade básica o país deve conter os gastos públicos sem atingir em sua estratégia de beneficiar o social observando-se que as famílias de baixa renda não sejam atingidas, com reajuste do índice do salário mínimo no tamanho da inflação do período anterior com o objetivo que as contas com os aposentados não ultrapassem a capacidade de desembolso da União, revisão e corte nos astronômicos valores repassados as ONGS, tudo isso buscando que a economia não sofra lesões maiores de que a redução de crescimento em nível de perigar uma desaceleração ou encolhimento da economia nacional.

Acredito que está chegando o momento de os poderes constituídos do país consiga repatriar os Bilhões de dólares de brasileiros que se encontram investidos ou guardados no exterior.

DESACELERAÇÃO, RECESSÃO, ESTAGNAÇÃO DA ECONOMIA, INFLAÇÃO.
A demanda externa retraída, com a redução conseqüente de nossas exportações, traz como conseqüências a diminuição dos ingressos de investimentos internacionais e aparece em vários produtos à lei da oferta ser muito maior que a possibilidade de consumo, o que derruba os preços, o governo arrecada menos e os produtores desses produtos ficam sem condições de reaquecer seus meios de produção, até porque com a elevação do dólar os preços dos insumos sobem, e aí o grande perigo do desemprego.

Desaceleração é reduzir a velocidade de produzir e comercializar, é retardar o avanço econômico e mexer com todos os meios sociais, inclusive e principalmente povo e governo.
Recessão é o ato ou efeito de marchar pra traz ou retroagir, é o recuo da economia em todas suas atividades produtivas e conseqüentemente sociais.
Estabilização em economia seria a conceituação de assentar, manter firme, fixo e ter a solidez mantida e permanente, não variando e dando ênfase a estabilidade adquirida de forma inalterável a um primeiro momento.
Estagnação é a ocorrência de estancar, tornar inerte e parada sem oscilação de melhoras ou pioras.
Inflação em economia poderia ser olhada como o crescimento anormal e continuo dos meios de pagamento (moeda e crédito) do consumo em relação às necessidades de circulação de bens, o que envolve as leis de comercio com a demanda maior que a oferta e a elevação dos preços, inclusive de juros nos pagamentos de compras a prazo ou dos empréstimos contraídos ao sistema financeiro do país
Retração é o ato ou efeito de reduzir os avanços numéricos da economia.
Todas essas definições têm o intuito de permitir um melhor entendimento às noticias que tem sido divulgada por todos os órgãos da imprensa.É possível que após o dia 10 de novembro próximo teremos melhores condições de acompanhando a economia dos EEUU com as possíveis medidas econômicos – financeiras a serem implementadas após a posse dos novos mandatários que o mundo comece a respirar mais aliviado, pois por enquanto o pendulo do sobe e desce do dólar continua ao sabor das pressões e das ações dos especuladores

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