segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A Crise - Parte 1ª


A Crise
Uma volta ao passado, em 1977 aconteceu à crise asiática, continente que tinha chamado atenção do mundo com o notável crescimento na década de 90 de paises como a Malásia, Tailândia, Filipinas, Indonésia e deu um vexame que todos conhecem.

Em 2001 a Enron grande empresa de energia, com os novos e repetidos erros cometidos pelos avaliadores internacionais que mantiveram um elevado grau de credibilidade para os investimentos em seus papeis, quando a referida empresa já agonizava pois já não tinha seu acesso ao crédito e somente a quatro dias de sua falência, os investidores ficaram sabendo de sua debilidade financeira e foi o fim.

É muito difícil uma análise no sistema financeiro de um mundo globalizado, quando organizações que fazem à avaliação da capacidade de endividamento do setor bancário de cada país em moeda estrangeira, não consegue determinar com antecedência os riscos de calotes por parte dessas megas empresas que muitas vezes tinha como chamariz de investidores a publicação de seus balanços fraudulentos, maquiados com resultados plantados e que em verdade tinha e estava negociando papeis podres e com resgates de aplicações impagáveis.

As agências de classificação de créditos têm cometido falhas que levam a muitíssimos a perderem fortunas e a alguns saírem ganhando bastante. Onde estão os especuladores?

Em 2007 nos Estados Unidos da América, o sistema imobiliário americano começou a fazer água e outra vez as agências de avaliação erraram feio, pois davam nota máxima ao item garantia para que os investidores aplicassem seus recursos nas compras de papeis, que aquela altura eram podres e o resto estamos vendo no que deu.

“Inadimplência de hipotecas de alto risco, associada à dissimilação de investimentos arriscados e heterodoxos, provocou um efeito em cascata de prejuízos bilionários, falência e volatibilidade no mercado financeiro”.

A geração da crise foi mais ou menos assim:
Bancos emprestaram, financiaram a quem não tinha condição de pagar.
O americano investiu todo seu poder de pagamento no setor imobiliário, (quando deveria ter diversificado suas aplicações) imaginando a possibilidade de auferir altos lucros com a valoração dos imóveis; só que por inadimplência um milhão e setecentos mil americanos foram despejados e juntando essa quantidade de imóveis tomados com as construções mais recentes, ocorreu que a oferta era bem maior que a demanda e além da desvalorização dos bens como era natural ficaram encalhados e os Bancos estavam envolvidos nas operações crediticias e sem recursos para resgates das aplicações dos investidores.

Nos Estados Unidos da América, todos estão no vermelho, o povo endividado até a alma, os bancos e o próprio governo com um déficit trilhionário e por causa disso o mundo financeiro está balançando.

Em decorrência dos acontecimentos acima o americano empobrecido começou a reduzir o seu leque de consumo, cortando as coisas tidas como de luxo e. deixaram de usar artigos importados o que mexeu com a balança comercial dos paises fornecedores, gerou a falta de empregos, redução de arrecadação do tesouro e tudo isso em ano do inicio das propagandas eleitorais.

E como o capital não tem pátria o investidor aplica seus recursos também de forma globalizada, as empresas sediadas no Brasil em seus vários segmentos industriais, comerciais e até bancários recebem aplicações de capitais externos que naturalmente em circunstâncias atípicas tendem a resgatar seus investimentos o que faz com que os recursos bancários disponíveis caiam e até desapareçam.

Temos ainda a queda de valor da empresa em razão da redução e ou até a paralisação da venda de seus produtos por falta de recursos do adquirente e/ou da cobertura bancária que seria usada pelo mesmo.

O Brasil não escapou ileso a essa bagunça na economia mundial e como medidas básicas os Bancos podem reduzir o volume dos empréstimos, reduzirem limites, encurtar prazos, elevar juros sobre empréstimos e financiamentos, reduzir adiantamentos para contratos de câmbio o que trará a queda de produção do parque industrial que no primeiro momento poderá adiantar férias aos seus empregados e se a recomposição dos parâmetros com a estabilização das bolsas não ocorrer fatalmente acontecerá o desemprego.

Uma das áreas que será mais afetada é da construção civil em imóveis de luxo, alto luxo, pois depende de altas somas de financiamentos.

Na área das montadoras como eletro-eletronicos com a variação do dólar para cima, os preços serão reajustados para um valor maior, pois dependem de partes e peças importadas e que sofrerão majoração na conversão de real para dólar, moeda em que habitualmente são feitos os contratos de importação, quando não são realizadas em euro.

No Brasil além dos prejuízos já anunciados, já atingem a vários segmentos como por exemplo a indústria automobilística, com suas exportações caindo em 7% e o crédito ao adquirente brasileiro terá que pagar mais caro.

O Brasil deve conter despesas e que de uma vez por todas entendam que investimentos não são despesas.

É possível que no inicio alguns exportadores saiam ganhando, outros tenham suas vendas canceladas o que poderá levar a uma redução de preços internos por excesso de produção em relação ao consumo, mais que poderá impedir que as metas da agricultura, pecuária, indústria continuem sendo trabalhadas, pois certamente além do encarecimento do dinheiro, haverá a redução das exportações dos mencionados produtos independente da oscilação de preço de mercado com conseqüências danosas a toda economia.

Um segmento que poderá no primeiro momento sair ganhando é do turismo interno, pois com a valorização do dólar em relação ao real, foi um elemento dificultador para que turistas fossem para outros paises, mudando seus destinos para várias cidades brasileiras.

Imagino que o BC terá que ter amplos poderes e já, pois o 2º turno das eleições é importante, mais é muito mais importante a nação brasileira, pois o crédito internacional secou e os investidores de fora estão levando ou levaram seu dinheiro e os homens que dirigem a economia do Brasil sabem bem disso e os caminhos que devem ser tomados.

A crise em si não tem tempo determinado para seu fim, mais a estabilidade dos mercados pode acontecer breve na dependência das ações dos BC´s dos oito maiores paises e dos doze maiores emergentes nos quais está o Brasil.

É evidente que cabe aos EEUU a responsabilidade maior da adoção dessas medidas saneadoras e estabilizadora de sua economia, com reflexo na situação mundial, pois o americano está endividado, os bancos em situação critica com alto endividamento, o país como conseqüência em pior situação, o que nos leva a crer que emitirá papeis do governo e tentará negociar com os paises emergentes que podem dispor de parte do capital dolarizado que os EEUU precisam.

Por vezes tenho ouvido perguntas como a seguir: Como pode o dólar ter disparado em sua cotação em relação ao real se são eles que estão no fundo do poço?

Os investidores estrangeiros e muitos brasileiros resgataram suas aplicações retirando dólares do mercado e a falta deles elevou seu valor cambial.

No Brasil a ação de conter despesas e gastos, salvo melhor juízo não devem passar pelos investimentos, mantendo as verbas destinadas a Infra-estrutura, pois o corte travaria o futuro do desenvolvimento do pais, principalmente no que se concerne à construção de ferrovias, portos e aeroportos eixo importante no desenvolvimento.

E por falar em desenvolvimento é bom ter em mente que a Educação, o Esporte, o Lazer, a Cultura e a Saúde, não podem nem deve ser excluídos dos benefícios dos investimentos.

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