quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Economia

Polo automotivo baiano entra em nova fase
Alessandra Nascimento REPÓRTER - Publicação da Tribuna da Bahia


O polo automotivo da Bahia sai fortalecido com a instalação da segunda montadora no Estado: a JAC Motors. Na visão do superintendente de Desenvolvimento Industrial da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, João Marcelo Alves, ainda há grandes possibilidades de uma terceira montadora asiática escolher a Bahia como sede.



“Por conta da mudança na cobrança de IPI para automóveis importados, muitas empresas já sinalizaram sinal verde para a implantação de unidades fabris no Brasil e com certeza a Bahia poderá receber novas montadoras”, avisa. Para Alves, a vinda da JAC será vital para a instalação de novas empresas fornecedoras de autopeças no estado.



“Alguns componentes utilizados pela Ford vinham de outros estados. Acreditamos que com uma segunda montadora, novas empresas se animem em fincar residência na Bahia, o que também contribui na geração de empregos e renda, uma vez que a indústria automotiva é um setor que oferece bons salários”, avalia.



Para o superintendente da Fieb, a vinda de uma segunda montadora era algo bastante esperado. “Desta forma se amplia a escala de demanda por peças, o que é bom para a economia local e para os fornecedores. A Ford responde na Bahia pela produção de 250 mil veículos por ano.



Recentemente, anunciou que vai expandir a produção para 300 mil veículos. Serão novas vagas para novos profissionais. Eles, inclusive, possuem um Centro de Design e com o aumento na demanda com certeza haverá novas contratações pela Ford”, explica.



Sobre a JAC Motors, Alves lembra que também está prevista a construção de um Centro de Desenvolvimento de Novas Tecnologias. “Eles devem construir um novo motor com sistema de alimentação flex e partida a frio. Tanto o Centro da Ford, quanto o da JAC agregam know how e conhecimento local para o campo da engenharia automotiva”, avisa. João Marcelo Alves destaca a questão da mão de obra.



Para o superintendente da Fieb, as universidades baianas não possuem formação específica para a carreira, no entanto o curso de engenharia automotiva, com pós-graduação lato e strictum sensum são oferecidas pelo Senai. “Temos também formação para o profissional nível técnico. O sistema Senai tem condições para treinar a mão de obra que será utilizada na JAC”, informa.



Ele ressalta que um grande problema encontrado pelas universidades públicas diz respeito aos custos de investimentos em laboratórios com tecnologia de ponta, usados na formação da mão de obra destinada ao setor automotivo. “As universidades públicas têm carência de recursos e os laboratórios necessários são muito caros, uma vez que usam tecnologia avançada, no entanto a formação em engenharia nas universidades baianas é transversal”, cita.

Para João Marcelo Alves, a expectativa de criação de 3,5 mil novos empregos diretos e pelo menos 10 mil indiretos com a vinda da JAC Motors é algo positivo para o estado.

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