segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Economia
Alteração do traçado da Fiol ainda não foi feita
Alessandra Nascimento REPÓRTER
Publicação: Tribuna da Bahia


A Valec, estatal que administra as obras da Ferrovia Oeste Leste, Fiol, ainda não apresentou ao Ibama a alteração no traçado dos trechos que passavam por cavernas, situados na região do São Francisco, oeste baiano, e em trechos das cidades de Barreiras, São Felix do Coribe, Santa Maria da Vitoria e São Desiderio.
 A estatal se manifestou por e-mail sobre o caso.


“Por enquanto ainda não foram concluídos os estudos de alteração do traçado nos trechos onde existem as cavernas.
 Os estudos já estão sendo finalizados e a Valec está aguardando a concessão da licença de instalação por parte do IBAMA para dar início às obras no trecho de Caetité até Barreiras”, cita.

Em relação aos trechos anteriormente embargados pelo Ibama, a estatal se manifestou informando que tem tomado todas as medidas recomendadas e cumprido no devido tempo todas as exigências feitas pelo órgão ambiental.
 Ela ressaltou que a previsão de entrega dos lotes da Fiol que já se encontram em obras é para o primeiro semestre de 2014, e seriam os de 1 a 4 que vão de Ilhéus até Caetité, num total de 537 km.

“Por enquanto, estão definidos os prazos para a conclusão dos trechos Ilhéus/Caetité, no primeiro semestre de 2014 e Caetité/Barreiras para dezembro de 2015.
 Quanto aos valores do investimento, a estimativa é de que na contratação do trecho Ilhéus/Caetité/Barreiras sejam desembolsados cerca de R$ 4,3 bilhões.

Procurado pela reportagem da Tribuna da Bahia, o superintendente do Ibama na Bahia, Celio Costa Pinto, reiterou que o órgão ambiental está fiscalizando as obras da Fiol, mas ainda não recebeu os estudos sobre a alteração do traçado para os trechos que passam por cavernas.
“Essa questão é bastante complicada. A região é problemática e o caso envolve uma situação de segurança”, avisa.

Costa Pinto mencionou que o Ibama participou recentemente da audiência pública do Porto Sul, em Ilhéus. “Foram mais de 3,7 mil pessoas presentes.

O governo apresentou o estudo de impacto ambiental com a mudança do local de Ponta da Tulha para Aritagua. O Ibama fará a analise e se manifestará sobre a concessão de licença para o Porto”, informa.

Em relação à postura adotada por um ambientalista de São Paulo, que vem usando a mídia nacional para afirmar que a construção do Porto Sul não sairá do papel e seu possível envolvimento com o empresariado do sul do país visando atrapalhar a realização das obras que asseguram o desenvolvimento do Estado da Bahia e da região Nordeste com a construção do Porto Sul, Celio Costa Pinto disse que o órgão estará alheio a essas questões, se atendo apenas ao foco ambiental.

“O Ibama estará analisando o parecer técnico. Os especialistas em Brasília estarão a frente desta questão e conduzirão o caso da melhor forma possível avaliando apenas os impactos ao meio ambiente”, diz.

Importância estratégica para a Bahia

A construção da Ferrovia Oeste Leste, Fiol, terá grande impacto na logística do estado da Bahia e das regiões Norte e Nordeste.

Um dos grandes méritos foca na redução de custos do transporte de insumos e produtos diversos, o aumento da competitividade dos produtos do agronegócio e a possibilidade de implantação de novos polos agroindustriais e de exploração de minérios, aproveitando sua conexão com a malha ferroviária nacional.

Os principais produtos a serem transportados são soja, farelo de soja e milho, além de fertilizantes, combustíveis e minério de ferro.

A ferrovia, segundo a Valec, promoverá a dinamização das economias locais, alavancando novos empreendimentos na região, com aumento da arrecadação de impostos, além de geração de cerca de 30 mil empregos diretos.

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