segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Titulo de Pensar Grande: Serra e FHC do mesmo naipe...e o Brasil precisa de algo melhor


Meus candidatos
Comentário de:
JC Teixeira Gomes

Jornalista, membro da Academia de letras da Bahia
jcteixeiragomes@hotrnail.com

Evitei escrever sobre eleições, mas, às vésperas do pleito, devo fazê-Io, por in­sistência de amigos, que vivem pergun­tando em quem vou votar. Bem, não darei a resposta clássica - "o voto é secreto" - porque, mais do que secreto, ele deve ser consciente. No artigo de hoje eu deveria estar encerrando a série sobre a Rússia, o que farei proxima­mente, mas, devido à insistência, não va­cilarei em falar do pleito.
Em primeiro lugar, acho importante votar.
No Brasil, mais do que escolher o melhor, o voto é uma forma de exprimirmos o nosso desagrado com o baixo nível da vida pública. Tal como vem sendo utilizado em nosso País, não chega a ser um instrumento de afirmação democrática, pela falta de independência de grande parte do eleitorado. O pior, porém, é não ter voz, pois sempre vale a pena acreditar que o voto comprado venha a ser alterado na boca da urna, por um lampejo de dignidade política e pessoal do eleitor.
Confesso que ainda não tenho voto para a Presidência, mas, honestamente, devo reve­lar que não votarei no candidato do PSDB. Incomoda-me a excessiva vinculacão de Ser­ra com as ideias conservadoras do seu partido e sobretudo com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que sempre aparece na mídia como seu tutor, sem que Serra aja para evitar a incômoda parceria.
Dizem que o eleitorado é desmemoriado.

Nem sempre. Afinal, não há como negar que FHC caiu no ostracismo em consequência de deliberada decisão do povo brasileiro. Além da habitual arrogância, que o levou a instituir o garrote brutal contra funcionários e assalaria­dos, podemos citar contra seu governo a grave decisão de instituir a reeleição para prolon­gar-lhe permanência no poder,num país de persistência do voto de cabresto. Imperdoável.
Escândalos como o do projeto Sivam, de controle do espaço área da Amazônia, com denunciada corrupção de influente (e pro­tegida) personalidade ligada ao governo, em fatos obscuros, acabaram em segundo plano, mas não o da compra de votos no Congresso para facilitar a reeleição. E, sobretudo, a grave crise de energia que corroeu o Brasil com desastrosos efeitos na economia, pela clara imcompetência na condução da política ener­getica fundamental para o País.

A tudo isto somemos as privatizações sem cri­tério, transferimdo o patrimônio público através de vendas irrisórias, para ceder à globalizacão. Não foi atoa que um jovem político em ascen­são, como Aécio Neves, recusou o convite de Ser­ra para disputar a vice-presidência, o que deu lugar aos absurdos nomes de políticos sem ex­periência ou história então lembrados e que apareceram na mídia, para espanto de todos.

As tontas, pressionado por seus correligionários o PSDB decidiu-se pelo folclórico e inexpressivo Indio da Costa, logo depois de ter ventilado até o ACM Neto, político re­gional sem a menor repercussão no País ou tradiçao politica e administrativa. Era um Jogo cego e absurdo. Em suma Serra de­sarvorado, não pensou sequer no exemplo de Tancredo, para convencer-se de que a vi­ce-presidência é um cargo que deve ser res­peitado. E olhem que ele é um candidato com mais de sessenta anos de idade.
Bem, tire o leitor suas conclusões. Mas con­tinuarei a não revelar o nome da minha pre­ferencia para a Presidência, pelo simples fato de que ainda analiso três deles ... Direi apenas que, se morasse em São Paulo, já teria pelo menos um candidato para deputado federal:
"Protógenes Queiroz. Pela luta brilhante desse ex-delegado da Polícia Federal contra a cor­rupção, .enfrentando o poder econômico, po­litico. e_ Jornalistico em meio a todas as per­seguições. Com ele ja conversei longamente, . e senti que e um jovem resoluto em suas convicções. Um nome de compromisso e re­novação. Não é todo dia que alguém sacrifica cargo e posições em favor da decência e da seriedade na vida pública.
Meu outro candidato disputa o Senado. É uma baiana da melhor tradicão do 2 de Julho voluntariosa, que enfrentou: com grande coragem o carlismo em nosso Estado, sendo perseguida, mas sem nunca esmorecer. Com­petente politicamente, soube colocar os in­teresses da Bahia e do Brasil em primeiro plano, contra quaisquer ameaças: Lídice da Mata. Ambos exprimem dignidade política. Em suma, creio que por esses dois comba­tentes o voto será sempre criterioso, útil e patriótico. E, sobretudo, esperançoso.

Confesso que ainda não tenho voto para a Presidência mas devo revelar que não votarei no .candidato do PSDB
Comentário publicado no Jornal A Tarde.

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