Seplan informa:
O território de identidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS) é formado por 10 municípios: Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas, Simões Filho, Dias D’ávila, Candeias, Madre de Deus, Itaparica, Vera Cruz e Salinas das Margaridas.
Juntos, esses municípios formam um dos centros urbanos mais relevantes do país e abrigam o segundo maior polo industrial do Norte e do Nordeste do Brasil. É também na Região Metropolitana de Salvador que se encontra um mercado pujante e que, nos últimos anos, com a ascensão da chamada “classe C”, vem elevando seu padrão de consumo e já possui um PIB que supera os R$ 64 bilhões.
Um fator curioso ao pensarmos nos municípios da RMS é que apenas Vera Cruz e Itaparica não estão conectados diretamente à capital através de uma malha rodoviária eficiente.
Ao redor do mundo, as pontes já funcionam como um vetor de “vascularização” das grandes metrópoles, trabalhando como vias alternativas para integrar centros urbanos e permitir o fluxo de pessoas e cargas com maior fluidez. No caso de Salvador, essa necessidade é ainda mais urgente se pensarmos na característica peninsular da RMS, que não dispõe de uma saída terrestre para a conexão em direção ao sul e a oeste.
É a partir dessa perspectiva que a Ponte Salvador – Ilha de Itaparica se apresenta como alternativa para resolver esse estrangulamento logístico.
GARGALOS LOGÍSTICOS
A limitação geográfica que o oceano e a Baía de Todos os Santos impõe à região contribui para a criação de um gargalo logístico. Sem uma alternativa para ligação da RMS à toda região sul e oeste do Estado, a BR-324, acaba por concentrar todo o fluxo destinado a essas regiões, além de parte do tráfego da região Norte. Isso faz com que um veículo com destino ao Sul se desloque cerca de cem quilômetros na direção oposta, até o entroncamento de Feira de Santana, para depois, então, tomar o rumo pretendido.
Isso impacta significativamente o tráfego na rodovia, gerando congestionamentos e lentidão. Na saída de Salvador, por exemplo, o fluxo diário de veículos na BR-324 já passa de 40 mil veículos por dia, valor próximo à capacidade máxima da via.
BENEFÍCIOS DA PONTE
Para a logística do Estado, a Ponte Salvador – Ilha de Itaparica apresenta inúmeros benefícios, que vão desde a diminuição das distâncias até uma melhoria significativa na qualidade de vida da região, com redução de tempo e custos de deslocamento para os municípios afetados.
Um bom exemplo da redução de distâncias que a Ponte trará pode ser visto no deslocamento entre as cidades de Santo Antonio de Jesus e Salvador. Atualmente, esse trajeto chega a durar 170 minutos. Após a construção da Ponte, o tempo deverá ser reduzido para cerca de 75 minutos.
Mais do que a Ponte, o plano da macroárea tem como principal objetivo permitir um novo vetor de desenvolvimento urbano, pois engloba também o fechamento do anel viário do Recôncavo, integrando toda a região com a construção da Ponte, duplicação da BA-001 na Ilha e da Ponte do Funil, construção da ligação entre Santo Antônio de Jesus e Castro Alves e qualificação da infraestrutura viária regional.
Além disso, a proposta é permitir uma integração direta com outras obras importantes na capital, como a Via Expressa e a duplicação do Porto de Salvador. A nova conexão também beneficiaria o Porto de Aratu e os estaleiros do Paraguaçu, e integraria toda uma região que atualmente concentra mais de 80% do comércio exterior da Bahia.
Integradas, obras como a Ponte Salvador-Ilha de Itaparica, o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste vão redesenhar a logística do Estado, permitindo novas alternativas de crescimento e desenvolvimento no próximo século.
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