Dragagem beneficia transporte hidroviário no Rio São Francisco
Três comboios fluviais, com capacidade de transportar 3,5 mil toneladas de carga cada um, por viagem, trafegam atualmente no Rio São Francisco.
Pertencentes à empresa Icofort, que beneficia caroço de algodão no município de Juazeiro, as embarcações operam no único trecho comercialmente navegável, com extensão de 610 quilômetros, entre os municípios baianos de Ibotirama e Juazeiro.
Esse trecho utilizado - do total de 1.371 quilômetros que compõem a hidrovia do São Francisco - sinaliza para a viabilidade econômica da navegação fluvial no rio, como aponta o secretário do Planejamento da Bahia, Zezéu Ribeiro. Ele destaca ainda a importante intervenção do Governo do Estado, por meio de um decreto, que deu condições de fazer a dragagem de 50.791,16 m3 de areia em três passagens críticas que dificultavam a navegação dos comboios. “Esse trabalho garantiu a continuidade da navegação dos comboios, que estava em vias de ser paralisada”, observa Zezéu.
Em 13 de setembro do ano passado, foi publicado o decreto nº 13.273, assinado pelo governador em exercício, Otto Alencar, e pelos titulares da Casa Civil e da Secretaria do Planejamento. O documento declarava “situação de emergência” em trechos do Rio São Francisco: Limoeiro, Meleiro, Torrinha, Amarra Couro, Ilha do Mendonça e Fazenda Carrapicho, situados entre os municípios de Ibotirama e Xique-Xique.
“Nestes trechos, que integram a parte navegável do rio, havia se formado bancos de areia, que inviabilizavam o tráfego aquaviário e ofereciam um risco crescente para a segurança da navegação. Por isso, era imperiosa a necessidade da execução de serviços emergenciais de dragagem nos trechos críticos da hidrovia do São Francisco”, reitera o secretário. Ela enfatiza a importância da intervenção do poder público estadual como estímulo à hidrovia, que ele considera um modal vantajoso, tanto do ponto de vista econômico quanto do ambiental. Para se ter ideia, um único comboio, ao fazer um carregamento de 3,5 mil toneladas, retira das estradas cerca de 80 carretas com 45 toneladas cada, colaborando para ampliar a segurança nas rodovias, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e as emissões de poluentes na atmosfera.
ESTIAGEM – Os bancos de areia que ameaçavam interromper o fluxo de mercadorias regularmente transportadas pela hidrovia se formou com a estiagem ocorrida entre os meses de agosto e novembro, a qual acentuou o rebaixamento do nível do Rio São Francisco. O rio é utilizado principalmente para o escoamento da safra de grãos, o que ocorre entre os meses de maio e março do ano seguinte, período durante o qual a navegação não pode ser interrompida, pois provocaria grandes prejuízos para a economia baiana.
A dragagem dos mais de 50 mil m3 ocorreu entre 22 de setembro e 29 de dezembro do ano passado. Os trechos beneficiados foram a Ilha do Mendonça (30 mil m3), Amarra Couro (9 mil m3) e a Fazenda Carrapicho (11 mil m3).
Com o trabalho de dragagem, pontua Zezéu Ribeiro, houve: restabelecimento da capacidade de transporte, dobrando o volume de carga transportada no mesmo período; redução do tempo de viagem em função de não haver mais necessidade do desmembramento dos comboios; e segurança da navegação com canais mais profundos.
Fonte:SEPLAN
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