O Hospital Couto
Maia, referência no tratamento de doenças infecciosas e parasitárias,
completa 162 anos nesta quinta-feira (9). Construída em Monte Serrat,
bairro de Salvador, a instituição é uma importante unidade de saúde
dedicada ao combate de epidemias ao longo da história. Segundo a
diretora médica, Ana Verônica Mascarenhas, o hospital foi pensado
estrategicamente para evitar que doenças fossem trazidas pelos viajantes
que chegavam à cidade em navios.
“O Couto Maia surgiu por causa da
necessidade de um hospital de isolamento para pessoas que tinham febre
proveniente de doenças contagiosas, como a febre amarela. O local foi
escolhido por ser próximo ao mar, alto e arejado. Era o lugar ideal para
receber os pacientes que chegavam à cidade em navios. As pessoas eram
examinadas e as que apresentavam suspeita, em relação às doenças,
ficavam de quarentena internadas aqui”, explica a diretora médica.
Hoje cerca de 500 profissionais formam
a equipe médica responsável por atender até dois mil pacientes por mês.
O Couto Maia é o único na Bahia especializado no tratamento de doenças
como meningite, tétano e leptospirose, e tem o vírus HIV como principal
causa de internações. “O hospital ainda é um dos mais procurados pela
população. Muitas vezes também recebemos pacientes de outras unidades.
Atualmente registramos que 60% dos nossos pacientes são portadores do
vírus HIV. Nós os acolhemos e fazemos todo o acompanhamento”, afirma Ana
Verônica.
Estrutura
O hospital é divido em três pavilhões.
Fazem parte da estrutura física 101 leitos, entre os quais, seis de
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e 30 pediátricos, além de
ambulatórios para pessoas com HIV, para neuroinfectologia e para
assistência a pacientes com hanseníase. A professora Josidelma Maciel de
Pinho ficou satisfeita com o resultado do tratamento do filho, John
Vitor, que tinha a doença.
“Quando chegamos aqui, meu filho tinha
manchas espalhadas pelo corpo. Agora, depois de seis meses de
tratamento, ele está com a pele lisa. Não tem nenhuma mancha. Fizemos
novo exame e deu negativo. Espero que hoje seja a última sessão do
tratamento dele. Estou aliviada e muito feliz com o resultado”, diz
Josidelma.
A situação do aposentado Nivardo
Monteiro da Silva, 72 anos, é um pouco diferente. Ele foi encaminhado ao
hospital por causa de uma febre que não passava. Depois de um mês
internado, o aposentado destaca a qualidade e o carinho dos
profissionais. “Já havia passado por outros hospitais. Mas, no Couto
Maia, me senti bem tratado. A equipe é atenciosa e conseguiu controlar a
febre”.
Educação e pesquisa
A educação tem espaço garantido nas
instalações da unidade. Em um edifício-anexo funciona o Núcleo de
Educação e Pesquisa (NEP), onde estudantes de Medicina e médicos
residentes têm a oportunidade de aprimorar os conhecimentos. “O Couto
Maia é um hospital onde a pesquisa é incentivada. Temos linhas de
pesquisa em leptospirose, tétano, entre outras doenças. O nosso banco de
dados é bastante utilizado por estudantes em suas monografias. O que é
estudado e pesquisado é repassado aos profissionais da saúde”, explica o
coordenador do NEP, Edílson Sacramento.
O hospital também abriga o Centro de
Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE), onde são
disponibilizadas vacinas especiais que não constam na Rede Básica de
Saúde como oferta. Para ter acesso à medicação, os pacientes precisam de
recomendação médica. Os portadores de anemia falciforme são os que mais
procuram vacinas no local
Nenhum comentário:
Postar um comentário