Um
parecer elaborado pelo ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson
Dipp afirma que a delação premiada do doleiro Alberto Youssef na Operação Lava
Jato é ilegal e, consequentemente, todas as provas coletadas a partir dela são
"imprestáveis". Considerado um dos maiores especialistas do país em
lavagem de dinheiro e delação premiada, Dipp acredita que o acordo atual omite
o fato de que Youssef descumpriu um pacto anterior, de 2003, e, segundo ele, o
doleiro não possui credibilidade para fazer delação, já que mentiu e omitiu
informações à Justiça anteriormente. Com bases nesses argumentos, o
advogado José Luis Oliveira Lima, que defende o executivo Erton Medeiros,
da Galvão Engenharia, ingressou nesta segunda-feira (6) com um habeas corpus no
STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir que os depoimentos do doleiro sejam
anulados. A delação premiada de Alberto Youssef foi homologada pelo ministro
Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 19 de dezembro de 2014. O
advogado de Youssef, Antonio Augusto Figueiredo Basto, diz respeitar o conhecimento
jurídico do ex-ministro do STJ Gilson Dipp, mas afirma que ele "deveria
estudar mais profundamente o acordo de delação" de seu cliente. "Não
há ilegalidade nenhuma na delação do Alberto. Tanto que ela já foi homologa
pelo Supremo", defende Basto.
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