quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Copa de 2014

Brasil se antecipa para garantir bons gramados em 2014



Fonte: Lancenet
Assim como o Brasileirão deste ano, o Mundial da África do Sul também sofreu com o mau estado dos gramados de parte de seus estádios. Este problema, no entanto, dificilmente acontecerá por aqui, em 2014. O Comitê Organizador Local (COL) já se preveniu ao lançar um caderno de encargos específico para os campos da próxima Copa. Resta apenas uma preocupação: evitar atrasos no cronograma.
O documento lançado pelo COL em setembro de 2009 reúne recomendações para gramados de estádios, centros de treinamento e até de hotéis que servirão de concentração para as seleções. Todas as etapas da construção e da manutenção dos campos são abordados, desde sistemas de drenagem e irrigação até o tipo de grama que deverá ser utilizado.
O caderno recomenda ainda que as sedes dediquem seis meses aos gramados - sendo três para a construção e outros três para que ganhem resistência. Este é o principal temor dos responsáveis pelo desenvolvimento dos projetos dos campos, já que a maioria das obras dos estádios de 2014 está atrasada.
- O ideal é que tenhamos, no mínimo, seis meses. Mas sabemos que vai apertar, então já estamos nos preparando para fazer essa obra em menos tempo, entre três e quatro meses. Pela experiência de 15 anos que temos, sabemos que, no fim, o campo vai ficar para a última hora. Mas tentamos sempre convencer o contratante a reservar seis meses para o fazer o processo todo - explicou Roberto Gomide, diretor da World Sports, empresa referência nacional na construção de gramados.Parte dos problemas vistos na África do Sul, este ano, aconteceu justamente por conta de atrasos. Em março, a três meses do Mundial, ainda havia estádios sem campos. O curto período entre construção e jogos fez com que os gramados fossem utilizados sem a resistência ideal.
- A base do gramado é arenosa. Essa areia não pode ser compactada demais, para que não machuque o atleta e para facilitar a drenagem. Se a grama não estiver enraizada nessa base ou se não houver algum processo que misture grama sintética com natural, acontece aquilo: um campo de raiz curta que, após um excesso de jogos, se chegava na areia em qualquer carrinho - disse Gomide.
A organização local teve buscar soluções de última hora para garantir um mínimo de qualidade. O gramado do Ellis Park, em Johannesburgo, ganhou reforço de fibras sintéticas a cerca de 60 dias da abertura da competição. Duas semanas depois, o estádio recebeu ainda com a doação de um moderno equipamento de manutenção, avaliado em US$ 50 mil (R$ 84,2 mil). A máquina atendeu ainda aos campos do Peter Mokaba, em Polokwane, e do Mbombela, em Nelspruit.
Em princípio, o Brasil não pensa em planos de emergência para os gramados locais. Os primeiros campos deverão começar a ser construídos no início de 2012. Pelo cronograma ideal, o prazo permitiria uma margem segura para mudanças e ajustes antes da competição.
- Assinamos contratos para o desenvolvimento de projetos. Algumas licitações já foram vencidas e estamos negociando diretamente com as construtoras. Mas os contratos serão firmados só mesmo do meio para o fim do ano que vem. O campo é utilizado como parte da obra do estádio, principalmente para as gruas. Assim, só vamos conseguir entrar nesses gramados no fim de 2011 ou no início de 2012 - concluiu Roberto Gomide.

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