sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Plano Preliminar sugere 9 plataformas e 92 poços para Libra

ANP deve divulgar hoje volume da reserva petrolífera que pode ser a maior do País
29/10/2010 08:38

A Gaffney, Cline & Associates, contratada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para medir o potencial de blocos do pré-sal, estima serem necessários 92 poços produtores em Libra para dar vazão ao campo gigante. A certificadora delineou um plano de desenvolvimento do prospecto, no qual sugere ainda nada mais nada menos que 9 navios-plataformas do tipo FPSO na mesma área - de 727 quilômetros quadrados - cada uma com capacidade para produzir 150 mil barris por dia. As informações constam de relatório da empresa disponibilizado pela agência.

A ANP deve anunciar hoje o volume estimado de petróleo a partir da descoberta que pode ser a maior até então realizada no País. Libra, localizado no pré-sal da Bacia de Santos que é da União - não foi concedido para a iniciativa privada nem para a Petrobras -, deve conter no mínimo 8 bilhões de barris, segundo fontes baseadas no relatório da certificadora e outros dados.

Tupi, até então a maior reserva, possui de 5 bilhões a 8 bilhões de barris estimados, com sistema de produção que prevê no seu começo de produção uma plataforma (Cidade de angra dos Reis) com nove poços produtores. Outra plataforma (Cidade de são Vicente) está local, mas deve ser deslocada para outra área no final do ano.
Ao citar "recursos prospectivos arredondados", o relatório aponta que o volume pode chegar a 15,07 bilhões de barris, numa perspectiva otimista. Na "melhor" aposta, o documento apresenta chances de haver 7,09 bilhões de barris. E num cenário classificado como baixo, a empresa fala em 3,65 bilhões de barris.

"Libra necessitará de 9 FPSOs ligados a 92 poços de produção e 92 poços de injeção para recuperar a melhor estimativa de recursos", estima a certificadora no capítulo que trata de "Delineamentos de Projetos de Desenvolvimento", para cada uma das acumulações do pré-sal estudadas pela empresa.

Entre as áreas avaliadas, a empresa certificadora também mediu o potencial do bloco de Franco, vendido para a Petrobras no processo de seção onerosa. O relatório da empresa serviu de base para as negociações que culminaram na capitalização da estatal. A certificadora sugere um total de plataformas e poços bem inferior ao de Libra na maioria dos blocos avaliados. Para Tupi Nordeste, por exemplo, o relatório indica a necessidade de uma plataforma e sete poços produtores. Para Perobra, 2 plataformas e 9 poços. O campo que mais se aproxima de Libra em número de plataformas estimadas é Franco, com 6 unidades e 62 poços.

O prospecto Libra localiza-se em lâmina d’água de cerca de 2 mil metros, a cerca de 200 km ao sul da cidade do Rio de Janeiro. Se estiver ligada a outros campos já licitados, no fenômeno chamado tecnicamente de unitização, os detentores das reservas devem selar acordos para que um não puxe o petróleo do outro.
Conforme noticiado em setembro, o governo estuda incluir Libra no primeiro leilão do pré-sal sob regime de partilha. Por este novo modelo, as empresas privadas não podem mais ser detentoras do petróleo, como ate então vinha ocorrendo nos leilões iniciados na década passada, com a quebra do monopólio da Petrobras pela Lei do Petróleo. Pelo novo marco, ainda em tramitação no Congresso, as empresas são prestadoras de serviço e a Petrobras deve ser a operadora única, podendo se associar a outras companhias.

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