Somente de cota de Tv, o Campeonato Paulista de Futebol vai render este ano R$ 67 milhões, aproximadamente, aos 20 clubes participantes, com os quatro grandes - São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos ficando cada um com R$ 9,5 milhões.
Já a receita de cota de TV gerada pelo Campeonato Baiano de 2011 será de R$ 4 milhões para os 12 clubes na disputa, cabendo a Vitória e Bahia R$ 1 milhão, cada.
Numa comparação fria, o Estadual baiano vale apenas 5,9% do paulista. Tal disparate tem, obviamente, as suas explicações, a começar pelo fato de São Paulo ser o Estado mais rico da Federação, ao passo que a Bahia ocupa a sétima posição em tal ranking, com um PIE pelo menos oito vezes inferior ao paulista (dados de 2008).
Entretanto, apesar das abissais desigualdades sócio econômicas entre os dois estados e de suas visíveis consequências, é inconcebível o estado miserando em que se encontra a maior parte das arenas que receberão os jogos do "Baianão 2011.
O Estádio Armando Oliveira, em Camaçari, dá o pior exemplo, com rachaduras e infiltrações em sua varzeana arquibancada de concreto. Um cenário que, inevitavelmente, nos remete à tragédia da Fonte Nova em 2007, quando sete pessoas pereceram.
Mesmo em situação obviamente precária quanto a segurança, conforto e higiene, o estádio de Camaçari obteve laudo técnico de aprovação emitido por instituições responsáveis, como o Corpo de Bombeiros, a Policia Militar e a Vigilância Sanitária.
Um desrespeito ao Estatuto do Torcedor, como é conhecida a Lei Federal 1O.671/03, criada em 2003 para proteger os interesses do cliente no papel de torcedor.
A três anos e meio da Copa do Mundo do Brasil de 2014, eleita Salvador uma de suas sedes mais importantes, o futebol baiano, enquanto organização estadual, mostra-se decepcionante. De modo que a Federação Baiana de Futebol precisa se justificar e, mais ainda, exercer um papel de maior protagonismo, capaz de mobilizar forças e, na essência da palavra, apontar a sua bússola em direção ao profissionalismo.
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