sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Sempre fui e continuo sendo favorável ao desenvolvimento. Espero que tudo seja uma realidade futura.Em conceito equilibrado que venha a Ponte..


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Bahia

Ponte Salvador - Itaparica pode ter as obras iniciadas em 2017

Projeto já amplia de quatro para seis as pistas de tráfego 

por

Albenísio Fonseca

Publicada em 23/10/2015 10:36:07 – Tribuna da Bahia

A construção da polêmica ponte Salvador-Itaparica poderá ser iniciada em 2017 e sob perspectiva de conclusão em até cinco anos. O projeto de engenharia está previsto para ser concluído no próximo mês – quando será disponibilizado na Internet para avaliações, sugestões e críticas em âmbito internacional. Do mesmo modo, os estudos de impacto ambiental (EIA-RIMA) estarão finalizados essa semana e os de urbanismo têm previsão de estarem prontos até o final do ano. Com isso, o processo licitatório já poderá ser lançado em 2016 e as obras terem início no ano seguinte.

As projeções são do coordenador técnico do projeto na Seplan-Secretaria Estadual de Planejamento, Paulo Henrique Almeida. Ele ponderou que “tudo vai depender da situação nacional”, em que pese a superação das dificuldades econômicas e políticas vividas esse ano no país. O custo estimado para as obras de todo o SVO-Sistema Viário Oeste, no qual está envolvida a ponte, é de R$ 7 bilhões. A Seplan ainda não revelou como o recurso será obtido. Almeida entende ser este o “projeto mais discutido na história da Bahia, com dezenas de audiências públicas já realizadas desde 2011 e considerando que o SVO foi lançado em 2010”.

Para a audiência em Salvador, aberta ontem pela manhã no Fiesta Convention, no Itaigara, pelo vice-governador e secretário de Planejamento, João Leão e o de Infraestrutura, Marcos Cavalcanti, estiveram presentes o superintendente do Ibama, Célio Costa Pinto, o diretor de Regulação do Inema, Leonardo Carneiro e os prefeitos de Salinas das Margaridas, Valença, Jaguaripe, Jaguaquara e Lafaiete Coutinho. Além da exposição de Paulo Henrique Almeida, houve a do coordenador-geral do projeto, Pedro Bettencourt, diretor da Nemus, empresa portuguesa que junto à baiana N&S formam o consórcio responsável pelos estudos de impacto ambiental do projeto. A audiência em Vera Cruz foi adiada do último dia 20 para meados de novembro.

Projeto já amplia de quatro para seis as pistas de tráfego 

Almeida revelou ter sido ampliada de quatro para seis as vias de tráfego, com dois acostamentos, o que permitirá no futuro a ampliação até oito pistas. A ponte terá 12,2 km de extensão e ligará a região do Comércio, na capital, à localidade de Gameleira, em Vera Cruz, onde será instalada a Central de Pedágio.

Outra central de pedágio será construída na altura da Ponte do Funil. Haverá necessidade da construção de dois túneis para conexões viárias na capital. Ele acenou, ainda, com uma projeção futura, a depender da demanda, que possibilitaria a implantação de um sistema  VLT-Veículo Leve sobre Trilhos na ponte. Sob essa perspectiva, o SVO ampliaria a conexão com os sistemas de transporte público na Ilha e em Salvador, contemplando o deslocamento através do metrô até Lauro de Freitas.

O coordenador técnico voltou a demonstrar o quanto “a Ponte não é apenas uma ligação Salvador-Itaparica, mas um vetor de desenvolvimento para o Recôncavo Sul e o Baixo Sul que deverá beneficiar cerca de 4,5 milhões de pessoas em 45 municípios”.

Itaparica, Vera Cruz e demais municípios do Recôncavo Sul e Baixo Sul, diretamente impactados pelo SVO apresentam IDH-Índice de Desenvolvimento Humano próximo das regiões mais pobres do estado. A população de 65 mil habitantes, atualmente na ilha, tem estimativa de alcançar 250 mil moradores nos próximos 30 anos. Há projeções de que as obras requererão de 4 mil a 13 trabalhadores efetivos, distribuídos em três canteiros de obras. Há projeção, ainda para a geração de 100 mil postos de trabalhos nos municípios beneficiados pelo novo vetor nas próximas décadas.

Almeida retrucou “projeções superestimadas sobre a circulação de veículos feitas por críticos do projeto”. Disse que, com base nelas os pedágios pagariam rapidamente o dispêndio com as obras. Ele garantiu que a engenharia e a tecnologia adotadas para a construção da ponte não contemplam nenhuma novidade: “é a mesma já consolidada nas pontes de grande extensão em diversos locais do planeta”. O vão central da ponte, levadiço, está projetado a uma altura de 120m sobre o nível do mar. 

Impactos ambientais negativos são minimizados ou evitados 

No que tange aos impactos ambientais, Pedro Betencourt disse que os estudos iniciados há exatos dois anos, em outubro de 2013, analisou as “15+1” proposições para implantação da via rodoviária ligando o continente à ilha optando pela ligação Comércio-Gameleira, de menor distância, como defendido, desde o início, pelos técnicos do governo e que inclui a duplicação da BA-001. 

Ele apresentou avaliações que, conforme assegurou, evitarão impactos negativos junto aos manguezais, recifes de corais, florestas de remanescentes da Mata Atlântica em ilhas como Itaparica, Frades, Matarandiba, Fontes, Bimbarras e Monte Cristo; e recifes de corais na costa das ilhas de Itaparica, dos Frades, Maré e na Laje da Ipeba além de outros aspectos e atributos da própria Baía de Todos os Santos como um todo. 

De todo modo, ainda segundo Bettencourt, o “potencial de impacto negativo é limitado ou compensável” no caso do ambiente subaquático e da fauna marinha.

 A maioria dos impactos negativos identificados, segundo ele, é passível de ser convenientemente gerenciada, além dos indiretos relacionados com o desenvolvimento urbano previsto para a ilha de Itaparica, cuja municipalidade já promove a revisão do PDDU-Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável. O projeto da ponte interligando Salvador e Itaparica foi criado, originalmente, pelo arquiteto Sérgio Bernardes, na década de 1960 e resgatado em 2010 durante o governo Jaques Wagner.

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