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Bahia
Ponte Salvador - Itaparica
pode ter as obras iniciadas em 2017
Projeto já amplia
de quatro para seis as pistas de tráfego
por
Albenísio Fonseca
Publicada em 23/10/2015 10:36:07 – Tribuna da Bahia
A construção da
polêmica ponte Salvador-Itaparica poderá ser iniciada em 2017 e sob perspectiva
de conclusão em até cinco anos. O projeto de engenharia está previsto para ser
concluído no próximo mês – quando será disponibilizado na Internet para
avaliações, sugestões e críticas em âmbito internacional. Do mesmo modo, os estudos
de impacto ambiental (EIA-RIMA) estarão finalizados essa semana e os de
urbanismo têm previsão de estarem prontos até o final do ano. Com isso, o
processo licitatório já poderá ser lançado em 2016 e as obras terem início no
ano seguinte.
As projeções são do
coordenador técnico do projeto na Seplan-Secretaria Estadual de Planejamento,
Paulo Henrique Almeida. Ele ponderou que “tudo vai depender da situação
nacional”, em que pese a superação das dificuldades econômicas e políticas
vividas esse ano no país. O custo estimado para as obras de todo o SVO-Sistema
Viário Oeste, no qual está envolvida a ponte, é de R$ 7 bilhões. A Seplan ainda
não revelou como o recurso será obtido. Almeida entende ser este o “projeto
mais discutido na história da Bahia, com dezenas de audiências públicas já
realizadas desde 2011 e considerando que o SVO foi lançado em 2010”.
Para a audiência em
Salvador, aberta ontem pela manhã no Fiesta Convention, no Itaigara, pelo
vice-governador e secretário de Planejamento, João Leão e o de Infraestrutura,
Marcos Cavalcanti, estiveram presentes o superintendente do Ibama, Célio Costa
Pinto, o diretor de Regulação do Inema, Leonardo Carneiro e os prefeitos de
Salinas das Margaridas, Valença, Jaguaripe, Jaguaquara e Lafaiete Coutinho.
Além da exposição de Paulo Henrique Almeida, houve a do coordenador-geral do
projeto, Pedro Bettencourt, diretor da Nemus, empresa portuguesa que junto à
baiana N&S formam o consórcio responsável pelos estudos de impacto
ambiental do projeto. A audiência em Vera Cruz foi adiada do último dia 20 para
meados de novembro.
Projeto
já amplia de quatro para seis as pistas de tráfego
Almeida revelou ter
sido ampliada de quatro para seis as vias de tráfego, com dois acostamentos, o
que permitirá no futuro a ampliação até oito pistas. A ponte terá 12,2 km de
extensão e ligará a região do Comércio, na capital, à localidade de Gameleira,
em Vera Cruz, onde será instalada a Central de Pedágio.
Outra central de
pedágio será construída na altura da Ponte do Funil. Haverá necessidade da
construção de dois túneis para conexões viárias na capital. Ele acenou, ainda,
com uma projeção futura, a depender da demanda, que possibilitaria a
implantação de um sistema VLT-Veículo Leve sobre Trilhos na ponte. Sob
essa perspectiva, o SVO ampliaria a conexão com os sistemas de transporte
público na Ilha e em Salvador, contemplando o deslocamento através do metrô até
Lauro de Freitas.
O coordenador técnico
voltou a demonstrar o quanto “a Ponte não é apenas uma ligação
Salvador-Itaparica, mas um vetor de desenvolvimento para o Recôncavo Sul e o
Baixo Sul que deverá beneficiar cerca de 4,5 milhões de pessoas em 45
municípios”.
Itaparica, Vera Cruz
e demais municípios do Recôncavo Sul e Baixo Sul, diretamente impactados pelo
SVO apresentam IDH-Índice de Desenvolvimento Humano próximo das regiões mais
pobres do estado. A população de 65 mil habitantes, atualmente na ilha, tem estimativa
de alcançar 250 mil moradores nos próximos 30 anos. Há projeções de que as
obras requererão de 4 mil a 13 trabalhadores efetivos, distribuídos em três
canteiros de obras. Há projeção, ainda para a geração de 100 mil postos de
trabalhos nos municípios beneficiados pelo novo vetor nas próximas décadas.
Almeida retrucou
“projeções superestimadas sobre a circulação de veículos feitas por críticos do
projeto”. Disse que, com base nelas os pedágios pagariam rapidamente o
dispêndio com as obras. Ele garantiu que a engenharia e a tecnologia adotadas
para a construção da ponte não contemplam nenhuma novidade: “é a mesma já
consolidada nas pontes de grande extensão em diversos locais do planeta”. O vão
central da ponte, levadiço, está projetado a uma altura de 120m sobre o nível
do mar.
Impactos
ambientais negativos são minimizados ou evitados
No que tange aos
impactos ambientais, Pedro Betencourt disse que os estudos iniciados há exatos
dois anos, em outubro de 2013, analisou as “15+1” proposições para implantação
da via rodoviária ligando o continente à ilha optando pela ligação
Comércio-Gameleira, de menor distância, como defendido, desde o início, pelos
técnicos do governo e que inclui a duplicação da BA-001.
Ele apresentou
avaliações que, conforme assegurou, evitarão impactos negativos junto aos
manguezais, recifes de corais, florestas de remanescentes da Mata
Atlântica em ilhas como Itaparica, Frades, Matarandiba, Fontes, Bimbarras
e Monte Cristo; e recifes de corais na costa das ilhas de Itaparica, dos Frades,
Maré e na Laje da Ipeba além de outros aspectos e atributos da própria Baía de
Todos os Santos como um todo.
De todo modo, ainda
segundo Bettencourt, o “potencial de impacto negativo é limitado ou
compensável” no caso do ambiente subaquático e da fauna marinha.
A maioria dos
impactos negativos identificados, segundo ele, é passível de ser
convenientemente gerenciada, além dos indiretos relacionados com o
desenvolvimento urbano previsto para a ilha de Itaparica, cuja municipalidade
já promove a revisão do PDDU-Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável. O
projeto da ponte interligando Salvador e Itaparica foi criado, originalmente,
pelo arquiteto Sérgio Bernardes, na década de 1960 e resgatado em 2010 durante
o governo Jaques Wagner.
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