O adiamento do início das obras da JAC Motors, noticiado ontem em primeira mão pelo Bahia Econômica e repercutido nesta terça-feira pelo jornal A Tarde, está colocando em campos opostos o Secretário de Desenvolvimento Econômico, James Correa, e a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia).
Segundo técnicos da Desenbahia, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico tem pressionado a agência para que financiamentos vultosos como os da Jac Motors e da Foton sejam aprovados.
Os técnicos argumentam, no entanto, que a JAC quer um financiamento de R$ 120 milhões da agência, o que representa 10% do investimento, mas outras agências de financiamento como o BNDES e o Banco do Brasil não aprovaram empréstimos à empresa, alegando que as garantias não eram suficientes.
A equipe da Desenbahia afirma que emprestar tanto dinheiro para uma empresa privada distorce a missão de uma agência de fomento, que não é um banco, mas um articulador de negócios.
Outra crítica é que o empréstimo não seria para comprar máquinas e equipamentos, mas sim para comprar o terreno e para as instalações físicas, sem que os sócios da JAC coloquem qualquer recurso próprio.
Em relação ao projeto da JAC Motors, o Bahia Econômica entrou em contato com a equipe técnica do Programa Inova Auto, que mostrou descrença em relação a sua concretização, alegando que a JAC não habilitou a segunda cota de importações porque houve uma forte queda nas suas vendas no Brasil, que a empresa está descapitalizada e que o sócio chinês dificilmente colocaria recursos numa fábrica de automóveis, num momento em que o mercado brasileiro no setor sofreu forte queda em 2014 e tem poucas possibilidades de crescimento em 2015.
Em contato com o Bahia Econômica, a JAC Motors disse que não se habilitou na cota 2 do Inovar Auto porque para isso precisa iniciar a construção da fábrica e que teria estoque de carros importados e adotou uma posição curiosa: a de que constrói a fábrica desde que o governo coloque o recurso para construí-la.
Mas técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram clara descrença na realização do projeto alegando não só problemas de mercado, mas dúvidas quanto a capacidade de alavancagem de recursos do Grupo Sérgio Habib. É quase consensual que o projeto não tem viabilidade sem um grande aporte de recursos públicos.
O caso da Foton, que também busca finaciamento na Desenbahia, coloca os técnicos da agência em posição contrária à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
A empresa, que sequer se habilitou no Inovar Auto e não importou nenhum automóvel, quer o empréstimo da Desenbahia para comprar galpões em Candeias para trazer conjuntos completos da China e apenas montá-los no Brasil, apresentando poucas garantias
A empresa, que sequer se habilitou no Inovar Auto e não importou nenhum automóvel, quer o empréstimo da Desenbahia para comprar galpões em Candeias para trazer conjuntos completos da China e apenas montá-los no Brasil, apresentando poucas garantias
Fonte:Bahiaeconômica
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