Prezado blogueiro:
A assistência a
saúde mental no âmbito hospitalar está em reforma sob o guarda-chuva
jurídico/assistencial da Reforma Sanitária em Saúde Mental concebida para o
SUS. Saliento que esta reforma é fruto do amplo debate e o desejo histórico de
profissionais envolvidos que procuram tirar o estigma do paciente psiquatirico
já retratado na telona com o filme Bicho de 7 cabeças. O HGLV, junto a
coordenação do cuidado da Superintendência da Assistência Integral à Saúde da
SESAB, a Coordenação Regional de Saúde Mental e a Coordenação Municipal de
Saúde Mental, está inserido, junto a outras instituições do Estado nesse
processo de mudança de paradigma. Certo que toda mudança gera além de desafios,
primárias incompreensões e resistências. Porem temos como finalidade garantir
de uma assistência integral aos usuários a nível ambulatorial com a
participação ativa e interdisciplinar das equipes e familiares no cenário do
CAPES. Assim acolhidos nas suas necessidades de cuidado à saúde fomentar a
garantia de acesso às consultas/avaliações e medicamentos específicos como
também avaliação em clínica geral, pois muitos dos pacientes que apresentam
alguma necessidade em saúde mental apresentam também outros problemas de saúde.
Nesse sentido a assistência ambulatorial descentralizada se configura como o
espaço ideal para o cuidado. Entretanto vivemos, embora tentamos promover a
mudança, uma assistência não integrada aos moldes de manicômio no município
onde pacientes não encontram portas de acesso na rede assistencial ambulatorial
e são obrigados a procurar o hospital até para questões simples como avaliação
clinica, solicitar exames clínicos e reproduzir receituário médicos. Os
pacientes ditos “psiquiátricos”, mesmo aqueles compensados ou com doença mental
não psicótica não encontram espaço de atendimento em PSFs e consultas médicas
nos postos de saúde. Desta forma eles não tem acesso regular a medicação e as
famílias, em desespero, diante a impossibilidade de cuida-los no domicilio os
abandonam em hospitais. Reflexo disso é que no momento na enfermaria
psiquiátrica encontram-se três pacientes-moradores já de alta da psiquiatria há
vários anos, porem com dificuldades para se ré-inserir na comunidade. Esta
situação está sendo coordenada junto a DAIS-SESAB, Defensoria e
Ministério Público e devemos ter avanços nos próximos meses. A saída seria a
implementação dos CAPES adulto, infantil e drogas e a residência terapêutica
como equipamentos de assistência. Descentralização da assistência em saúde
mental com garantias de cuidado integral ao paciente na rede ambulatorial. O
HGLVF continua e continuará a atender os pacientes, mas somente em processo de
surto agudo devolvendo-os à família, uma vez compensados, para a continuidade
do cuidado. O anexo será reformado ou uma enfermaria será montada para este fim
com somente 06 leitos (considerados na quantidade necessária se aplicados
corretamente). O dinheiro para o município equipar a assistência mental está
sendo repassado fundo a fundo desde julho/2013 com repasse mensal de 73.906,59
reais totalizando até o momento mais de 500.000 reais, sem retorno para a
assistência [ver http://www.fns.saude.gov.br/visao/consultarPagamento/pesquisaDetalhadaPagamento.jsf ]. Abertos para o
debate estamos e este tema já foi objeto de discussão na CIB, CIR, MP,
Defensoria Publica e CMS. Agora com a sua ajuda na Blogosfera.
abs, Julio Guzman
abs, Julio Guzman
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