Como já explicado a introdução das primeiras sementes dos Cacaueiros, oriundas do Pará, aconteceu em meados do Século XVIII e no seguinte gente humilde, semianalfabetas saíram dos sertões da Bahia e Sergipe, migrando para o sul da Bahia na busca de ganhar dinheiro.
E se embrearam nas matas em busca da realização de seus sonhos.
A cultura do Cacau não tem necessidade de grandes glebas.
A partir de 1860 o Cacau passou ser transformado em chocolates em fábricas da Europa e dos EUA e por isso praticamente toda safra era exportada, pois aqui no país não havia o hábito de se consumir o fruto.
Na virada do Século apareceram às primeiras manufaturadoras do produto.
A produção cresceu e a região e o Estado conheceu o ápice na cacauicultura, chegando à década de 1920 a transformar o Brasil no maior produtor mundial do fruto.
E os mais abastados fazendeiros compravam terras dos descendentes e humildes desbravadores, por vezes com o uso da violência para expandir seus negócios mediante a apropriação de terras de agricultores de menores recursos.
E aí surgiu a figura do Coronel, cuja força era considerada levando em conta a capacidade produtiva de suas espalhadas terras.
Em verdade “Não se comprava terra, más pés de Cacau”.
Na condição de um Commodittie o Cacau passou a viver como dependente e refém das oscilações dos mercados internacionais e não tardou a Economia da Bahia se envolver nas crises, tais como:
01- O Crack da bolsa de New York em 1929, que representou no primeiro grande golpe na Economia da região e da Bahia, pois o EUA na condição de maiores importadores das amêndoas com seus altos problemas internos exportaram a crise para nossas terras produtivas.
02- O Governo Federal criou o ICB (Instituto de Cacau do Brasil) uma espécie de Cooperativa que ajudava o financiamento e a comercialização das safras.
03- Quase trinta anos depois a grande produção mundial derrubou os preços gerando a 2ª grande crise, sentida na área produtora do país, aqui nessa região da Bahia.
Mais uma vez o Governo saiu em defesa do Cacau e criou a CEPLAC com a finalidade de alongar e repactuar as dívidas dos produtores, devido a grande importância na Economia do Estado da Bahia e que também afetaria a nação.
A Crise continuou a se agravar e no final dos anos 70 a tonelada que chegou a ser negociada por US$4.000,00 a tonelada, despencou geral e chegou a ser cotada a 1/5 desse valor ou US$800, 00, o que descapitalizou completamente a Cacauicultura e aí vem da Queda a Coice em 1989 foi detectada pela vez primeira no município de Uruçuca a Vassoura de Bruxa.
E a doença endêmica na região Amazônica desembarcou de alguma forma na Bahia, embora possa ter acontecido até de forma criminosa.
O Governo adotou programas de recuperação da Lavoura de Cacau, com recursos divididos quarto etapas. Não vou fazer análise das mesmas por ser matéria ampla e que de certo desviaria o objetivo desta longa matéria.
Ilhéus continua como o maior município produtor de Cacau com estimados 60 mil hectares plantados.
Comentar sobre as conseqüências das Crises e as resultantes de uma monocultura, sem diversificação dos altos recursos ganhos em implantação de fábricas e fortalecimento de outros negócios seria mexer com uma ferida difícil de cicatrizar; daí eu preferir comentar sobre as ações proativas com a construção de fábricas de Chocolates no Estado, pelo que dou inicio como abaixo:
Chocolate Caseiro Ilhéus
Primeira fábrica de Chocolate artesanal do nordeste, situada na Avenida Proclamação, a 8 km do centro da cidade (km 2,5 da antiga Rodovia Ilhéus a Uruçuca).
Qualidade considerada muito boa, com preço elevado.
Recentemente foi inaugurada a primeira fábrica construída p/SEDIR no município de Ibicaraí (Primeira fábrica de Chocolate do PAC) com a participação da agricultura familiar.
E para fechar o comentário a Bahia começou a produzir e exportar Chocolates Finos, com lavoura cultivada em Itacaré, com fruto considerado de boa qualidade e mais valorizado e saboroso (Cacau orgânico) e a AMMA com fábrica sediada em Salvador, no Porto Seco Pirajá, com investimento inicial de R$1,4 milhão, capacidade de 50 T, produz barras de Chocolates em três versões como a seguirem anotadas:
01- ao leite com 45% de Cacau;
02- Escura com 65% de Cacau;
03- Escura com 75% de Cacau.
Mais de 50% da produção é exportada para os EUA, China e Coréia do Sul e no Brasil seus produtos só são encontrados na Bahia, São Paulo e Goiás.
E como Chocolate é uma excelente opção, dou apenas alguns tipos de arregalar olhos e encher bocas d´água: Caixa Seis Corações, recheada com seis bombons ao leite em formato de coração; o Pote Gianduia, uma combinação refinada entre o chocolate e avelãs do norte da Itália, a Lata Cristallo, com chocolates importados e por aí vai...
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