O PIB da Bahia vai crescer em 2012 entre 2% e 2,5%, talvez um pouco mais, ou um pouco menos. Dada as circunstancias, e uma seca de grandes proporções, é um bom resultado, o dobro do verificado no país, mas precisa ser qualificado. Parte desse crescimento pode ser creditado ao setor serviços que cresce mais na Bahia e no Nordeste do que no resto do país. Outra parte é fruto de um efeito estatístico – o apagão de energia elétrica do ano de 2011 derrubou a produção industrial e deprimiu a base de comparação – que fez a indústria baiana crescer quando, na realidade, ela está estagnada ou trabalhando no negativo, como em todo pais. A seca também afetou fortemente a agricultura, mas, embora sua importância econômica seja fundamental, no cálculo do produto ela representa apenas 8% ou menos, por isso seu impacto no PIB é pequeno. A seca derrubou a produção grãos, que no terceiro trimestre de 2012 caiu 11%, com queda de 8,5% na produção de soja e 6,4% na produção de café e 20% na de algodão. A produção de leite também caiu pela metade. Ora, se a indústria não foi bem e a agropecuária caiu, como a economia baiana cresceu mais que o Brasil? É que a Bahia tem uma peculiaridade, pois 63% da sua economia está vinculada ao setor serviços, que apresentou crescimento positivo. Na verdade, no frigir dos ovos, quem salvou a pátria do crescimento econômico na Bahia foi o comércio que cresceu entre 6% e 8%, bem acima da média nacional, e a construção civil que vai crescer em torno de 3,5% a 4% em 2012, mesmo com a retração do mercado verificada no 1º semestre. Em 2013, sem o efeito do apagão e, Deus assim o permita, sem seca, a Bahia deverá crescer no mesmo patamar da economia brasileira, ou um pouco mais a depender do desempenho de sua indústria.
O GOVERNADOR EM 2015
Bom mesmo para a Bahia vai ser o ano de 2015. Nesse ano, indústria baiana vai dar um salto. Ao longo desse ano, ou um pouco antes, uma série de projetos industriais atraídos pelo governo Wagner, que hoje estão em andamento ou em vias de começar, deverão entrar em operação. Estamos falando do complexo acrílico da Basf, do Estaleiro do Paraguaçu, da ampliação da Ford, incluindo a fábrica de motores, da Kimberley-Clark, da Jac Mottors, da Foton Motors, da fábrica do Boticário, da fábrica da Cervejaria Petrópolis e dezenas de outras. Nesse ano, o PIB da Bahia vai dar um pulo, como aconteceu na época da entrada em operação da Ford, quando o PIB cresceu mais de 9%. Se as grandes obras de infraestrutura como o Porto Sul e a Ferrovia Oeste –Leste acelerarem o ritmo, também ficarão prontas nesse ano, potencializando ainda mais o crescimento. Ou seja, quem governar a Bahia em 2015 vai estar com a faca e o queijo na mão.
NETO E O SETPS
O prefeito ACM Neto e seu escudeiro, José Carlos Aleluia, tem pela frente um enorme desafio: enfrentar o poderoso Setps – Sindicato das Empresas de Transportes Geral de Salvador. Tudo o que se faz em termos de mobilidade urbana na Bahia passa pelo sindicato, e muito do que não se faz também se deve as interferências do poderoso organismo. A quebra do monopólio no transporte urbano em Salvador é fundamental para o futuro da cidade.
LEONELLI E O TURISMO
Recebi do amigo e Secretario do Turismo, Domingos Leonelli um e-mail comentando meu artigo nesta coluna sobre a decadência econômica de Salvador. Reproduzo aqui os principais pontos.
“Caro Amigo Armando Avena,
Você tem razão quanto a Salvador precisar de uma revolução econômica. Aliás, o Prefeito João Henrique tinha nas mãos uma estratégia econômica elaborada a partir da contribuição de centenas de pessoas, inclusive a sua, que previa medidas para estimular os serviços superiores, as indústrias leves e baseada em alta tecnologia (Salvador pode, sim, se industrializar), a exportação, a importação, e naturalmente o turismo. Sobre esse aspecto recomendava-se que a Orla Atlântica e a Paralela, ao invés de edifícios residenciais, deveria dar prioridade a hotéis, estabelecimentos de entretenimento, restaurantes, ou seja, empreendimentos que geram emprego e renda. E fluxo turístico, claro. João Henrique fez exatamente o contrário. Perpetrou um verdadeiro crime imobiliário na Paralela. A situação da cidade tem prejudicado a imagem do turismo como um todo, e nós, como soteropolitanos, às vezes não estabelecemos a diferença entre a Bahia e Salvador. O turismo da Bahia continua indo muito bem, afirmo-lhe sem medo de errar. E quem nos diz isso é o Anuário Estatístico do Ministério do Turismo, aliás, no mesmo item de desembarques internacionais que você se refere, tivemos o melhor desempenho desde o agravamento da crise internacional em 2009, com 166 mil turistas. A Bahia continua na liderança absoluta do Nordeste e, segundo a FIPE, cresceu de 9 para 11 milhões de turista entre 2009 e 2011. Em relação a sua afirmação de que o turismo da Bahia também não tem foco, creio que aí também reside a confusão com Salvador. Nos últimos 6 (seis) anos nós mantivemos o foco no que denominamos de 3º Salto do Turismo e acredito podemos comprovar que as metas contidas nos eixos da Inovação, Qualificação e Integração estão sendo cumpridas.” Leonelli lista então uma série de ações realizadas pela secretária que, pelo pouco espaço, deixamos de reproduzir.
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