segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Política:
O novo secretariado de Wagner
Osvaldo Lyra - Tribuna da Bahia
Nem bem chegou da Argentina, após descansar da maratona eleitoral, o governador Jaques Wagner já começou as conversas sobre a composição do novo governo. Ontem mesmo ele tratou de reunir seu núcleo duro - os secretários Fernando Schmidt (Chefia de Gabinete), Robinson Almeida (Comunicação), Eva Chiavon (Casa Civil) e Carlos Martins (Fazenda) - para definir os parâmetros a serem adotados nas mudanças. Antes de viajar, Wagner havia afirmado que as secretarias estavam sendo avaliadas individualmente.
Na verdade, o governador quer saber quais estão atingindo metas e dando resultados positivos. Até porque, ele tem insistido que prioridade do seu segundo mandato será a busca por mais eficiência na máquina governamental. E quando as mudanças no primeiro escalão vão acontecer? Não há pressa, pois, como o próprio gestor diz, esse será um governo de continuidade, fazendo substituições isoladamente.
Diferente de 2006, que se devia muito ao PMDB, agora o governador terá mais tranquilidade para tocar as alterações. A expectativa é que nos próximos dias ele comece a se reunir com os líderes dos partidos aliados.
Dos nomes que integram o primeiro escalão do governo, cinco são inatingíveis ou só saem se quiserem. Entre eles, estão Robinson, Martins, Schmidt, Chiavon e o secretário de Saúde, Jorge Solla.
A expectativa é que não haja mudanças também na Secretaria de Segurança Pública, já que a gestão César Nunes engrenou.
Segundo avaliação do próprio governo, o secretário melhorou a inteligência da SSP e os índices passaram a ter mais controle, tendo mudanças nas taxas de homicídios. Por ser uma área complicada, qualquer mudança agora causaria problemas de descontinuidade - tudo que o governador não quer.Para assumir a articulação política do governo (Relações Institucionais), um dos nomes fortes é o de Marcos Lima.
Edmon Lucas é outro nome que poderia assumir o cargo, já que possui bom trânsito na Assembleia e é bem articulado. No Planejamento, há a possibilidade de o secretário Antônio Alberto Valença permanecer no cargo. Com perfil técnico, ele pode contribuir com a pasta - considerada estratégica para a gestão.
Outro que deve permanecer no cargo é o secretário de Administração, Manoel Vitório, que tem uma atuação reconhecida pelo governo. Outro técnico que ganhou a confiança do governador Jaques Wagner foi o secretário de Educação, Osvaldo Barreto. Desde que assumiu, a pasta deixou de ser problema e de ocupar as manchetes negativas na imprensa. No entanto, a secretaria é alvo de cobiça pelos partidos.
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) também é ocupada por outro técnico: Cícero Monteiro, que conseguiu a confiança do governador. No entanto, a pasta é alvo da cobiça dos aliados, até pelo orçamento e pela capacidade de atrair investimentos e investidores. A expectativa é que Wagner faça a opção de alinhar a secretaria com o Ministério das Cidades, hoje ocupado pelo PP - mas pode haver mudanças.
Para a Agricultura, Eduardo Sales é apontado como um bom nome, mas o ex-secretário Roberto Muniz pode voltar, já que é suplente do senador eleito Walter Pinheiro, que tem planos de cumprir o mandato em Brasília.
Outro que pode voltar para o posto de origem é Domingos Leonelli, no Turismo.
O secretário de Cultura, Márcio Meireles, é apontado como nome certo para deixar o governo, devido aos desgastes que acumulou ao longo da gestão. Mesmo tendo obtido avanços na área, Meireles deve ser substituído para acalmar a classe artística.
O ministro Juca Ferreira, caso não seja mantido em Brasília, pode vir assumir o posto na Bahia.
Agora, o que o governador não pretende fazer, em hipótese alguma, é acomodar secretários apenas para atender a critérios políticos.
Para Wagner, o objetivo primordial será a busca pela eficiência da gestão. Ele vai sentar com cada partido para que eles indiquem nomes que aliem técnica e política para fazer essa rearrumação.

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